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Só há um tipo de palavrão que devemos evitar (mesmo) na frente das crianças

Linguista da Universidade da Califórnia, Benjamin Bergen é um grande defensor do uso de palavrões - mas explica que há um tipo em particular que precisa, sim, ser evitado.

Por Giovana Feix
Atualizado em 21 jan 2020, 04h27 - Publicado em 29 set 2016, 08h24

No fim do ano passado, um estudo divulgado na publicação britânica Language Sciences comprovou algo que poucos imaginavam: longe de “mal educados”, aqueles que incluem palavrões no vocabulário cotidiano costumam ter um palavreado mais sofisticado do que os que não os utilizam com tanta frequência. Esse ano, com a publicação do livro What the F: What Swearing Reveals About our Language, Our Brains, and Ourselves (“Mas que P: O que os palavrões revelam sobre nossa língua, nossos cérebros e nós mesmos“, em tradução livre), o linguista Berjamin Bergen, além de defender o uso dos palavrões por si só, ainda vai além: ele defende que não tenhamos papas na língua nem mesmo quando estamos perto de crianças. Será?

Professor de ciência cognitiva na Universidade da Califórnia, em San Diego, Bergen explica que, claro, xingar as crianças é um tipo de abuso verbal – e não é isso que ele defende -, mas que não existe nenhuma prova científica de que dizer palavrões na frente dos pequenos cause neles nenhum tipo de comportamento agressivo, ou mesmo reações emocionais negativas.

Existe, no entanto, uma exceção: os insultos que envolvem preconceitos. De acordo com um estudo de 2014 feito com 52 estudantes universitários, Bergen explica que a exposição aos palavrões que insultam os LGBTs (em oposição a palavrões “neutros”) fez com que, mais tarde, os alunos concordassem que menos dinheiro deveria ser dirigido à prevenção da AIDS e do HIV. Em estudo semelhante, depois da exposição a esse tipo de ofensa, os participantes passaram a se afastar um pouco mais dos colegas que acreditavam ser homossexuais.

“Em nenhuma ocasião os palavrões [‘neutros’] levaram à violência física”, ele explica, em texto no jornal LA Times. “Ao invés disso, palavras ‘tabu’ foram usadas majoritariamente por razões positivas, por exemplo para o humor, e quase nunca foram usadas por raiva”.

O defensor dos palavrões explica, porém, que para tudo é necessário um equilíbrio. “Até uma criança de dois anos entende que dizer ‘merda’ pode não ter consequências em casa, mas pode levar a uma reação negativa, no supermercado”.

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