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Aguinaldo Silva solta o verbo!

O autor fala sobre sobre as semelhanças entre 'Fina Estampa' e 'Morde & Assopra' e garante que, em sua novela, os vilões serão punidos!

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 17 jan 2020, 12h46 - Publicado em 29 ago 2011, 21h00

Popular: “Vou sempre onde o povo está. Estou sempre na rua, ouvindo as pessoas, ouvindo o que falam e como falam”, revela Aguinaldo
Fotos: Divulgação/Fabricio Mota

Falando de Fina Estampa, no que se inspirou para criar a protagonista Griselda, que faz serviços masculinos para sobreviver?
Na década de 70 conheci uma senhora portuguesa que morava no bairro de Santa Teresa, no Rio. Ela trabalhava de faz-tudo para sustentar os três filhos. A história ficou guardadinha até 2009, quando a sinopse surgiu.

É uma trama com forte apelo popular. E você gosta muito dessa linha, né?
É que vou sempre onde o povo está (risos). Estou sempre na rua, ouvindo as pessoas, ouvindo o que falam e como falam.

E essa polêmica entre você e Walcyr Carrasco, escritor de Morde & Assopra? No folhetim dele há uma personagem parecida com a da Lília, que é a Dulce… Ambas são rejeitadas pelos filhos… Só que a novela dele começou bem antes…
Na verdade quem contou essa história ao Walcyr fui eu, num jantar em maio de 2010. Aliás, tenho testemunhas disso. Claro que cada um conta uma história de forma completamente diferente. Acho que a personagem da Cassia Kis Magro, que ela faz brilhantemente, beira a debilidade mental. Já a Griselda é “supersafa”, superinteligente, tem receita e remédio para tudo. São completamente diferentes.

Vamos aos vilões! Para você eles sempre devem ser punidos?
Faço questão absoluta disso em meus folhetins. Assim como que as pessoas trabalhem, estudem, saiam de casa, andem de ônibus. Faço questão de que sejam pessoas comuns.

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Até porque, na realidade bandidos devem pagar por seus crimes, né?
Exatamente. Um autor não pode permitir que vilão seja exemplo. Meus vilões, como eu já disse, são como o Tom, o gato que há 100 anos vive tentando comer o rato Jerry e não consegue (risos). A novela tem que ser exemplar porque é vista por 40 milhões de pessoas por dia e você tem de deixar claro a elas que a honestidade e a ética devem prevalecer. E não a anarquia e o caos.

Você tem dificuldades em implantar protagonistas mais maduras quando a TV aposta tanto em beleza e juventude?
Quando você pega uma personagem jovem, até por falta de experiência de vida, ela não pode ter a complexidade de alguém mais maduro. De uns tempos para cá um tipo muito comum é a pessoa que busca fama a qualquer preço. Esse personagem acaba sendo repetitivo, porque não tem muita saída para ele. O papel da Carolina Dieckmann em Fina Estampa, por exemplo, é diferente. É uma mulher ambiciosa, largou o marido e o filho pequeno porque resolveu fugir com um rico. O grande drama dela será, na verdade, quando voltar e encontrar o filho que deixou para trás. Ela vai querê-lo de volta.

Aguinaldo Silva solta o verbo!

Lília Cabral na pele de Griselda. Originalmente, o papel foi pensado para a atriz Glória Pires
Foto: Divulgação

Mas ela não vai se aproximar do pequeno só porque a avó, a Griselda, ganha na loteria?
Sim. Primeiro ela vai tentar vender o filho para a Griselda. É uma bandida. Até aí, não viu o filho e nem quer ver. Mas quando isso acontecer, vai se apaixonar e lutar por ele. Só que ninguém acredita na sinceridade dela. Essa é uma personagem jovem, mas com problemática complexa. Realmente acho os papéis maduros mais interessantes.

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Você também escreve muito sobre o tema família…
Sim. Acho que quando a gente não tem mais nada na vida, nem como se virar, o único apoio é a família. Dou muito valor a ela. Nas minhas novelas os núcleos familiares são muito fortes. Um exemplo é a personagem da Christiane Torloni, a Tereza Cristina, que é uma pessoa péssima, mas adora os filhos. É capaz de fazer qualquer coisa por eles, mesmo sendo a vilã da história.

E o que podemos esperar do personagem do Marcelo Serrado, que viverá o homossexual Crodoaldo?
Não terá nenhuma bandeira gay, até porque os gays estão nas novelas desde que comecei a assisti-las, na década de 80. Ele é um cidadão como qualquer outro, independentemente de sua orientação sexual. Por enquanto é o único homossexual da trama… Mas quem sabe um outro resolva sair do armário (risos).

Meses atrás comentou-se bastante sobre o dilema da escalação do elenco de Fina Estampa. Alguns artistas desistiram antes das gravações… Está realmente cada vez mais difícil fechar um time na teledramaturgia?
Não, é que tem muitas produções. Mas isso é bom. Para os atores, para os autores, todo mundo. Dá muito trabalho realmente, mas depois de meses desse vai e vem de quem pode e não pode, chegamos a um elenco fantástico. Um elenco com o qual qualquer autor ficaria orgulhoso de trabalhar.

Com a desistência de Gloria Pires para o papel da Griselda, foi você quem pensou na Lília?
Fui eu e falei com Wolf Maya (diretor). Fiquei meio em dúvida se a Lília, acostumada a fazer mulheres sofisticadas, aceitaria a Griselda. Mas ela leu a sinopse e incorporou a personagem de uma tal maneira… Tinha de ser ela.

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Você escolheu ambientar a história na Barra da Tijuca por morar no bairro?
Sim. Manoel Carlos inventou o Leblon. Quem sabe não invento a Barra da Tijuca? (risos).

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