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“30% da bancada feminina já!”: entenda o caso

Um grupo de mulheres, entre senadoras, deputadas e uma ministra, se mobilizou na Câmara dos Deputados para pedir maior participação feminina na política. Saiba o que elas querem e por que esta luta é tão importante

Por Stephanie Bevilaqua (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 22h47 - Publicado em 25 Maio 2015, 15h01

Quinta-feira, 21 de maio de 2015 e apenas 10% das vagas na Câmara, 16% no Senado, 11% nas assembleias legislativas e 13% nas câmaras de vereadores são ocupadas por mulheres: esse é o nosso cenário político atual, sendo que o eleitorado feminino brasileiro representa 52% dos votos. Não que uma mulher precise votar em outra, é claro. Mas por que tamanha discrepância entre os números? Um ranking feito pela ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a participação feminina na política em 188 países coloca o Brasil em 158º lugar. Foi por conta disso que cerca de vinte mulheres decidiram se reunir.

No dia 21, a Câmara dos Deputados recebeu a presença de deputadas, senadoras e ministras que clamavam pelos “30% já das cadeiras”. O ato teve como objetivo uma proposta de reforma política que inclua a cota de gênero para que o Congresso Nacional. Conversamos com a deputada Federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ), que apoia a iniciativa: “É uma luta antiga no Parlamento. Já na Constituinte a chamada ‘bancada do batom´ chamava a atenção para a necessidade de ampliar a participação das mulheres em todos os espaços de poder. A proposta de 30% das vagas surgiu como uma política afirmativa, mas, por si só, não tem sido eficaz no sentido de tirar o Brasil do vergonhoso 158º lugar no ranking da ONU. É preciso corrigir as distorções que existem no sistema eleitoral: desde o financiamento empresarial, que costuma privilegiar homens, a campanhas com menos recursos de TV e rádio para nós.”

Durante o ato, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) comentou que, entre as Américas, só ganhamos do Haiti e de Belize. “A cota não é inconstitucional. Ela vigora na maior parte dos países do mundo. O que queremos é pedir o apoio para uma causa da democracia brasileira. Temos que tirar o país dessa posição vexatória. Só tem um caminho: dentro da reforma política, a gente tem que fazer o que outros países tiveram coragem de fazer.”

Presentes também estavam a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e a deputada Dâmina Pereira (PMN-MG), coordenadora da bancada feminina na Câmara. Dâmina ressaltou em seu discurso que as parlamentares tiveram uma grande vitória quando o presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), incluiu o tema da cota de gênero na votação em plenário da reforma política a partir da terça, 26.

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“Em 1932, tivemos nosso primeiro voto, e de lá para cá alcançamos muitas outras vitórias. Não há como construir uma sociedade justa se mais da metade da população não tem representação na política nacional. Essa distorção precisa ser combatida por todos nós”, diz Jadira, que completa:

Alcançar o aumento de mulheres na política é apontar para mais políticas públicas voltadas a elas, às mães, trabalhadoras, a todo o conjunto de mulheres. É conquistar a participação efetiva delas no poder, nas decisões, nos votos e no debate de ideias tão importante para o país. Uma reforma política realmente democrática é inclusiva. É capaz de dar voz à pluralidade de opiniões nos legislativos. É garantir que as mulheres brasileiras estejam representadas

Laycer Tomaz/Câmera dos Deputados/Fotos Públicas
Laycer Tomaz/Câmera dos Deputados/Fotos Públicas ()

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