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Possível causador da microcefalia, vírus zika pode se espalhar por todo o Brasil

Saiba mais sobre o surto que está assustando o Nordeste

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 out 2016, 14h38 - Publicado em 19 nov 2015, 14h04

Em coletiva, o Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (17) que os casos de contaminação por zika vírus registrados no primeiro semestre são a “principal hipótese” para explicar o aumento da ocorrência de microcefalia na região Nordeste.

O zika é da mesma família do vírus da dengue, porém menos agressivo, e foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril deste ano.

A hipótese da relação entre o zika vírus e a má-formação genética ganhou força porque o micro-organismo foi identificado em duas gestantes da Paraíba. Elas apresentaram sintomas da infecção durante a gravidez e carregam bebês com microcefalia confirmada. Através de exames laboratoriais o vírus foi encontrado no líquido amniótico, que envolve o bebê na gestação.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, disse que a relação entre o vírus zika e a microcefalia “é inédita no mundo” e não consta na literatura científica até o momento. “Nossos cientistas, cientistas do mundo que se interessarem, devem nos ajudar a provar essa causa e efeito.”

 Por enquanto, as gestantes devem prosseguir normalmente com o pré-natal e não devem tomar nenhum medicamento sem orientação.

Até agora, o Ministério da Saúde registrou 399 casos de microcefalia. Pernambuco é o Estado com maior número de diagnóstico da má-formação, 268.

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O Ministério da Saúde estuda adotar um manual com orientações para gestantes e obstetras com conselhos para uma gravidez segura e informações sobre exames que podem ser feitos. O governo de Pernambuco trabalha na execução de um manual para profissionais do Estado, que concentra o maior número de casos da doença.

Em outros estados já vem sendo tomadas medidas preventivas. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro tornou obrigatória a notificação de grávidas com manchas vermelhas na pele. Os casos devem ser informados à SES em até 24 horas depois de a paciente ter procurado o atendimento médico.

A secretaria informou ainda que prepara campanha de prevenção e combate a focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika vírus, da dengue e também da chikungunya.

Tire suas dúvidas sobre a microcefalia:

 

O que é microcefalia?

É uma má formação do feto. O bebê com microcefalia nasce com crânio menor que o tamanho normal. Não é possível reverter a microcefalia, mas é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança, com fisioterapia, tratamento fonoaudiológico e terapia ocupacional.

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Quais são as consequências da microcefalia?

Elas variam de acordo com as áreas do cérebro atingidas, mas nos casos mais graves, os bebês apresentam atraso mental profundo e paralisia. Podem ser identificados também problemas motores, auditivos, de visão e epilepsia.

Quando os problemas podem ser identificados?

O diagnostico pode ser feito, em geral, ainda durante a vida intraulterina, via ultrassom. É considerado com microcefalia o bebê que apresenta circunferência da cabeça abaixo dos 32 centímetros em bebês não prematuros.

Quem planeja engravidar deve adiar os planos?

Em coletiva, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, chegou a sugerir que mulheres discutam com seus familiares e com profissionais de saúde antes de engravidar e, em alguns casos, adiem os planos. “Nosso papel é oferecer informações para que pessoas tomem suas decisões. Hoje podemos afirmar que há uma relação muito importante do vírus da zika e o aumento de casos de microcefalia. Mas não podemos quantificar o risco de que isso possa acontecer. Esse é um conhecimento novo”, declarou.

O doutor Paulo Breinis, neurologista infantil do Hospital São Luiz Jabaquara, acredita que ainda é cedo para adiar o sonho de ter um filho, mas é necessário ter cautela. “Uma vez que a ligação entre o vírus e a microcefalia for comprovada, aí sim as mulheres que vivem em regiões endêmicas para zika devem repensar a decisão de engravidar agora”, alertou.

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Como ocorre  a infecção pelo vírus zika?
 

Assim como o vírus da dengue, o zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e não tem cura ou vacina identificada até o momento.

 

Como prevenir?

 

A principal ação é acabar com os criadouros do mosquito transmissor. “Havendo qualquer suspeita, que se evite o contato com pacientes infectados e com os mosquitos transmissores de dengue e zika. A gente sabe que não é fácil, senão não teríamos epidemias. Mas, pode ser objeto de esforço especial durante a gestação”, disse Maierovitch.

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Breinis alertou que a gestantes devem evitar o contato com pessoas que tenham sintomas — como manchas pelo corpo e coceiras —, não tomar medicamentos sem a orientação do médico e evitar ao máximo contato com mosquitos. Entre as medidas listadas estão: usar roupas de manga comprida e repelentes indicados para gestantes. Em casa, usar tela de proteção nas janelas.

 

O vírus pode se espalhar por outras regiões do Brasil?

“Com toda certeza. Isto é natural. Doenças transmitidas por mosquitos são de rápida dispersão”, explica Breinis. Segundo ele, além do transito de pessoas ser um agente facilitador, o Aedes aegypti está presente em várias partes do país. Ele afirma que, comprovada a associação do vírus com a má-formação, é preciso redobrar os esforços para o problema não se espalhar por outros Estados. Rio de Janeiro e São Paulo apresentam altos índices de criadouros do Aedes aegypti, mosquito vetor, e nos dois estados já foi identificada a circulação do vírus.

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