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Esse livro didático explicita o machismo no ensino da medicina

"Somos contra a agenda do politicamente correto", responderam os responsáveis pela publicação, a Medgrupo, rede de preparo para concursos médicos.

Por Giovana Feix
Atualizado em 20 jan 2020, 20h28 - Publicado em 16 fev 2017, 11h20

Estruturada de forma semelhante à dos cursinhos pré-vestibular, a Medgrupo é uma rede de preparo para concursos médicos – como o Revalida e as seleções para residência. Eles estão presentes em todo o Brasil e, além de aulas presenciais e à distância, também produzem material didático.

Em um de seus livros, “MED 2013: Síndromes de Transmissão Sexual“, é através de ilustrações e casos extremamente estereotipados e sexistas que eles procuram explicar a futuros médicos como funcionam algumas doenças sexualmente transmissíveis.

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(Reprodução/Facebook)
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(Reprodução/Facebook)

Diante disso, uma aluna de medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) resolveu enviar uma mensagem à empresa. “Comecei a utilizar alguns módulos do Medgrupo cedidos por colegas já residentes para estudar os conteúdos”, escreve ela. “No entanto, tive o desprazer de ser exposta a casos clínicos com comentários machistas e ilustrações que expõem o corpo feminino de maneira vulgar”.

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(Reprodução/Facebook)

“Em um caso, uma menina portadora de vaginose bacteriana (um sofrimento, vale ressaltar) é retratada em um desenho de uma mulher seminua com vários peixes em cima do seu corpo e um homem de nariz tampado devido ao mal cheiro”, continua.

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Em resposta à jovem, a direção do Medgrupo disse ser contra a “agenda do politicamente correto”.

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(Reprodução/Facebook)

Confundir dignidade com tal “agenda” é algo recorrente. No caso da formação de profissionais da área médica, porém, é extremamente importante a preocupação com um tratamento respeitoso e humanizado. As mulheres que sofrem das síndromes ensinadas no texto não possuem uma vida “promíscua” – e, mesmo se tiverem, isso não é, de maneira alguma, de interesse de seu médico.

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“A última frase do caso relata que um dos testes necessários para o diagnóstico não foi realizado, porque o médico ficou ‘tão enjoado’ que o diagnóstico era evidente”, conta ainda a aluna, no e-mail enviado ao Medgrupo, sobre a história ilustrada pela mulher rodeada de peixes.

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