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Seu filho quer um bichinho de estimação?

O convívio de crianças com bichos de estimação traz diversas vantagens: ajuda a estabelecer limites, favorece o desenvolvimento de laços afetivos e até protege contra infecções.

Por Lila de Oliveira (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 22h52 - Publicado em 5 Maio 2015, 05h04

O desejo de ter um animal em casa povoa o imaginário de grande parte das crianças, e isso gera muitas dúvidas na cabeça dos pais, especialmente aqueles que mal têm tempo para ficar com os filhos. Entre os receios que surgem antes de encarar a nova experiência, estão desde questões que envolvem as finanças da casa e os cuidados com a higiene até a preocupação com a segurança e a saúde de todos os membros da família.

O que nem todo mundo sabe é que o contato com os bichos é extremamente benéfico para o desenvolvimento do sistema imunológico infantil. Um estudo publicado na revista da American Academy of Pediatrics mostrou que quem convive com cachorros desde cedo tem menos episódios de infecções respiratórias. “As conclusões da pesquisa acabam com o mito de que os animais favorecem o aparecimento de problemas respiratórios”, afirma Ronaldo Lucas, professor de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo.

Também há evidências científicas de que esse convívio diminua as chances de os pequenos desenvolverem alergias. Uma pesquisa do Medical College of Georgia concluiu que crianças expostas do nascimento aos 7 anos a dois ou mais animais têm 50% menos risco de ser acometidas por elas.

Kláucia do Prado Molan, especialista em psicologia hospitalar do Instituto do Coração, de São Paulo, chama a atenção para o fato de que a proximidade com os pets pode ser uma importante aliada em momentos de estresse. “A criança busca se relacionar com seu bichinho em momentos difíceis, e essa interação pode aliviar tensões. Como consequência, é possível que sua pressão arterial e frequência cardíaca se estabilizem”, explica a profissional, que também é professora de psicologia do desenvolvimento da FMU, de São Paulo. “O animal se transforma em um agente de apoio. Ele passa tranquilidade e faz com que o indivíduo se sinta seguro, aliviando o estresse”, acrescenta José Gabel, da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Aliados do desenvolvimento infantil

Os animais são muito importantes para a compreensão e inserção da criança no mundo que a cerca. “Se o introduzidos de forma lúdica e responsável na rotina da casa, tendem a contribuir muito para o desenvolvimento biopsicossocial das crianças”, atesta Maria de Fátima Martins, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, em Pirassununga. Os ganhos vão desde a alegria que o bicho traz ao lar até valores como o respeito a todas as formas de vida, a cidadania e a generosidade.

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A identificação é rápida porque o animal, especialmente o cachorro, costuma ser fiel e leal e não tem a capacidade de julgar o outro – ao contrário dos humanos. “Ele favorece o estabelecimento de vínculos afetivos e pode inclusive ajudar as crianças a se abrir mais”, destaca Aurélio Melo, professor de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo. “A relação com o animal influencia diretamente a socialização do indivíduo, que aprende a ficar atento aos sinais que o outro transmite e desenvolve a empatia”, afirma Kláucia.

É importante ressaltar que, na primeira infância, o ser humano ainda é muito autocentrado e nem sempre consegue distinguir um ser inanimado de um ser vivo. “Por isso, os menores de 6 anos não devem ficar sozinhos com os mascotes, já que podem machucá-los. E nunca se sabe como o animal vai se defender”, alerta Aurélio. Mas, à medida que vão crescendo, as crianças vão percebendo que, assim como nós, os animais têm seus limites, e aprender a respeitá-los será uma lição e tanto. Fora isso, quem tem um bichinho de estimação desde cedo aprende a ter responsabilidade. “É importante que os pais deem tarefas aos filhos e saibam cobrá-los, pois eles precisam diferenciá-los dos brinquedos”, reforça Valéria Oliva, professora do Departamento de Veterinária da Unesp de Araçatuba, que destaca também a autoconfiança que a criança ganha ao ver os resultados de sua dedicação. “Se ela consegue alimentar o bichinho, vai perceber que ele está saudável e engordando”, exemplifica.

Mito ou verdade?

Pets têm ciúmes de bebês.

Verdade. Mudanças de comportamento, urina e fezes em locais proibidos e agressividade podem ser sinais de que o cãozinho está se sentindo preterido. “Já os gatos exteriorizam menos seus sentimentos, mas podem adoecer ou se isolar”, relata Valéria Oliva, professora do Departamento de Veterinária da Unesp de Araçatuba. A veterinária recomenda que, nesses casos, a aproximação seja feita aos poucos e que a família tente não impor mudanças bruscas à rotina do animal.

Quem é alérgico não pode ter bicho.

Mito. De acordo com José Gabel, a alergia ao pelo é rara. “Normalmente, ela se manifesta por causa do acúmulo de poeira e ácaros no pelo”, esclarece. “Os sintomas são coriza e tosse e, às vezes, rinite, asma e bronquite”, diz o médico. Assim, o risco é maior quando o mascote toma poucos banhos, como no caso dos gatos, que praticam a autolimpeza. E aí mora outro perigo, que é a alergia causada pela proteína da saliva dos felinos. O jeito é intensificar a higiene do ambiente – principalmente em cortinas, carpetes e bichos de pelúcia.

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Grávidas não podem conviver com gatos.

Mito. Mas a condição demanda cuidados extras. Segundo Eduardo Cordioli, ginecologista e obstetra da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, a gestante precisa evitar o contato com a saliva do gato e, se manipulá-lo, deve limpar bem as mãos, se possível com álcool. O perigo está no fato de que o felino é o principal hospedeiro do parasita causador da toxoplasmose, e não existe vacina contra essa doença.

Gatos não se dão bem com crianças.

Mito. Não é bem assim. O que os pais precisam ter em mente é que o comportamento dos felinos nem sempre é seguro para a criançada, uma vez que gostam de mordiscar e arranhar. Outro ponto é que a falta de controle preciso dos movimentos pela criança pode assustar o animal e mantê-lo afastado. Mas, em geral, os gatos são muito brincalhões, e os filhotes, em especial, são bem ativos. Eles costumam ser atraídos por objetos brilhantes e que possuam movimento próprio, e aí está sua maior diversão! “Contudo, não dependem da presença humana para essas brincadeiras, diferentemente dos cães, que têm mais prazer em interagir com pessoas”, pondera Valéria. Os gatos preferem estabelecer o contato com os humanos por iniciativa própria.

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