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Lady Gaga revela ter doença mental: ‘segredos deixam você doente’

A cantora explicou um pouco mais sobre a condição dela e como ela afeta o dia a dia.

Por Lucas Castilho
Atualizado em 21 jan 2020, 00h54 - Publicado em 7 dez 2016, 18h53

Lady Gaga é uma mulher inspiradora. Um dia depois de revelar sofrer de Estresse Pós-Traumático (PTSD), doença mental desencadeada após a pessoa passar por algum evento chocante, a cantora, em carta aberta, resolveu explicar um pouco mais sobre a condição e como ela afeta o dia a dia dela.

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“É um esforço diário, mesmo agora, regular meu sistema nervoso para eu não entrar em pânico em momentos que, para muitos, são situações do dia a dia, como sair de casa ou ser tocada por estranhos que só querem compartilhar o entusiasmo deles por minha música”, contou a cantora.

De acordo com ela, que desenvolveu a doença, entre outras coisas, pela rotina frenética de trabalho e por um estupro sofrido aos 19 anos, a intenção de compartilhar com o mundo essa condição é acabar com a vergonha que muitos sentem com relação aos distúrbios mentais. “Nenhuma dor invisível deve passar despercebida”, escreveu.

Além disso, para a popstar, o melhor remédio do mundo são as palavras e ela quer continuar cercada (e trazer) amor para todos: “O melhor remédio no mundo são as palavras. Palavras gentis… Palavras positivas… Palavras que ajudam quem se sente envergonhado de uma doença invisível a superar a vergonha e se sentir livre. É assim que eu e nós podemos começar uma cura. Eu estou começando hoje porque segredos te deixam doente, e eu não quero manter esse segredo mais”.

Leia a carta na íntegra:

“Eu tenho lutado por algum tempo sobre como, quando ou se eu deveria revelar o meu diagnóstico de Estresse Pós-Traumático (PTSD). Após cinco anos procurando respostas para minha dor crônica e a mudança sentida no meu cérebro, eu finalmente estou segura para contar para vocês. Existe muita vergonha ligada a doença mental, mas é importante saber que existe, sim, esperança e uma chance de cura.

É um esforço diário, mesmo agora, regular meu sistema nervoso para eu não entrar em pânico em momentos que, para muitos, são situações do dia a dia, como sair de casa ou ser tocada por estranhos que só querem compartilhar o entusiasmo deles por minha música.

Também luto contra disparos dee memórias que eu carrego dos últimos anos em turnê, quando minhas necessidades e pedidos por equilíbrio foram ignorados. Eu estava trabalhando demais e não fui levada a sério quando disse sobre a minha dor e preocupação de que algo estava errado. No fim, acabei machucada na Born This Way Ball. Aquele momento e a lembrança dele mudaram a minha vida para sempre. A experiência de me apresentar noite após noite sofrendo de dores físicas e mentais criaram um trauma em mim revivido quando vejo ou escuto coisas que me lembram daqueles dias.

Eu vivo, também, algo chamado dissociação, o que significa que minha mente não quer reviver a dor, então, eu simplesmente ‘olho para o nada e encaro’, em um estado vago. Como meus médicos me explicaram, eu sou incapaz de expressar meus sentimentos porque meu córtex pré-frontal (a parte do cérebro que controla o pensamento lógico) é substituído pela amígdala cerebral (que armazena as memórias emocionais), fazendo com que eu vá para um lugar de luta ou fuga. meu corpo está em um lugar e minha mente em outro. É como se o acelerador de pânico da minha mente ficasse parado e eu ficasse paralisada de medo.

Quando isso acontece eu não consigo falar. Quando isso acontecesse repetidamente eu tenho uma reação comum de PTSD, que me deixa depressiva e incapaz de ser como eu era antes. É difícil trabalhar. É difícil fazer coisas simples como tomar banho. Tudo é difícil. Pior é quando eu não consigo controlar minha ansiedade, resultando em uma somatização, a dor no corpo causada pela minha incapacidade de expressar em palavras minha dor emocional.

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Mas eu sou uma mulher forte e poderosa ciente de todo o amor a minha volta, seja da minha equipe, família e amigos, seja dos médicos e dos meus incríveis fãs que nunca irão desistir de mim. Eu nunca vou desistir dos meus sonhos, da minha arte, da minha música. Vou continuar aprendendo como transcender isso porque sei que posso. Se você se identifica com o que estou compartilhando, por favor saiba que você também pode.

Normalmente, muitos associam a PTSD como uma condição enfrentada por soldados veteranos ao redor do mundo. Embora seja verdade, quero aumentar a conscientização de que essa doença mental afeta todas as pessoas, inclusive os jovens. Me empenho a não somente ajudar os jovens a não se sentirem envergonhados da condição deles, mas, também, ofereço apoio aos militares e mulheres que sofrem de PTSD. Nenhuma dor invisível deve passar despercebida.

Estou fazendo várias modalidades de psicoterapia, além de tomar os remédios receitados por meu psiquiatra. No entanto, acredito que o mais barato e, talvez, o melhor remédio no mundo são as palavras. Palavras gentis… Palavras positivas… Palavras que ajudam quem se sente envergonhado de uma doença invisível a superar a vergonha e se sentir livre. É assim que eu e nós podemos começar uma cura. Eu estou começando hoje porque segredos te deixam doente, e eu não quero manter esse segredo mais.

Uma observação da minha psicóloga, Dr. Nancy:

Se você acha que pode ter PTSD, por favor, procure ajuda profissional. Existe muita chance de recuperação. Muitas pessoas acham que o evento que estimulou PTSD precisa ser o foco. Ainda assim, as pessoas irão vivenciar o mesmo evento e ter reações completamente diferentes a ele. É minha opinião que o trauma acontece em um ambiente no qual seus sentimentos e experiência emocional não são valorizados, ouvidos e entendidos. O evento específico não é a causa da experiência traumática. Essa falta de um ‘porto seguro’ de sentimentos é a verdadeira causa da experiência traumática. Encontrar apoio é a chave.”

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