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Cassia Kis Magro conta que abriu mão de qualquer vaidade para viver a Dulce

A estrela que vem arrebatando o Brasil com sua renegada mãe em Morde & Assopra abre seu coração

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 17 jan 2020, 15h47 - Publicado em 9 jun 2011, 21h00

“Trato a Dulce como trato todas as personagens que faço. Cada uma tem uma história”, diz Cassia Kis
Foto: Divulgação – Rede Globo

Em sua estreia na TV, na novela Cara a Cara (Bandeirantes, 1979), Cassia Kis Magro contracenava com Fernanda Montenegro. Começava bem, não? De lá para cá foram 20 novelas, sete minisséries, 16 filmes, participações em diversos programas e personagens inesquecíveis, como a Ana Paranhos, de Barriga de Aluguel (Globo, 1990), que aluga a barriga de uma mulher mais jovem para realizar o sonho de ser mãe.

Outro de seus papéis marcantes foi a Maria Marruá de Pantanal (Manchete, 1990), que morre defendendo sua filha e suas terras. E a atriz gosta muito de um episódio do programa Você Decide, chamado Mamãe Coragem (Globo, 1992), cujo dilema de uma mãe é vender ou não uma de suas cinco crianças para salvar as demais. Agora ela emociona o Brasil inteiro com mais uma mãe incrível, a Dulce, de Morde & Assopra, da Globo, uma mulher humilde que se sacrificou para que o filho, Guilherme (Klebber Toledo), estudasse medicina e descobre que ele gastou seu dinheiro e não se formou médico coisa nenhuma. E pior: ele a renega diante da noiva riquinha e da cidade toda.

Sua interpretação é comovente e já vem rendendo apostas de que lhe sobrarão prêmios de melhor atriz do ano. Na vida real, Cássia é mãe zelosa de quatro filhos: Joaquim, 15 anos, e Maria Cândida, 13 (do casamento com o publicitário João Alberto Fonseca); Pedro Gabriel, 7, e Pedro Miguel, 6 (da união com o jornalista Sérgio Brandão). A atriz atualmente é casada com o psicanalista João Baptista Magro Filho.

Corajosa, em 2007 ela revelou sofrer de bulimia e transtorno bipolar, que controla com remédios. E para o atual trabalho esqueceu qualquer tipo de vaidade. Em cena, aparece com roupas simplérrimas, corpo curvado e uma prótese dentária que dá a impressão de uma boca destruída pela pobreza. Um visual totalmente diferente do exibido, por exemplo, na festa da trama de Walcyr Carrasco, na qual surgiu deslumbrante.

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A Dulce tem o poder de emocionar o público… O que a leva a atingir tal carga de dramaticidade?

Trato a Dulce como trato todas as personagens que faço. Cada uma tem uma história, um jeito de se conduzir. Tem trabalho por trás, dedicação, pesquisa, amor pelo que faço. Tem a minha história, a do Walcyr, a do Rogério (Gomes, o diretor de núcleo) e a confiança que eles depositam em mim.

Como foi o seu trabalho para criá-la?

Se você cozinha bem, você é uma artista da culinária, se é um bom arquiteto, é um artista da arquitetura… Um gari pode ser um artista naquilo que faz. Eu sou uma atriz, uma contadora de histórias, e tive a felicidade de ser treinada para isso. Tenho uma ambição: quero ser a melhor atriz do Brasil. E até os meus 65 anos acho que conseguirei (ela tem 53).

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Mas você se inspirou em alguém?

As histórias não caem do céu. Eu fui pesquisar. Quando recebi a personagem, soube que ela era uma mulher muito humilde. Então fui para o Recife (PE) por sugestão do meu marido. Um dia, vi uma mulher empurrando um carrinho na rua. Ela estava de saia branca e blusa pink. Vendia banquinhos, feitos por ela, a R$ 5. Conversamos e a vi de perto, com seus dentes estragados. Meu marido me filmou ao lado daquela mulher, levei o filme para o Projac e disse: “Quero fazer a Dulce assim, com roupa colorida e uma prótese para ficar com os dentes desse jeito”.

E ela é mesmo muito humilde…

Sim, ela achava que tinha um filho que estudava medicina, mas parece que não vai ao dentista há uns 15 anos. É assim que a história vai seguindo, o Walcyr está gostando do meu trabalho e se inspira… E eu gosto do que ele escreve e me inspiro.

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Cassia Kis Magro conta que abriu mão de qualquer vaidade para viver a Dulce

Emoção como Dulce, contracenando com Klebber Toledo em Morde & Assopra
Foto: Divulgação – Rede Globo

A Dulce se anula diante do Guilherme por alguma culpa do passado?

Não acredito. Ela pensa que cometeu enganos por ser ignorante, não ter estudos… Mas ela não é burra e vai começar a se questionar, a se perguntar “onde eu errei?”.

Por que a Dulce faz tanto sucesso?

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Esta é a questão que mais me interessa na Dulce. E também a que interessa ao público. Ela faz sucesso porque discute a relação mais importante no mundo: a familiar. E mais ainda, a de mãe e filho.

E por que tamanho interesse?

Porque na nossa cultura os pais estão virando escravos dos filhos. Porque a Dulce nos leva a perguntar quem errou nesta história toda. Como o Guilherme se construiu assim… Assim como a Dulce, os pais de hoje estão criando monstrinhos dentro de casa!

Você pode dar um exemplo da vida real?

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Agora mesmo, quando fui buscar meus filhos no colégio, vi uma cena destas… Um garoto de uns 6 anos deixou o pirulito cair no chão e a mãe não queria que ele pegasse. O menino começou a morder a mãe, jogou a mochila no chão… E ela dizia: “Espera até a sua irmã sair da escola que eu compro outro pra você”. Mas ele continuou mordendo a mão dela. O que ela fez? Foi comprar outro pirulito. Os pais de hoje estão criando manipuladores cruéis que os tratam como se fossem lixo. Ou a gente abre bem o olho em cima dos nossos filhos ou tudo se perde.

Como você é com seus pequenos?

Agora mesmo estou às voltas com o Joaquim, que andava deixando o estudo para jogar videogame. Então tirei o game até ele jogar menos e recuperar o gosto pelo estudo. Filho requer muita atenção.

Educar não é nada fácil, mesmo!

Costumo dizer: se você não quiser ter trabalho, não tenha filhos. Ter filhos exige estudar, pesquisar. Quem tem filho se ocupa e se preocupa a vida inteira. Arrumar filho é uma encrenca maravilhosa!
 

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