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Exposição ao sol ou suplementação: como garantir a produção de vitamina D?

Médico norte-americano sugere método para tomar sol, mas dermatologistas discordam

Por Stefanie Silveira (colaboradora)
Atualizado em 21 jan 2020, 17h24 - Publicado em 28 out 2015, 16h22

A maioria de nós passa o dia em locais fechados, sejam escritórios, shoppings, nossa própria casa, locais de trabalho diversos. O pouco sol que tomamos é durante o trajeto de ida para o trabalho e, às vezes, durante o almoço. Essa exposição, no entanto, muitas vezes é feita com o uso de filtro solar. E é essa soma de fatores que está fazendo grande parte da população sofrer de deficiência de vitamina D na atualidade, de acordo com o médico Michael F. Holick, autor do livro “Vitamina D: Como um tratamento tão simples pode reverter doenças tão importantes”.

O tema é polêmico. Holick sugere que se faça um cálculo com dois passos. Calcule quanto tempo você leva, normalmente, para conseguir uma cor rosada na pele quando se expõe ao sol. Depois disso, sem protetor solar, exponha os braços e as pernas por entre 25% a 50% do tempo estimado, de duas a três vezes por semana. Depois disso, deve-se aplicar o protetor solar normalmente. Se a pessoa estiver usando roupas de praia, o tempo de exposição deve ser reduzido em duas a três vezes, pois a área exposta será muito maior.

Em seu livro, Holick explica em tabelas que unem os tipos de pele, as estações do ano de acordo com o hemisfério e o horário do dia, quanto tempo a pessoa deve se expor ao sol para garantir a produção de vitamina D necessária. O melhor horário para a produção da vitamina é entre 10h e 15h.

Isso porque, para produzir vitamina D, precisamos de radiação UVB, abundante justamente nesse horário. A médica Flávia Ravelli, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que o problema com a recomendação de Holick é a grande quantidade de câncer de pele diagnosticada no país.

“Sabendo que um em cada quatro cânceres diagnosticados em nosso país é um câncer de pele, a Sociedade Brasileira de Dermatologia não recomenda a exposição solar intencional para a produção de vitamina D, exceto sob prescrição médica para casos específicos”.

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A médica Marise Lazaretti Castro, especialista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, reitera o risco do câncer de pele e explica que, por isso, em alguns casos, é preciso optar por suplementos. Segundo ela, quando se suplementa vitamina D em comprimidos ou gotas, não é necessário tomar sol.

“De maneira geral, para a maioria das pessoas, o sol seria uma fonte suficiente, desde que se tome banhos de sol diários, por cerca de 15 minutos, com braços e pernas expostos. Mas, para alguns grupos de pessoas, somente a exposição pode não ser suficiente. Nesses grupos incluem-se os idosos, aqueles que usam medicamentos anticonvulsivantes, e os que possuem problemas de absorção intestinal, como as pessoas que fizeram cirurgia bariátrica, por exemplo.”

Segundo Marise, todos os idosos deveriam suplementar vitamina D, pois a pele perde a capacidade de produção ao longo do tempo. Além disso, a dieta habitual brasileira permite que se obtenha somente de 1/5 a 1/10 da necessidade diária de vitamina D.

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Apesar de indicar a exposição ao sol, Michael F. Holick não é contrário à suplementação de vitamina D. Pelo contrário, o médico sugere que as cápsulas devem ser tomadas por quem precisa, pois a falta de vitamina D é responsável por diversos problemas de saúde. Segundo ele, garantir bons níveis da vitamina no organismo pode prevenir osteoporose, câncer de pâncreas, próstata, mama e ovário, doenças infecciosas e respiratórias, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, diabetes, esclerose múltipla, depressão, TPM, insônia e mal de Alzheimer.

De qualquer forma, o melhor será procurar um médico para verificar os níveis de vitamina D no organismo.

“A maior parte das pessoas obterá a vitamina no dia a dia, através de curtos períodos de exposição solar não intencional. Para aqueles que não conseguirem obter dessa forma, a suplementação através de cápsulas está indicada. Exposição solar intencional somente para casos específicos. No atual momento, devemos nos preocupar mais com os riscos da exposição solar do que com os riscos da não exposição”, diz a dermatologista Flávia Ravelli.

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