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Namoro virtual: especialista em direito digital dá dicas de como não cair em uma roubada

A advogada Gisele Truzzi ensina quais situações evitar para aquela paquera online não virar uma tremenda dor de cabeça.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 14h19 - Publicado em 15 set 2013, 21h00

Foto: Getty Images

· Pesquise na internet: entre nas redes sociais e nos sites de busca e digite o nome, e-mail e coloque a foto no Google. Para fazer isso, entre na página do Google Imagens e clique no desenho de uma câmera na barra da busca. Lá, você pode anexar o arquivo da foto.

· Desconfie até que se prove o contrário – em relacionamentos reais já é difícil desenvolver confiança, imagine na net.

· Procure nos sites do Tribunal de Justiça para ver se a pessoa tem algum processo.

· Reúna todas as provas possíveis (e-mails, sms, prints de tela com fotos, conversas e posts). Tudo isso comprova os crimes e é prova válida na hora de fazer um boletim de ocorrência. Ele pode ser enquadrado em falsa identidade (afinal, não usou o próprio nome) e estelionato (iludiu alguém para conseguir dinheiro).

· Qualquer valor de dinheiro dado configura crime, basta provar o histórico da movimentação no banco. As desculpas são variadas: “Preciso comprar uma passagem para ir te ver” ou “Tenho um doente na família”. Não dê um centavo.

· Não é crime armazenar fotos de você nua. Mas é ilegal espalhá-las pela internet ou fazer chantagens.

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Namoro virtual: especialista em direito digital dá dicas de como não cair em uma roubada

Foto: Getty Images

Vida real

Claudia Rodrigues foi iludida pelo namorado virtual e criou um grupo secreto no Facebook para ajudar outras mulheres. Confira o relato completo:

“Este ano, em fevereiro, recebi um convite pelo Facebook para usar um aplicativo. Entrei achando que era um jogo, mas descobri que era um site de relacionamentos. Cinco minutos depois, um homem teclou comigo e pediu para me adicionar na rede social. Eu permiti e, quando vi a cara dele, fiquei impressionada. Ele era lindo! Conversamos em inglês por três dias, com a ajuda do tradutor do Google, sem aparecer na câmera, até que ele perguntou se podia me ver. Quando eu liguei a webcam, fiquei mais impressionada ainda. Me contou que era turco e trabalhava na Marinha, então passava um mês no mar e um mês na base. Nesse dia, ele me pediu em casamento. Eu estranhei, porque foi rápido demais, mas entrei em sites e descobri algumas mulheres brasileiras casadas com turcos que afirmavam que eles eram assim mesmo. Ele disse que era divorciado e não tinha filhos. Era romântico e me chamava de minha princesa, meu bebê, meu anjo branco. Eu estava muito atraída e fui ficando completamente apaixonada. Conversávamos todos os dias, sempre quando ele estava no trabalho. Ele colocou que estava em um relacionamento sério no Facebook, me garantiu que viria ao Brasil depois de um mês e combinamos a viagem. Adicionou minha mãe nas redes sociais e parecia ser o genro ideal.

A primeira decepção

Cerca de duas semanas antes da viagem, uma mulher me mandou um e-mail e perguntou se eu o conhecia. Ela me contou que ele fazia sexo virtual com ela quase diariamente. Eu fiquei desesperada, tentei conversar com ele, mas ele não respondia. No dia seguinte pediu perdão, disse que aquelas mulheres eram prostitutas e comigo era diferente, que ele não queria que eu mostrasse meu corpo porque me respeitava. Realmente, ele nunca pediu para fazer sexo virtual comigo. Eu perdoei e pedi que ele nunca mais fizesse isso.

Ele fez um vídeo bem bonito com uma montagem de fotos minhas e uma música romântica de fundo. Mas descobri, no mesmo canal do YouTube onde ele postou a homenagem, um vídeo com uma criança. Digitei o nome da menininha no Google e vi um site de fotos em que ele aparecia com a mulher e mais dois filhos, em fotos de família. Enlouqueci e comecei a ir atrás de mais informações – ele enganava várias mulheres da mesma maneira e tinha mais de dez perfis falsos na internet! É uma prática comum entre os turcos envolver mulheres brasileiras e depois até roubar o dinheiro delas. Ele havia prometido para todas que viria ao Brasil, mas nunca ia aparecer! Descobri o endereço da mulher dele e denunciei, mas acho que ele tinha a senha do perfil, pois ela só disse “ok”. Terminei tudo e ele falou comigo poucas vezes, para me ameaçar e mandar que eu parasse de vasculhar sua vida. Mas, sempre que vejo brasileiras interagindo com ele nas redes sociais, procuro adicioná-las e contar minha história para que ele não engane mais ninguém. Até hoje, seis meses depois, já alertei cinco mulheres – uma delas já havia até reservado hotel para ele.

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A volta por cima

Montei um grupo secreto no Face para contar minha história e descobri que existe uma série de mulheres na mesma situação. Como a economia em alguns países é pior que no Brasil, eles nos enganam para dar golpes, ganhar dinheiro ou até conseguir um visto – os egípcios principalmente. Minha preocupação é alertar as mulheres para o perigo que essas relações podem representar – na Nigéria, há homens que usam fotos falsas, de soldados americanos, fazem sexo virtual com brasileiras e usam as imagens para chantageá-las.

O sexo virtual pode até satisfazer, mas é perigoso. O ideal é não fazer comum desconhecido e nunca mostrar o rosto na câmera. Coloque sempre o arquivo da foto do rapaz no Google: se ele for um pilantra, dá pra descobrir e alertar outras possíveis vítimas.

Hoje eu entendo que meu ex-namorado é um doente, que precisa enganar mulheres para se sentir bem. É muito fácil mentir quando ninguém está vendo você. Mas qualquer mulher pode se tornar uma investigadora e ficar esperta. Um cara que passa 24 horas na rede, por exemplo, não pode ser sério. Aqueles que não podem bater papo à noite são comprometidos, com certeza. Preste atenção e não deixe que nenhum golpista parta seu coração.”

Claudia Rodrigues, 35 anos, assistente administrativa

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