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Os defeitos do seu marido

Como você lida com eles? Nossa colunista Liliane Prata conta como ela anda fazendo de uns tempos para cá

Por Liliane Prata
Atualizado em 22 out 2016, 22h24 - Publicado em 7 out 2015, 09h00

Há alguns anos, em um almoço de família, alguém comentou alegremente sobre as dificuldades inerentes ao matrimônio. Então perguntaram ao meu marido:

– Qual defeitinho da Lili é mais difícil no dia a dia?

Fiquei tão curiosa para ouvir a resposta dele que parei de comer por um instante. Ele pensou, pensou e disse:

– Não sei.

Mais tarde, no carro, só nós dois e nossa filha ainda bebê dormindo no banco de trás, perguntei:

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– Agora pode falar. Qual dos meus defeitos é o mais difícil pra você?
– Não sei mesmo, Lili.
– Vamos lá. O que você gostaria de mudar em mim?

Mais uma vez, ele pensou, pensou, pensou… E respondeu:

– Bom, você é um pouco bagunceira. Mas já melhorou muito desde que a gente se conheceu. Mas não precisa mudar, não, tá bom assim.

Fiquei muda. Como alguém que convivia diariamente comigo havia cinco anos – hoje são oito –, quando perguntado sobre meus defeitos, se saía com um simpático “meio bagunceira”? E ainda esclarecia que eu já tinha melhorado e não precisava mudar?
 
Antes que você pense que eu sou o ser mais fácil de conviver do mundo, já me adianto: realmente, não me considero difícil, mas cada um dos meus ex foi bem rápido para enumerar meus defeitos ou, para usar uma palavra mais graciosa, limitações. Ali, no carro, me lembrei de ter ouvido algumas críticas suaves e outras duras de pessoas que tinham convivido comigo por muito menos tempo do que o meu marido. Aliás, uma das minhas chatices: no tempo em que ele pensava, sem muito sucesso, nos meus defeitos, eu já tinha pensado em uns três dele!

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De qualquer modo, aquele simples almoço foi uma lição para mim. Meio que um tapa na cara, mesmo. Me aceitando exatamente como eu sou, abraçando meus lados agradáveis e desagradáveis, meu marido fez com que eu me sentisse, ainda que intrigada, a pessoa mais especial do mundo. No carro, vi que não era eu a pessoa especial, claro, mas ele, que tem o hábito generoso de se focar mais no que a esposa tem de bom do que de ruim. Já eu, como quase todo mundo, estava acostumada a olhar as pessoas e as coisas pela ótica da falta, do difícil, do negativo, ou simplesmente do que era diferente de mim e, por isso, incômodo.

Depois daquele dia, fui me tornando, aos poucos, muito mais generosa do que crítica com meu maridón – e, por extensão, com os outros coleguinhas humanos à minha volta. No começo, era um verdadeiro exercício, algo de que eu precisava ficar me lembrando, me policiando. Não sou muito de criticar verbalmente, mas criticava muito mentalmente, sabe. Com o passar do tempo, minha generosidade foi ficando mais natural. Aos poucos, as pessoas do meu convívio foram ficando mais legais e a vida, mais serena.

Com algumas exceções, claro, e alguns dias mais difíceis do que os outros. Afinal, como um dos meus ex adorava jogar na minha cara, admito que sou meio volúvel.

Liliane Prata é editora de CLAUDIA e escreve esta coluna aqui no site toda quarta-feira. Para falar com ela, clique aqui!

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