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“Precisei doar meus óvulos para ser mãe”

A leitora Patrícia Gonçalves foi doadora de óvulos duas vezes para custear seu tratamento de fertilização e, é claro, ajudar outras mulheres que também sonham em ser mães. Ela contou a experiência em depoimento a CLAUDIA

Por Isabella Marinelli
Atualizado em 27 out 2016, 21h26 - Publicado em 15 abr 2016, 15h12

Por duas vezes, a leitora Patrícia Gonçalves doou óvulos para pagar seu tratamento de fertilização. No processo de doação compartilhada, acabou descobrindo que era um ato de amor entregar uma parte de si para outras mulheres que não podiam ser mães. Ela contou a experiência em depoimento a CLAUDIA:

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“Eu era muito jovem, tinha apenas 17 anos, quando fui mãe pela primeira vez. Antes do nascimento do meu filho, Jair, o meu companheiro morreu. O trauma foi muito grande. Em meio à dor e à perda, tomei uma decisão precipitada: ligar as trompas para nunca mais engravidar. Embora minha mãe me alertasse, segui firme para a mesa de cirurgia.

Na infância de Jair, meus pais eram presentes, ficavam com o pequeno para que eu pudesse trabalhar, ajudavam em tudo. Fui tocando a vida. Como gosto muito de cavalos, comprei um animal para provas. Conheci meu atual marido, Joílson, nessa época. Ele era treinador e acabamos nos aproximando. De uma simples amizade surgiu a nossa união – e ela já completou 11 anos de enorme parceria.

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Aos 33 anos, aflorou em mim a vontade de ser mãe novamente. Mas havia a laqueadura como impedimento. Uma colega de trabalho me apresentou a doação compartilhada. Precisei pesquisar na internet. Descobri que, doando parte dos meus óvulos, uma parcela do meu tratamento poderia ser custeada. Era uma grande oportunidade, pois não conseguiria bancar uma fertilização ou mesmo a reversão cirúrgica da ligadura de trompas.

Antes mesmo de conversar com meu marido, sentei com meu filho para explicar sobre o assunto. A compreensão e o apoio dele foram muito importantes. Depois disso, dialoguei com Joílson e comuniquei toda a família. Procurei uma clínica especializada e, então, iniciei a rotina de exames para descobrir se eu poderia efetuar a doação. Era o começo de um processo demorado e difícil. Moro em Macaé (RJ) e a clínica fica no Rio de Janeiro. Precisava sair de casa de madrugada para chegar cedo às consultas, exames e procedimentos. O tratamento me deixou muito ansiosa.

Logo na primeira tentativa de fertilização, tive a felicidade de receber um resultado positivo para gravidez. Entretanto, acabei perdendo o bebê. Foi uma tristeza. Resolvemos tentar de novo e não deu certo. A sensação foi ainda pior. Senti que não seria mais capaz e que daria errado sempre que eu tentasse.

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Entrei em depressão. Encontrava mulheres grávidas na rua e começava a chorar. Eu me perguntava por que não podia viver a alegria da gestação, como aquelas pessoas.

Ao me ver assim, meu marido passou a cogitar a desistência. Ele não queria mais que eu sofresse. A pressão interna só aumentava, eu estava chegando aos 35 anos e, depois disso, não poderia mais oferecer meus óvulos. Eu precisava da doação compartilhada para ser mãe. Sem ela, seria impossível. Minha médica foi meu porto seguro nesse momento difícil. Ela continuou me incentivando a tentar, disse que me ajudaria a viver esse sonho. 

Arriscamos pela terceira vez e, para a nosso prazer, deu certo. O início da gravidez foi complicado. Enfrentei sangramentos, tive medo de abortar mas segui à risca o repouso por três meses, até o quadro se estabilizar. Hoje, no sétimo mês de gestação, só consigo pensar no amor que dedicarei ao meu menino. Estou ansiosa para conhecê-lo.

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Doar óvulos também é um ato de amor. Senti na pele o sofrimento de querer ser mãe e não conseguir. Por isso, doaria novamente. Quero que outras mulheres também possam realizar esse sonho. A quem receber meus óvulos, desejo que possa ser muito feliz com a sua família. Como eu tenho sido com a minha.”

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