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Você sabia que as chinesas não usam absorventes internos?

Menstruação é tabu gigantesco no país, que vai ganhar primeira fábrica de absorventes internos no futuro próximo.

Por Giovana Feix
Atualizado em 21 jan 2020, 05h56 - Publicado em 24 ago 2016, 13h54

Que a China produz e exporta mil e uma bugigangas todo mundo sabe. O que pouca gente sabe é que, por questões culturais, até hoje nenhum absorvente interno foi fabricado na China.

De acordo com a rádio norte-americana NPR, é provável que o país tenha no futuro próximo a primeira fábrica de absorventes internos da história. Isso porque, diante de viagens ao exterior e uma educação cada vez mais ocidentalizada, acredita-se que, aos poucos, as pessoas estejam começando a aceitar esta ideia.

“Não há informação compartilhada de mães para filhas sobre essa questão”, conta Jeremy Ringaud, um francês que exporta absorventes para o país, ao site Advertising Age. “O único lugar a que as chinesas podem recorrer para informação é a internet. É lá que a gente vende, e também onde disponibilizamos informações a respeito. A gente fala sobre como isso vai melhorar a vida delas: ‘você não deve parar de viver só porque está menstruada’“.

As escolas chinesas não abordam ainda esse assunto de forma direta. Muitos acreditam que uma mulher menstruada deve evitar todo contato com a água, já que isso poderia tirar o equilíbrio entre o yin e o yang. É o que explica a antropóloga Susan Greenhalgh, da Universidade de Harvard, em entrevista à NPR. De acordo com ela, a menstruação na China é vista como poluída, como suja. Entre as chinesas, é de fato costume pular atividades como natação quando se está menstruada.

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É justamente por isso que a declaração da nadadora Fu Yuanhui, durante as Olimpíadas, ganhou tanta repercussão. Se, mesmo no Brasil ou nos Estados Unidos, abordar a menstruação no meio esportivo é uma atitude rara, imagina na China? Depois das falas de Fu, muitos chineses demonstraram surpresa na internet: “Uau! Ela tem que nadar mesmo quando está menstruada?”, escreveu um deles.

A venda de absorventes internos (que permite, afinal de contas, que mulheres possam nadar quando quiserem) corresponde a apenas 0,03% do mercado de proteção sanitária no país. O produto chegou à China há vinte anos – e, por todas essas questões, nunca emplacou. Ainda hoje, é super difícil encontrá-lo. Por lá, as propagandas de qualquer tipo de absorvente íntimo são proibidas em horários nobres – por serem consideradas “vulgares”. Atitudes como a de Fu são extremamente importantes, portanto, e representam o começo de um caminho que ainda precisa ser trilhado – na China, mas, de forma mais sutil, também no resto mundo.

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