Como ajudar o filho a escolher a carreira profissional?

Artes, Turismo, Gastronomia, Design ou Medicina... Oriente seu filho a optar pelo curso universitário que tem mais a ver com o perfil dele.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 28 out 2016, 02h36 - Publicado em 18 jun 2014, 22h00

Meu filho, de 17 anos, deverá prestar vestibular no fim deste ano. Mas até agora não decidiu qual curso quer fazer e vive mudando de ideia. Como posso ajudá-lo? (Pergunta enviada por leitora)

Essa hesitação é normal na adolescência, período de grandes mudanças e emoções fortes. “A necessidade de buscar atividades que sejam prazerosas e de tomar decisões gera mau humor e instabilidade, características esperadas nessa idade. A mãe não deve tachar isso como um problema”, afirma o psicoterapeuta Leo Fraiman, especialista em psicologia escolar e autor de livros como Projeto de Vida (Esfera). O fato de hoje existir um leque de profissões muito maior aumenta a indecisão. E já não há máximas consideradas infalíveis. “Não existe mais a determinação de que tal carreira é para homens ou mulheres, por exemplo, nem a certeza de que uma dá dinheiro e a outra não. Tudo é relativo e cada um pode ser o que quiser”, analisa Fraiman. Outro dado: a expectativa de vida cresceu e as pessoas às vezes constroem mais de uma carreira ao longo de sua trajetória. Explique a seu filho que ele não precisa eleger algo para exercer pelo resto dos seus dias, e sim para dar o primeiro passo no mercado de trabalho.

Você deve ter paciência e mostrar-se aberta ao diálogo, deixando de lado preconceitos, julgamentos e respostas prontas. O melhor é influenciar o mínimo possível na decisão, demonstrando, contudo, vontade em ajudá-lo. Para começar, oriente o garoto a elencar as coisas de que mais gosta e aquelas com as quais ele realmente se identifica. “Incentive-o a olhar para as próprias características e descobrir aptidões”, diz a psicóloga Vera Grapiuna, do Colégio Bernoulli, em Belo Horizonte. “A mãe também pode falar das particularidades que observou ao longo do tempo.”

Separe alguns dias para fuçar com seu filho guias e sites sobre profissões. Depois, apresente-o a amigos seus de diferentes áreas, especialmente daquelas que parecem interessar a ele, mesmo que vagamente. Isso permitirá conhecer a rotina, os prós e os contras de várias carreiras. “Fará o garoto ver a realidade, percebendo que o trabalho traz satisfação, mas também pode ter desprazeres”, diz a psicóloga Teresa Oliveira Lima, do ensino médio da Escola Vera Cruz, em São Paulo. Ir a eventos de profissões e orientação de carreira é outra boa pedida.

Inteirados sobre diversas carreiras, façam juntos uma tabela com pontos positivos e negativos das que continuam no rol de interesse. Levem em conta a grade curricular do curso, as possibilidades de atuação mais tarde, a situação do mercado e o perfil desejado. “Às vezes o mais difícil para o adolescente não é escolher, mas precisar deixar de lado muitas opções”, alerta Teresa. Se a dúvida persistir, talvez seja o caso de adiar a universidade e incentivá-lo a se envolver em atividades que proporcionem amadurecimento no ano que vem. “É válido fazer um curso fora do país como exercício de autoconhecimento.”