A musa do rodeio – Conto de Amor e sexo
Inseparáveis desde pequenas, Ana Carolina e Vera vivem no interior. Aos 14 anos, Ana fica com um garoto por quem Vera se apaixona na hora!
Ana fica com um garoto por quem Vera se apaixona na hora!
Foto: Dreamstime
Ana Carolina e eu crescemos numa cidade do interior de São Paulo. Fazíamos quase tudo juntas. Aos 24 anos, se eu não fosse loira e ela morena, diriam que éramos gêmeas. E, na maioria das vezes, era como nos sentíamos – embora nossos pais fossem diferentes. Nosso primeiro contato aconteceu na igreja, onde a mãe dela, dona Maria, conheceu a minha, Laura. As duas – que, por coincidência, eram separadas – logo viraram grandes amigas. E suas filhas também.
Demos um festão quando fizemos 14 anos. Chamamos todos da escola para um baile na garagem de casa. Com os hormônios a mil, queríamos namorar e desvendar os mistérios do sexo com os moleques que há tempos desejavam o mesmo conosco.
“Vera, essa calça está justa demais em mim?”, me perguntou ela, diante do espelho do seu quarto. Ri. Estava… mas nós podíamos! “Vamos arrasar hoje”, brinquei, passando mais gloss nos lábios. Quando o relógio marcou 20 h, o povo começou a chegar. Nossas mães, que monitoravam a festa da casa vizinha, proibiram álcool. Mas os meninos levaram escondido. Dinho, o mais velho deles, até já fumava. E achávamos aquilo um charme só. Tão bobinhas…
A casa encheu logo. A maioria dos meninos usava chapéu de caubói. Afinal, o rodeio de nossa cidade era famoso, a maior atração turística da região. As meninas vestiam calça justa e cinturão. No som emprestado de um amigo, Leonardo, Zezé e Chitãozinho…
“Quer dançar, Vera?”, me perguntou Bráulio, um garoto franzino da escola. Aceitei, pois ninguém ainda havia me tirado para dançar. Ele falou algo ao pé do meu ouvido e senti um mau hálito daqueles! Dei uma desculpa e caí fora. Então, Júnior me puxou para a pista de dança. Safaaado! Assim que nossos corpos se colaram, senti que ele estava excitado. E o desgraçado dando um jeito de me roçar! Rapidinho eu o dispensei…
“Viram a Ana Carolina por aí?”, perguntei para umas amigas. Márcia apontou um corredor escuro. Lá, vi dois vultos: minha melhor amiga e um rapaz. “Melhor deixá-los em paz!”, pensei. Mas o coração, às vezes, prega umas peças estranhas e decidi olhar novamente o casal. O moço que ela beijava era alto, magro, cabelos cacheados e sabia fazer a coisa. Senti-me muito mal quando notei que estava atraída pelo ficante da minha melhor amiga. Aquilo, talvez, poderia ser o início de nossa primeira disputa na vida…