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O crochê pode ser um grande aliado para o bem-estar

Mais do que um passatempo, crochetar acalma, previne Alzheimer e alivia o estresse, a depressão e a ansiedade

Por Karla Precioso
Atualizado em 21 jan 2020, 23h16 - Publicado em 5 Maio 2015, 12h43

Falta de ânimo, cansaço mental, monotonia… Dar fim a esses incômodos pode ser simples e prazeroso. Pesquisas comprovam que fazer crochê é uma excelente terapia. A professora Simone Eleotério assina embaixo. “Criar algo com as próprias mãos é a possibilidade de se expressar. É também uma maneira de aumentar a concentração e, assim, conservar as atividades cerebrais a todo vapor, nos mantendo longe de males como depressão e Alzheimer”, diz Simone, que também é consultora da Linhas Círculo. Saiba mais sobre os efeitos positivos do crochê ao corpo e à mente.

Por que o crochê ajuda a curar e prevenir doenças

  • A atividade requer concentração, raciocínio e coordenação motora, o que ajuda a prevenir doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
  • Manter-se intelectualmente ativo também pode afastar a depressão e diminuir a ansiedade.
  • A execução do trabalho altera a química do cérebro, diminuindo os hormônios do estresse e aumentando os níveis de serotonina e dopamina. Essas substâncias são responsáveis pelas sensações de bem-estar e prazer.
  • Os movimentos repetitivos baixam a pressão sanguínea e geram uma sensação de relaxamento. Ainda estimulam a agilidade das mãos.

Nos hospitais, é “remédio”

Alguns hospitais já adotaram a prática do crochê para aliviar a tensão e a ansiedade dos pacientes e de seus familiares. O Hospital Geral de Itapevi, na grande São Paulo, participa do Projeto Tecendo a Vida. O trabalho é feito por voluntários que dão aulas de crochê nos setores de pediatria, ginecologia, psiquiatria e ortopedia. Para Rosana Navajas Barbosa, supervisora da área pediátrica, “a atividade pode tranquilizar o acompanhante, refletindo no bem-estar do paciente”. Ela conta o caso de uma mãe que resistia à internação do filho: “Quando ela passou a frequentar as aulas se tornou mais receptiva e menos agressiva. E a criança reagiu muito melhor ao tratamento”. Especialistas em terapia ocupacional garantem que essa arte-terapia é um método eficiente, já que estimula a criatividade e serve ainda de válvula de escape para aliviar a tensão.

Os benefícios são para todos

Um estudo feito pela Universidade Católica de Brasília comprovou que o hábito de fazer crochê melhora a autoestima dos idosos. Ao se sentirem capazes de produzir algo a partir de uma linha e uma agulha, diminuem-se os impactos do envelhecimento: “Essa atividade é uma ótima ferramenta de recuperação psicológica, social e imunológica dos idosos. Ela permite a liberação de emoções, a melhora da comunicação, o fortalecimento da autoimagem e a redescoberta de seus potenciais criativos”, afirma Maria Heliana Mota Guedes, autora da pesquisa. Fazer crochê também trabalha os músculos e estimula a visão e o tato. E pode ser praticada a partir dos 10 anos.

O artesanato liberta a mente

Fazer crochê diverte, tranquiliza e estimula o desenvolvimento psicomotor das crianças. Escolas também passaram a incluir a prática nas aulas de artes. Segundo a psicopedagoga Silvia Amaral, a ideia é desviar a atenção delas para uma técnica que foge das inúmeras tarefas mentais a que são submetidas diariamente. Dessa forma, os pequenos descobrem outras fontes de prazer e se desenvolvem melhor: “É um processo de libertação. As crianças passam horas jogando videogame. O artesanato ajuda a relaxar e a buscar novas maneiras de se divertir”, diz a especialista.

Homens que fazem crochê: preconceito pra quê?

Quem diz que fazer crochê é coisa de mulher bom sujeito não é. A técnica vem pegando muitos homens pelas mãos. O publicitário João Ricardo de Abrahão, 29 anos, é um deles.

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“Sempre que eu ouvia falar de crochê, lembrava da minha tia-avó, Eva. Pra mim, esse trabalho era coisa só para senhoras. Até conhecer o trabalho do meu amigo artista visual Thiago Rezende, que criou inclusive uma marca, a Homem na Agulha. Na ocasião, ele tinha feito um toy-art (brinquedo artístico feito para colecionar) e achei muito maneiro! Na mesma hora, decidi aprender!

Ele me ensinou os primeiros pontos, mas eu não conseguia avançar além da básica correntinha. Então decidi participar de um workshop de amigurumis (são aqueles bichinhos feitos de crochê que parecem de pelúcia) no Sesc Pompeia, em São Paulo. A partir daí, meus bichos começaram a ganhar vida. Fazer cada um deles alivia minha ansiedade. Pego as lãs e a agulha, me concentro nos pontos e a cabeça vai longe! Fico horas criando… Ver um simples pedaço de lã virar um amigurumi é uma realização.

Quando posto fotos nas redes sociais recebo um monte de elogios. Há quem se espante também. Muita gente ainda acha estranho um homem fazer crochê, mas não me importo. Na verdade, fazer a diferença me motiva! Tanto que já fiz crochê em ônibus, parques e gosto quando as pessoas reparam. O próximo passo é fazer uma blusa bonitona! Vai dar trabalho, eu sei, mas a recompensa será o prazer de vestir algo feito por mim. Isso não tem preço.”

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