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Pela segunda vez, Marissa Mayer, CEO do Yahoo, rejeita a licença-maternidade

Considerada uma das mulheres mais poderosas do mundo, ela está grávida de gêmeos

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 1 set 2015, 13h51

Há três anos, quando nasceu seu primeiro filho, Marissa estava há pouco tempo à frente do Yahoo, um gigante da comunicação. Em meio a um debate acalorado a favor da licença-maternidade (que ainda não é lei nos Estados Unidos), ela optou por abrir mão do tempo que a empresa oferecia por política interna e voltar ao escritório quando o bebê tinha apenas duas semanas. As defensoras da licença ficaram decepcionadas com a opção de Marissa. Hoje, a polêmica reacendeu com o anúncio da segunda gravidez da CEO. Dessa vez, são gêmeos! As meninas devem nascer em dezembro e Marissa já afirmou que não tirará licença. “Como minha gravidez é saudável e sem complicações e por ser esse um momento único de transformação no Yahoo, eu planejo seguir igual à minha última gravidez: tirando tempo limitado e trabalhando à distância”, disse ela em declaração hoje.

No Brasil, a lei já garante quatro meses de licença-maternidade às mulheres. Entretanto, há anos a discussão gira em torno de aumentar esse prazo para seis meses. O medo de ficar tanto tempo longe é perder o ritmo do dia a dia no trabalho, voltar deslocada ou ainda ver alguém pegar a vaga para um homem. Para a coach de carreira Toya Lorch, seremos infelizes se nos apegarmos aos estereótipos de sucesso profissional e pessoal. Veja a opinião de especialistas sobre o assunto:

 

Em busca de estrutura social

“No Brasil, produzimos um aumento significativo de mulheres no mercado de trabalho nos últimos anos e estamos avançando para superar as disparidades de salários entre os gêneros. Mas ainda não avançamos muito na construção de aparatos sociais para acompanhar essa evolução feminina. A maioria das brasileiras está desamparada e não tem onde deixar os filhos durante o horário comercial. Acredito que é preciso reforçar a ideia de que passar o dia no trabalho não significa, de forma alguma, abandono afetivo. Digo isso para mim mesma, porque também tenho culpa por ficar longe da minha filha. Nesses momentos, nós, mulheres, precisamos lembrar que as crianças crescem, que o trabalho nos traz satisfação e que temos responsabilidades fora do ambiente doméstico também.”

Maria do Rosário, pedagoga e deputada, é casada e tem uma filha

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O sonho da empresa amigável

“O atual ambiente de trabalho e de negócios no Brasil não é muito amigável com quem tem filhos que demandam atenção. As mulheres ainda não dizem no currículo profissional, por exemplo, que pararam de trabalhar por um período para ficar com os filhos. Elas me perguntam o que devem colocar nesse ‘espaço vazio’ do CV. Sabem que pausas na carreira, em especial para cuidar da família, pegam mal nas empresas. É lamentável. E esse é um dilema exclusivamente feminino. Os homens ainda não manifestam o desejo de largar o emprego para cuidar do lar ou dos filhos. Temos tecnologia para trabalhar remotamente e flexibilizar as jornadas, mas as empresas não estão preparadas culturalmente para essa mudança. E, se elas não se adaptarem rápido, perderão talentos e deixarão de ser competitivas.”

Sandra Guerra, executiva, presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, instituição que incentiva e certifica boas práticas em empresas, foi casada duas vezes, não teve filhos

 

O maior problema está em casa

“Com frequência, tentamos satisfazer a ideia de que os outros têm de uma superexecutiva e de uma supermãe. Qualquer escolha pressupõe perdas, e é importante a mulher saber aceitá-las. Algumas empresas perceberam a tendência e estão se esforçando para amparar as mulheres que querem ascender na carreira sem prejudicar a vida pessoal. Uma das principais barreiras para que as mulheres consigam se realizar plenamente hoje no Brasil está na organização familiar. São os maridos que têm dificuldade em aceitar que elas ganham mais ou que não conseguem conciliar as funções de cuidador e provedor da família. Discutir a divisão de papéis nos lares brasileiros ainda é um tabu.”

Toya Lorch, sócia-fundadora da Kampas Coaching e Consultoria, com mestrado executivo pela escola de negócios francesa Insead, uma das melhores do mundo, é casada e tem dois filhos

 

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