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Alguém como eu – conto de Amor e Sexo

Edson e a professora primária Márcia se conhecem na academia. No primeiro encontro já vão para a cama. Ela não vê nada demais na transa, mas ele se apaixona e propõe casar. Márcia confessa: não pode aceitar, pois ama uma colega

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 20 jan 2020, 14h22 - Publicado em 7 dez 2010, 21h00

Quando foi pedida em casamento, Márcia 
assumiu que é bissexual
Foto: Getty Images

Edson era, sem dúvida, um homem bom. Quando nos decidimos pelo noivado, tornou-se ainda mais dedicado. Adorava me levar para jantar em bons restaurantes, dava ótimos presentes e, vez por outra, fazia a gentileza de me apanhar na saída da escolinha onde eu dava aula. Um homem perfeito. Mas não para mim.

Bem, antes de desandar a contar toda a história, acho melhor me apresentar… Eu me chamo Márcia. O nome pode ser comum, mas, acreditem, não sou uma pessoa convencional. Mais para a frente vocês entenderão o porquê. Voltando ao meu noivo. Nós nos conhecemos numa situação muito engraçada. Havia dois anos, eu treinava artes marciais numa academia perto de onde moro. Ele também.

Nosso primeiro encontro aconteceu na lanchonete. Lá, falávamos das lutas, de nossas habilidades, até que um dia rolou. Fomos para a cama. Nada excepcional. O.K., eu também não esperava que fosse algo assim… “uau”. Foi bom, simplesmente. No dia seguinte, Edson começou a me assediar de verdade. Não tardou para que cestas de café da manhã chegassem à minha casa. Eram lindas.

Durante dois meses, recebi uma por semana. Nos bilhetinhos que mandava, as dedicatórias nunca se repetiam. Começaram com um “gosto muito de você”; passaram para “sou louco por você”; e, finalmente, um dia foram assinadas com um assustador “eu te amo’. Na minha cabeça, não conseguia entender como alguém que me conhecia havia tão pouco tempo poderia me amar. Eu não o amava. No fundo, ele sabia disso.

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“Márcia, quero me casar com você”, disse, seis meses após aquele primeiro encontro na lanchonete da academia. Dei uma gargalhada mais alta do que deveria. Ele sacou que havia alguma mensagem a decifrar naquela reação. “Por que essa risada?”, perguntou, mais sério do que de costume. Respondi com um sorriso para lá de amarelo. A primeira vontade que tive foi de escancarar que não o amava e ponto final. Mas tive medo de que, magoado, ele armasse um escândalo.

Pensei, então, em enrolá-lo com aquelas frases cheias de clichês, do tipo “ah, o problema sou eu”, ou a surradíssima “não o mereço; você precisa encontrar alguém melhor do que eu”. Mas, talvez, ele já as tivesse ouvido demais durante toda sua vida e ficasse com vontade de praticar alguns golpes de judô comigo, sem que eu quisesse. Decidi pedir um tempo antes de dar a resposta. Pelo menos teria alguns dias para pensar em algo que o fizesse desistir de subir ao altar comigo.

Passei aquela semana inteira sem conseguir me concentrar direito no trabalho. “Sim, pode misturar a massinha amarela com a branca e passar cola!”, disse, distraída, a uma das meninas do pré-primário. Edson me ligava para o celular de meia em meia hora. Aquilo passou a me irritar. Bastante mesmo! Marquei com ele na lanchonete onde sempre íamos. Naquele dia, caía uma tempestade infernal em São Paulo. Óbvio que me atrasei. Quando cheguei, toda molhada, logo o avistei. Com seu corpanzil e seus cabelos espetados. Ele sorriu, ansioso.

Depois do primeiro gole de chope e de uma profunda tragada no meu cigarro, que há tempos queria largar, tomei coragem e o encarei. “Edson, eu não posso me casar com você por uma única razão… Sou bissexual e estou apaixonada por uma professora da escola!”, disse, de uma vez. Ele derrubou o copo no chão e me olhou como se estivesse diante de um alien em visita ao planeta Terra. E foi assim que começou o caso de amor mais lindo e complicado de toda a minha vida.

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