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Chapada Diamantina: deslumbrante paisagem lunar

Conheça o coração da Bahia, com seus cânions, grutas, cavernas, cachoeiras... tudo que uma boa aventureira gosta!

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 9 abr 2024, 15h03 - Publicado em 3 jun 2013, 21h00

As trilhas da Chapada Diamantina têm vários graus de dificuldade e agradam sedentários e aventureiros
Foto: Franco Hoffchneider

No coração da Bahia, ao longo de quase 2 bilhões de anos, a natureza lapidou caprichosamente a região da Chapada Diamantina. Deslumbrantes, os seus cânions, cachoeiras, rios, grutas e cavernas a transformaram no principal destino de ecoturismo do Brasil. As trilhas — muitas abertas no período colonial por tropeiros e escravos — têm diferentes graus de dificuldade e agradam de sedentários a aventureiros. Seis lugares nos arredores do Parque Nacional servem de apoio para os turistas.

Em uma viagem rápida, fixe base em Lençóis para fazer os passeios. Mas, se puder, fique um pouco em cada cidadezinha e aproveite a diversidade de cenários: as ruas de pedra de Mucugê, a Cachoeira do Buracão de Ibicoara, o “Pantanal baiano” de Andaraí, o clima hippie do Vale do Capão e a atmosfera nostálgica de Igatu.

ONDE FICAR

Em Lençóis

Alcino Estalagem
O café feito por Alcino Caetano, o dono da pousada, deixa os hóspedes cheios de energia para os passeios. Tem açaí, quiche de taioba, batata doce com coco e cardamomo, pizza com massa de aipim… Além de bom na cozinha, Caetano capricha na decoração dos ambientes: o casarão exibe artesanato de louça, vidro e azulejo – tudo feito pelo dono. Além de oito quartos, a pousada aluga uma casa para até seis pessoas – instalada dentro do pomar, utiliza material reciclado e dispõe de sala, cozinha e dois quartos. 75-3334-1171
 

Em Andaraí

Pousada Sincorá
A dona, Ana Maria, ajuda com dicas de passeios e prepara as panquecas, as estrelas do café da manhã. Não há luxos nos quartos – um deles não tem ar-condicionado –, mas todos exibem boa conservação. À noite, após os passeios, nada melhor do que escolher um dos livros da biblioteca para ler. 75-3335-2210
 

Em Igatu

Pousada Pedras de Igatu
Fica no centrinho de Igatu, perto da igreja principal e do comércio. Os quartos são amplos e têm bons armários. Fora o café da manhã – com tapioca feita na hora e quitutes caseiros, como bolinho de chuva e bolo de banana –, o serviço é modesto. 75-3335-7020
 

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Em Mucugê

Pousada Mucugê
Trata-se de um casarão do séc. 19, bem conservado e tombado pelo Patrimônio Histórico. Modernos, os quartos ficam no anexo, todos com estrutura simples e parecida: TV 14′, sem ar-condicionado e espaço para três a cinco pessoas. Para o lazer, há uma piscina com cadeiras e guarda-sóis. 75-3338-2210.
 

No Vale do Capão

Pousada Lendas do Capão
Fica em uma área verde de 33 mil m², com um riacho no qual os hóspede podem tomar banho. Dispõe de jipe (oito lugares) para passeios guiados, massagens terapêuticas e a chamada aqui de sauna indígena – espécie de iglu rústico, cujo o calor advém de uma combinação de pedras quentes e chás de capim santo e eucalipto. Além de 19 quartos, o pousada possui uma casa da árvore, com 55 m² e toda de madeira, erguida sobre galhos de uma jaqueira – porém com todo o conforto: cozinha, DVD, ar-condicionado e TV. 75-3344-1141

 

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ONDE COMER

Em Lençóis

Maria Bonita
R. das Pedras, 20 (Centro), Lençois-BA, 75/3334-1850. 2ª/dom 17h/23h; jan/fev, jun/ago e dez: 2ª/dom 12h/15h e 17h/23h. Italiana. Fica na esquina mais disputada da cidade, com mesinhas na Rua da Baderna. As massas se destacam no cardápio enxuto, como o fettuccine ao molho branco com funghi.

O Bode
Pça. Horácio de Matos, s/n (Centro), Lençois-BA, 75/3334-1600. Cc: M, V; Cd: M, R, V. 2ª/dom 12h/17h; jan e dez: 2ª/dom 12h/22h. Variada/bufê. O comprido salão tem ambiente simples, com toalhas de plástico nas mesas. Montado no fogão à lenha, o bufê inclui pratos com carne de bode e receitas da época do garimpo, como cortado de palma. Fora da temporada, funciona à noite apenas com reserva (mínimo de dez pessoas).
 

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Em Andaraí

Apollo
Pça. Raul Dantas (Centro), Andaraí-BA, 75/3335-2029. 2ª/dom 9h/20h. Comidinhas. Destino certo para quem volta de um passeio desgastante, a sorveteria da dona Apolônia vende alguns sabores incomuns, como gengibre, cachaça e beterraba.

Em Igatu

Café Galeria Arte & Memória
R. São Luís dos Santos (Centro), Igatu-BA, 75/3335-2510. 2ª/dom 9h/18h. Comidinhas. Depois de conhecer a surpreendente Galeria Arte e Memória, experimente um dos crepes daqui – cada um deles vale por uma refeição. Há também sorvetes, cappuccinos e cafés gourmet.
 

Em Mucugê

Dona Nena
R. Direita, 140 (Centro), Mucugê-BA, 75/3338-2123. 2ª/dom 11h30/16h. Variada/bufê. Nos fundos de sua casa, em um espaço com telhas aparentes, dona Nena serve a melhor comida caseira da Chapada. Bife acebolado, purê de abóbora, cortado de palma e de mamão verde são algumas das opções.

No Vale do Capão

Pastelaria da Dalva
Pça. São Sebastião (Centro), Vale do Capão-BA, 75/3344-1140. 2ª/dom 8h/21h. Comidinhas. Serve o inusitado pastel de palmito de jaca (no preparo do recheio, o miolo da fruta é cozido, ainda verde, com cebola e cheiro-verde).

 

O QUE FAZER

Parque Nacional da Chapada Diamantina

Principal destino de ecoturismo do Brasil, a área de preservação é apenas uma parte de um território que guarda uma quantidade incrível de montanhas, chapadões, rios, cachoeiras e grutas. Como o parque ainda não tem um plano de manejo implementado, a maioria de suas atrações não tem estrutura adequada para visitas. Entre os lugares mais visitados (divididos entre seis destinos), parte encontra-se fora dos seus domínios. A diversidade e a beleza natural impressionam. Os próprios guias não sabem dizer ao certo o número de grutas e cachoeiras da região, mas juram que ainda há atrações que nem eles conhecem. Cachoeiras em belos cânions, rios de água avermelhada ou cristalina e incríveis formações rochosas dão origem a um conjunto sem igual. O trekking do Vale do Paty, um dos mais cênicos do país, corta a área do parque.

Preste atenção

Na riquíssima flora da região. Muitas espécies, como algumas orquídeas, só existem aqui, e alguns tipos de sempre-viva, flor típica, correm risco de extinção. A água avermelhada dos rios deve-se à matéria orgânica vegetal em decomposição, mas é potável (bebê-la por muitos dias pode causar efeito laxante).

A melhor foto

Do alto do Morro do Pai Inácio você faz a imagem clássica da Chapada, mas as cachoeiras da Fumaça e do Buracão também rendem ótimas fotos.

Tempo de visita

São dezenas de trilhas, grutas e cachoeiras. Para conhecer as melhores atrações e todas as cidades do entorno, o ideal é ter de uma semana a dez dias.

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Com ou sem guia

Sempre com guia. Além de não correr o risco de se perder, as belas paisagens do percurso ganham como complemento informações sobre a vegetação e a história da Chapada.

Quando ir

O ano inteiro. No período entre novembro e janeiro chove mais, o que não costuma atrapalhar os passeios. De junho a agosto, época de seca, algumas quedas têm o volume de água reduzido.

Serviço

Guias devem ser contratados nas agências de turismo ou nas Associações de Condutores de Visitantes de cada cidade. O parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes (sede em Palmeiras), 3332- 2418/3332-2310.
 

Em Lençóis

Cachoeira do Sossego (15 m)

Primeiro, as águas deslizam sobre degraus na rocha; depois, despencam num poço largo e profundo, formando uma convidativa piscina. Boa parte do percurso (três horas de caminhada difícil, 7 km só de ida), que começa em Lençóis, é feito sobre pedras, quase sempre beirando o leito do Rio Ribeirão. Na volta você pode incluir no roteiro uma passagem por um grande tobogã natural, formado pela Cachoeira Ribeirão do Meio.
 

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Ribeirão do Meio

É um grande tobogã natural, formado pela própria cachoeira. A superfície é lisa: basta sentar no alto da queda e escorregar até a piscina. Acesso por trilha fácil (40 minutos, 3,5 km) a partir de Lençóis, com barracas que vendem bebidas, salgadinhos e espetinhos.
 

Gruta Torrinha

Conhecer por inteiro uma das grutas mais ricas do país exige preparo físico e certa dose de elasticidade. Há três percursos (de uma a duas horas), mas somente no segundo e no terceiro você observa as formações mais raras. A caminhada começa de forma tranquila até o primeiro salão, que é limite do percurso mais simples e tem formações mais comuns. A partir dele, há trechos em que é preciso se espremer entre blocos de rocha ou andar agachado. É assim que se chega à segunda sala, onde estão as helictites (que desafiam a lei da gravidade) e as curiosas flores de aragonita. A passagem para a terceira e mais impressionante sala, trecho mais cansativo, revela outras preciosidades: a incrível quantidade de finíssimas agulhas de gipsita, depositadas no chão, e uma sequência de 60 m de estalactites. Dá para chegar sem guia até a portaria – a partir dela, um monitor local leva à gruta. R$ 35.

Gruta da Pratinha

Você chega sem guia e deixa o carro no estacionamento – dali, escolhe a pequena trilha ou a tirolesa para descer até o rio de água azul-clarinha, que brota de dentro da gruta e forma uma enorme praia. Segure a vontade de nadar ali e faça a flutuação na parte interna da Pratinha (R$ 20, com snorkel, colete, nadadeiras e lanterna). O guia vai na frente, em um bote inflável, e mostra o caminho pelo túnel inundado onde você vê, debaixo díágua, peixes e formações rochosas. Na saída, a enorme quantidade de peixinhos nadando na água cristalina forma outro belo espetáculo. Perto da Pratinha, com acesso a pé, fica a Gruta Azul, um lago translúcido que ganha tons azulados entre abril e setembro por causa da incidência de raios solares – o melhor horário para conhecê-la é das 14h30 às 15h30.

Morro do Pai Inácio (1 120 m)

Uma subida de 20 minutos – 300 m íngremes a partir do estacionamento – leva a um dos lugares mais tradicionais da Chapada. Do alto você vê as principais formações do parque, como o Morro do Camelo, o Morrão e o Três Irmãos. Deixe para conhecer a atração no fim da tarde, e aproveite o pôr do sol. Como o Morro do Pai Inácio fica no caminho para as grutas Torrinha, da Pratinha e Lapa Doce, os passeios podem ser feitos em um único dia (quem está com carro próprio não precisa contratar guia para este roteiro).

Cachoeira dos Mosquitos (60 m) e Serra das Paridas

Programa para um dia inteiro, reúne banho de cachoeira, almoço preparado no fogão a lenha (opcional) e uma viagem à pré-história. Boa notícia: o caminho até o início da trilha, que antes demorava cerca de 1h30, foi trocado por outro, muito mais curto, de 40 minutos (36 km). A nova via também deixa você mais próximo da trilha – com apenas 15 minutos de caminhada chega-se até o leito de um rio pedregoso. Ali, é incrível a vista do paredão com mata nativa que compõe o cenário da Cachoeira dos Mosquitos (60 m). Uns procuram um poço entre as pedras, outros relaxam sob a queda d’água. Na volta, comida caseira e visita à Serra das Paridas, onde há três sítios arqueológicos com pinturas rupestres. A agência Volta ao Parque (3334-1410) leva por R$ 150 por pessoa (com traslado e almoço).

Trekking Lençóis-Vale do Capão

Caminhada de 25 km (oito horas) com poucos trechos difíceis, que se resumem a subidas e descidas por pedras. A trilha começa em Lençóis e segue pelo caminho usado por tropeiros no século 19. Depois da parada para banho em uma cascata, chega-se a uma elevação a partir da qual se observa a fenda do Boqueirão, um corte entre duas montanhas por onde você ainda vai passar – após a fenda, o relevo fica mais plano. O próximo “passo” é se aproximar do Morrão, um dos cartões-postais da Chapada (a mata queimada, nesse trecho, é reflexo dos incêndios que devastaram a área no início de 2013). A partir dali a trilha segue tranquila, por um vale entre o cerrado e uma estrada de terra que leva ao Vale do Capão.

Em Andaraí

Poço Encantado

É um dos lugares mais incríveis de toda a Chapada. Uma escadaria que desce até a boca de uma caverna conduz a um cenário improvável: um poço de água transparente, que ganha tonalidades azuladas quando o sol incide por uma fenda (banhos não são permitidos ali) – o feixe de luz pode ser observado de abril a setembro, mas a melhor época para vê-lo é nos meses de junho e julho, entre 10h e 12h. Dá para chegar de carro ao local (o acesso é pela estrada para Itaetê, 36 km, 3 km de terra). Para ir na companhia de um guia, informe-se na Pousada Sincorá, 3335-2210.

Poço Azul

A flutuação no poço cristalino que brota de dentro da caverna (de 4 m a 21 m de profundidade) é uma experiência e tanto – melhor ainda se você cair na água entre fevereiro e outubro, das 13h30 às 14h30, quando raios de sol a deixam com tonalidades azuis e revelam formações rochosas incríveis (R$ 15, com colete salva-vidas e snorkel). Dica: antes de mergulhar, reserve o almoço no restaurante da Dona Alice, uma das proprietárias do terreno. A comida caseira, com vários itens regionais, finaliza o passeio em grande estilo. Melhor ir com guia. Acesso pela estrada para Itaetê, 47 km (18 km de terra), 8163-8292/3345-2156.

Fazenda Marimbus

No chamado “Pantanal da Chapada”, a 6 km de Andaraí, as canoas canadenses passam por labirintos entre vitórias-régias e samambaias- d’água. Curtir as flores, o silêncio, observar o trabalho dos pescadores e tomar banho na água limpinha faz o tempo passar rápido – o roteiro dura 2h30 e custa R$ 15. Os donos da Marimbus, os mesmos da Pousada Sincorá (3335-2210), também montam pacotes de um dia inteiro: além da fazenda, você faz uma trilha e conhece a Cachoeira do Rio Roncador e seus panelões de hidromassagem (R$ 110 com guia, almoço e traslado).

Em Ibicoara

Cachoeira do Buracão (90 m)
Conhecer uma das principais atrações da Chapada Diamantina requer coragem. Tudo começa com a belíssima estrada que parte de Ibicoara (28 km de terra precários), de onde se observam enormes montanhas em meio ao clima bucólico das fazendas. O carro fica estacionado no início da trilha, que leva uma hora de caminhada tranquila e acompanha o leito de um rio até o lugar em que você avista a cachoeira por cima – a altura da queda impressiona. Ali começa a descida até a próximas parada: a Cachoeira Recanto Verde, um fino véu d’água que cai entre a mata. É preciso caminhar apenas mais alguns metros para chegar ao cânion onde está a cachoeira. Para vê-la de frente, há duas opções: a pé, atravessado uma pinguela e andando por caminhos estreitos, sempre agarrado ao paredão, ou nadando (o que é muito mais emocionante, apesar da baixa temperatura da água). O cenário impressiona: um buraco no meio da rocha e uma queda de quase 90 m, formando uma enorme piscina de águas escuras. Dá para nadar contra a correnteza, alcançar a queda e receber uma bela massagem natural (os guias, indispensáveis, oferecem colete salva-vidas). R$ 3 (taxa de manutenção).

Em Igatu

Galeria Arte & Memória

O curador Marcos Zacaríades fez o improvável: construiu um museu numa localidade com pouco mais de 300 habitantes. O primeiro espaço, entre ruínas de antigas casas de pedra, reúne utensílios usados por garimpeiros entre as décadas de 30 e 50. O segundo, no belo jardim, é reservado para as esculturas de arte contemporânea. E o terceiro é dedicado a mostras temporárias de artistas brasileiros e estrangeiros. Como todo museu que se preze, a galeria também tem loja e um charmoso café (leia em Comidinhas). Pertinho daqui estão as ruínas da antiga área central do lugar (século 19), conhecido na época como Xique Xique de Igatu (sustentado pelo garimpo, chegou a ter 9 mil habitantes). R$ 2. R. Luís dos Santos (Centro).

Ponto do Amarildo

Amarildo dos Santos transformou a sala de estar de sua casa numa loja bem peculiar, que virou ponto turístico. Empilhados em prateleiras estão doces, balas, garrafas de licor, revistas antigas e os inusitados livros que escreve – feitos à mão, contam a vida do autor, a história da vila e revelam as atrações do lugar (R$ 20). Todos os anos, Amarildo também atualiza o censo de Igatu, contabilizando o número exato de homens, mulheres, crianças, casados, solteiros… A placa “Entre aqui e compre alguma coisa”, pendurada na porta, é um convite irrecusável. R. 7 de Setembro, s/n (Centro)

Mina Brejo-Verruga

É a maior da região, com 386 m cavados manualmente. No trajeto, feito em túneis subterrâneos, você encontra marcas de explosões e trilhas fechadas por desmoronamentos. No interior do salão principal há uma homenagem um tanto bizarra: mais de 20 lápides de argila, cada uma com sua vela, representam garimpeiros falecidos que trabalharam aqui.

Trekking da Rampa do Caim

Caminhada longa e fácil (10 km, 2h30, só ida) que passa por lajeados e tocas de garimpeiros até terminar no Mirante do Caim, com vista para os vales do Paty e do Paraguaçu. É preciso contratar guia.

Em Mucugê

Cachoeirão

Várias quedas d’água, que brotam de um paredão em meia-lua, transformam a paisagem numa cortina de cachoeiras. No inverno, quando elas secam quase por completo, o belo cânion aparece. Na trilha de quatro horas (só ida, sempre com guia) que leva ao topo é preciso transpor uma serra, mas o percurso é feito em terreno plano. A caminhada começa na estrada Guiné-Mucugê, a 46 km da cidadezinha. No trekking do Vale do Paty, muitos guias incluem a passagem pelo Cachoeirão no percurso (leia mais em Vale do Capão).

Cachoeira Três Barras e Cristais

As quedas de 40 m e 70 m formam quase que uma escada gigantesca, e um dos maiores poços para banho da Chapada. A caminhada guiada (2h30, 7 km, só ida) começa em Mucugê, com trechos íngremes, segue pelo curso do Rio Piaba com dificuldade média até a primeira queda e torna-se difícil até a segunda.

Cemitério Bizantino

Ao pé de um grande paredão, na beira da BA-142, uma sequência de lápides brancas, que imitam pequenas igrejas góticas, forma o incrível cemitério de Mucugê. As construções são do começo do século 19, quando surtos de cólera e varíola atingiram o lugar. Com as epidemias, era necessário um lugar distante da cidade para enterrar os mortos – a influência bizantina veio dos compradores de diamantes de origem turca que viviam aqui. Reserve um bom tempo para a visita, caminhe com calma entre as lápides e preste atenção nos detalhes da arquitetura. À noite, os holofotes colorem o cemitério de azul.

Projeto Sempre-Viva e Museu Vivo do Garimpo

No km 92 da BA-142 fica a sede do projeto criado para preservar a sempre-viva – flor típica da Chapada, ameaçada de extinção. A visita, que custa R$ 5, inclui o laboratório de pesquisas, onde há várias espécies, e a trilha em direção às cachoeiras do Piabinha, de cinco minutos, e do Tiburtino, de 25 minutos. No caminho para as quedas fica uma parte do Museu Vivo do Garimpo, que conta a história da extração de diamantes na região. A outra parte, no km 93,5, é uma “toca”, antiga moradia de garimpeiros feita de pedras. Dentro há uma exposição (R$ 3) com objetos usados na lapidação e a réplica do maior diamante encontrado no mundo.

Trekking Mucugê-Andaraí (Vale do Paty)

É outra versão de um dos trekkings mais famosos do país, partindo de Mucugê. A diferença está no primeiro dia: a trilha pode ser a mesma que leva ao Cachoeirão, e você escolhe se quer dormir lá (acampando ou na casa de nativos). Depois, a sequência é idêntica ao caminho que começa no Vale do Capão, com outra visita ao Cachoeirão, agora por baixo da queda. São 70 km, percorridos em quatro ou cinco dias. Imprescindível a contratação de um guia. Leia mais em Vale do Capão.

No Vale do Capão

Cachoeira da Fumaça (380 m)

Terreno íngreme, muitas pedras e falta de sombra caracterizam a caminhada que leva duas horas (6 km) só de ida. Não desanime. Ao chegar à atração, uma das mais procuradas na Chapada, você esquece o cansaço. A paisagem: uma fina cortina de água que despenca por uma abertura no paredão e “dança” de acordo com o vento – por causa da altura, ela vai se desmanchando, e dificilmente tem volume de água suficiente para tocar o chão. Programas clássicos: arrastar-se até uma pedra na beira do precipício, botar a cabeça para fora e ver a cachoeira por cima, além de uma parte do Vale do Paty; ou sentar-se num cantinho e simplesmente contemplar o desenho incrível do cânion. Se sobrar pique, combine com o guia e caminhe mais 6 km para ver a queda de frente. A trilha da Fumaça por baixo é ainda mais desgastante: três dias a partir do Capão, num sobe e desce de serras. Importante: quando chove pouco a queda praticamente seca.

Cachoeiras Angélica e Purificação

O acesso ao Poço da Angélica, piscina natural cercada por mata nativa, é por caminhada leve de 15 minutos a partir da Vila do Bomba, a 8 km do Vale do Capão. O percurso até a Purificação (mais uma hora a pé), pequena queda com águas geladíssimas, passa por trechos mais fechados, repletos de bambus e samambaias. Visita apenas com guia.

Trekking Vale do Capão-Andaraí (Vale do Paty)

O trekking mais cênico do Brasil dura de quatro a cinco dias e tem 70 km. Começa no povoado do Bomba (a 8 km do Capão) e, por uma trilha íngreme e em ziguezague, leva ao alto da Serra do Candombá. Na sequência surgem um grande platô (os Gerais do Vieira) e, lá no fundo, o onipresente Morro Branco. Nos dias que seguem há a subida do Morro do Castelo, a impressionante queda do Cachoeirão e as paisagens fantásticas do vale. O que também faz do Paty um trekking tão especial é a chance de chegar na casa de nativos, repor a energia com comida caseira, bater um papo à luz de lampião e depois descansar numa cama limpinha. R$ 350 (inclui guia e dois pernoites em acampamento, com refeições), mais R$ 80 (dois pernoites em casas de nativos, com café e jantar).

* Veja mais dicas de hotéis, restaurantes e atrações em viajeaqui.com.br
* Conteúdo MÁXIMA/ GUIA QUATRO RODAS

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