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Um passado, um amor – conto de Amor e Sexo

Shirley relembra o dia em que conheceu Ricardo, quando tinha 15 anos. Ao procurá-lo no dia seguinte, ele estava de papo com uma loira

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 3 nov 2022, 11h22 - Publicado em 8 jan 2011, 21h00
Contos eróticos: A loira era sensual, do tipo de mulher que investe em decotes e minissaias

Estranho olhar esta casa vazia… Mesmo depois de tudo! Sem móveis nem cortinas; as paredes, agora brancas, são como folhas de papel que pedem para ser preenchidas. Me inspiram a escrever minha história. Parte dela se passou aqui! Se você só acredita no material, no físico e palpável, não se dê ao trabalho de lê-la. Só prossiga se, como eu, acreditar que o mundo é muito maior do que compreendemos e o amor pode ir além do “normal”. Aí, talvez, você entenda como me sinto e, quem sabe, até tenha passado por isso antes – e só não contou por receio de parecer maluca. Pois bem: não tenho esse medo!

Minha história começa no friorento junho de 1995. Acabara de completar 15 anos e estreava meu lindo casaco de lã rosa na escola. Aproveitei o intervalo para exibi-lo. Em meio ao animado papo com as meninas, notei um gato me olhando lá do outro lado do ginásio. Nunca vira aquele moço alto, magro, de cabelos cacheados. Cercado de colegas, parecia se divertir muito. “Shirley, viu fantasma?!”, brincou uma das meninas. Sorri, envergonhada, e todas notaram o foco da minha atenção. “Ah, está de olho no Ricardo… Acabou de ser transferido para cá. A prima dele estuda comigo, me contou tudo”, entregou Laudecir, “fofoqueira número um” do colégio.

O dito-cujo também notou meu interesse. Fez cara de sem-vergonha e me deu a maior secada. Tremi feito vara verde. Disse algo aos amigos e veio na minha direção. “Lau, o que eu faço?!”, sussurrei, em pânico. Minhas amigas piscaram umas para as outras. Decidi sair correndo direto para a sala de aula vazia. Sentei na minha carteira, o coração saltando pela boca. Jamais sentira nada parecido.

O sinal bateu, todos voltaram para a classe. Laudecir chegou bronqueada: “Sua maluca! O bonitão veio falar com você e a senhorita fugiu feito o diabo da cruz. Pirou?”. Eu não sabia onde enfiar a cabeça. Ainda era virgem e inexperiente com rapazes. Aquela situação me fez virar uma medrosa de carteirinha. “Ah, ele deixou isso aqui…”, murmurou Nina, esticando um bilhetinho para mim. Corada, me afastei delas para ler o papel. “Da próxima vez, não precisa fugir: eu não mordo. Do seu amigo, Ricardo”.

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Após uma noite maldormida, tomei a decisão: iria falar com ele. Mesmo com medo de ganhar fama de vagabunda, iria ver o que ele queria. Sentia-me determinada e nada me impediria. O máximo que poderia acontecer era o cara só querer amizade. E eu entenderia. Quer dizer, ACHO que compreenderia.

Pensando em tudo, menos em estudar, caprichei na maquiagem ao ir para a escola. A professora de matemática me chamou a atenção umas seis vezes: “Você não está nem aí hoje, hein?!”. Minhas amigas riam, pois sabiam onde estava com a cabeça.

Finalmente, chegou o intervalo. Disparei para a cantina. Pedi um lanche e um suco e fiquei fazendo hora. Discretamente, olhava para os arredores, procurando meu príncipe encantado. E não demorou para que eu o enxergasse: abraçado a uma loira peituda, metida numa saia que mal cabia nela e, ainda por cima, com a maior cara de safada. Na certa, eu havia chegado tarde demais!

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