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Amar com o smartphone na mão

A sensação é a de que o amor morreu de morte matada na era da web. Ao contrário, está mais inquietante, ganha novos contornos, deixa de ser unitário e se amplia, traz diferentes sensações e nos faz pessoas bem mais ecléticas e adaptáveis

Por Patrícia Zaidan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 out 2016, 02h01 - Publicado em 21 jan 2016, 16h12

Olho ao meu lado, na redação da revista CLAUDIA, e vejo a efervescência nas paixões. São mulheres – na escala dos 21 aos 35 anos – trabalhando muito e amando, de app em app. Brigando e refazendo laços (sem, porém, tirar da mira mais um ou dois. Melhor garantir inbox do que ficar só, né?). Elas corporificam a frase do final dos anos 1970: “Nosso corpo nos pertence”. As jornalistas e designers lindíssimas e decididas não fazem slogan. Elas vivem! Se estão só, não têm solidão. Encontram alguém. Ou se bastam, alegremente. Todas de smartphone na mão.

Digo – querendo colocar a culpa na convivência com elas – que também ando diferente. Sinto que estou mais instantânea, espontânea, volátil e um pouco dúbia em certas coisas. Sobretudo no amor, com licença para não deixar tudo claro demais, preto no branco, pois não há apenas a velha fórmula, a paixão no sentido clássico. O leque se abre. É internet, com todos os seus traços e características, entrando pelos poros. Engana-se quem acha que, por isso, o sentimento perdeu força, lugar e vez. E que no mundo mais rápido, descartável e fugaz ninguém ama ninguém. Que nada, o amor está vivo e nos faz pessoas adaptáveis e ecléticas.        

Certamente, você também nota algo novo no seu comportamento. Sob a influência das redes sociais ninguém é como foi. O jeito que você amou anos atrás não existe mais. Quer ver? Responda: quem estará disponível para o date desta noite? Algoritmos e arranjos matemáticos podem escolher um par para você nos aplicativos. E isso já não causa estranheza alguma.

Beatriz Chimelli, 24 anos, designer, minha colega, foi quem trouxe a ilustração para esta coluna. Disse a ela que queria falar de AMOR. Ela, então, “roubou” este lambe-lambe das ruas de Porto Alegre. O autor é o artista plástico Vital Lordelo, que espalha em via pública a sua visão sobre o amor contemporâneo. Três corações pulsando juntos em uma relação. Boa metáfora para o amor erótico, que vem mudando – é vida in progress – e tem sido mediado por um… smartphone! Tudo se faz nele, o prazer se conquista nele. E por causa dele, nosso corpo ganhou mais alcance: temos agora um pós-corpo. Esse gadget enxuto prolonga os olhos, os pés, as mãos, o coração… Como não mudaria nosso jeito de gostar?

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Com isso, há valores pós-tudo. Eles dão sinais de que a privacidade vem com dosador, a fidelidade ganha elasticidade e a transparência é relativa – não precisamos mais contar tudo o que fazemos para o nosso querido (porque – bobagem insistir – nosso querido não conta). Mas o Grande Amor permanece. Estamos aprendendo a lidar com ele. E com o cara que some, não tuíta, não posta, não dá notícias. E a deletar os chatos e pegajosos; os ciumentos sem lugar no mundo que queremos. Claro, comemoramos a possibilidade de romper um romance por WhatsApp. Sem mais detalhes. Que ótimo, a vida está ficando bem mais interessante.

Bem, resolvi parar e escrever sobre isso tudo, aqui: (Clique e confira!) “O jeito que você amou cinco anos atrás não existe mais”

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