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Médico comenta procedimento em parto que Bela Gil afirma ter arruinado sua vida sexual por um ano

Nem só de receitas saudáveis é feito o canal da chef baiana no Youtube. Em sua nova série de vídeos sobre maternidade, a apresentadora compartilhou sua experiência ao parir sua primeira filha, Flor, de 7 anos. Bela confessou que a episiotomia, realizada quando tinha 20 anos, arruinou sua vida sexual. Entenda esse procedimento e saiba quando é necessário.

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 14h37 - Publicado em 20 out 2016, 09h32

A chef e apresentadora Bela Gil estreou, neste mês, uma nova série em seu canal no Youtube sobre maternidade. Mãe de Flor, de 7 anos, e Nino, de apenas três meses, a baiana surpreendeu em sua primeira transmissão feita ao vivo ao afirmar teve sua vida sexual profundamente abalada após ter sido submetida à episiotomia na primeira vez que deu à luz, aos 20 anos. “Quando você está em um hospital, há mais chances de passar por intervenções médicas (durante o parto). Existem vários tipos de intervenções, como a episiotomia. Se você não tem necessidade de fazê-la, não faça, porque isso pode arruinar sua vida sexual por um ano. Foi o que aconteceu comigo”, declarou.

O ginecologista e obstetra Dr. Ricardo Luba explica que esse procedimento cirúrgico –  que compreende um corte na região do períneo (localizado entre a vagina e o ânus) –  é rotina para alguns profissionais, mas não para a totalidade: “Todos temos uma autonomia para realizar o seu trabalho. Mas, dentro da medicina, há sempre um protocolo pré-definido para evitar ao máximo erros médicos”, explica sobre a tomada de decisões por parte da equipe. 

Algumas pessoas, assim como Bela Gil, defendem que a episiotomia é uma violência obstétrica, no entanto, Dr. Ricardo pondera “algumas mães confundem violência obstétrica com seu modelo ideal de parto que, muitas vezes, não é possível de ser realizado”. Ele ainda explica que existe um planejamento chamado de “Plano de Parto” para que, em eventuais emergências, as atitudes tomadas pelo médico estejam de acordo com os desejos da parturiente. 

“Esse corte é usado para evitar que o bebê sofra caso demore muito a nascer –  o chamado sofrimento fetal –, pois acelera o processo. Por isso, é importante ter bem claro o que pode ou não ser feito no seu plano de parto, para que o médico possa tomar uma decisão rápida”, defende. O sofrimento fetal pode ter consequências graves para o bebê, e por isso deve ser evitado. 

Leia também: Episiotomia: quando é necessário fazer o corte no períneo? 

Além disso, Dr. Ricardo ressalta que, caso a episiotomia seja descartada e haja real necessidade de sua realização, as consequências para a mulher podem ser ainda pior. “Este procedimento é feito quando o canal da vagina é muito estreito para a passagem do bebê, com a função de proteger a bexiga, uretra e reto da mãe. Se a cabeça do bebê for muito grande, por exemplo, pode ocorrer a laceração do períneo [sem o controle possibilitado pela episiotomia]”, conta, “então a mulher pode ter problemas como uma lesão no  esfincter retal, provocando incontinência fecal, uma vez que a ‘lesão controlada’ do procedimento cirúrgico não foi feita.”

“A cicatrização demora este período que a gente costuma chamar de quarentena, tempo necessário para que os pontos sejam reabsorvidos. O que acontece com frequência é que algumas pacientes se queixam de um ponto específico feito na musculatura. Este pode desenvolver uma dor aguda, que pode evoluir para uma dor crônica. Geralmente, há um incômodo pelos próximos 2 ou 3 meses quando a mulher vai abaixar, praticar esportes, ter relações sexuais”, elucida o obstetra. 

Mas o ginecologista alerta: “Quando você faz o procedimento em uma paciente que não gostaria de ter sido lesionada, ela se sentirá violentada. Por isso que muitas mulheres têm dificuldade para reatar sua vida sexual, não somente pela dor de uma cicatriz, mas por uma questão emocional bem mais profunda e problemática.”

O plano de parto é fundamental para que a mulher se sinta protegida e acolhida durante a gravidez até o momento do parto. É verdade que existem diversos procedimentos na medicina que não são naturais e, em alguns casos, desnecessários. Porém, em situações de emergência, eles podem ser fundamentais para o bem-estar da mãe e do bebê. Lembre-se de conversar com seu médico para que o parto supra todas as suas expectativas. “Normalmente, os casos de violência obstétrica acontecem justamente pela falta de diálogo entre o profissional e a paciente, por isso é tão necessário que a mãe e o médico sejam sinceros e diretos. É fundamental que haja empatia de ambos os lados. e ficar atenta se vocês têm decisões muito diferentes, caso sim, procure outro profissional que realize um trabalho mais próximo do ideal para você”, completa o ginecologista.

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