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10 atitudes tóxicas que passam por normais em um relacionamento

Alguns hábitos são comuns há muito tempo, mas nem por isso são bons

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 17 jan 2020, 09h59 - Publicado em 23 jan 2018, 22h54

Relacionamentos em que tudo sejam flores o tempo todo são muito raros – se é que realmente existem. Mas, quando há respeito, duas pessoas encontram o seu equilíbrio e vivem bem com os altos e baixos comuns do convívio de um casal.

Só que existe um porém: atitudes tóxicas às quais muitas vezes se faz vista grossa vão desgastando a relação pouco a pouco. São coisinhas do dia a dia, dessas que acabam passando por normais “porque todo mundo faz”, como trazer pisadas na bola do passado à tona no meio de uma discussão ou querer que um tenha as senhas de emails e redes sociais do outro.

Conversamos com a psicóloga e terapeuta familiar e de casal Marina Vasconcellos, que atende um grupo de Amor Patológico no PRO-AMITI (Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso) do Hospital das Clínicas de São Paulo, e com a psicanalista Cristiane M. Maluf Marin, especialista em terapia de casais e palestrante sobre codependência, para saber quais são essas atitudes vistas como banais e de que forma elas podem ser tóxicas. Fique esperta!

Fazer piadinhas sobre o parceiro/a parceira em uma roda de amigos

Por que é visto como normal: Faz parte do humor brasileiro zoar de leve as pessoas com quem se tem intimidade. Apontar defeitos ou dar destaque para coisas que deram errado para os outros é visto como gracinha, como descontração.

Por que pode ser tóxico: Porque as chances de a pessoa alvo da ~brincadeira~ se sentir humilhada são enormes. “Isso expõe fraquezas e deixa a pessoa vulnerável. É uma invasão de privacidade humilhante”, afirma Marina. Cristiane alerta que “a vítima pode se forçar a acreditar que é realmente brincadeira, enquanto aquilo está lhe fazendo mal e pode ser um gatilho para ansiedade, depressão e até síndrome do pânico”.

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Pedir um “relatório” do que a pessoa fez ao longo do dia

Por que é visto como normal: Porque passa por uma demonstração de que a pessoa que pede o relatório está interessada na vida da outra.

Por que pode ser tóxico: Quando a pessoa quer saber com quem o parceiro ou a parceira almoçou, tomou café, conversou, trocou mensagens e todos os detalhes, tintim por tintim, do dia, pode acender o alerta de megacontrole e falta de confiança. Embora sejam um casal, as duas partes podem e devem ter as próprias vidas e guardar passagens do dia só para elas.

Relembrar pisadas de bola passadas durante discussões

Por que é visto como normal: Porque a memória da relação pode ter o lado bom e o lado ruim, na opinião da maioria das pessoas.

Por que pode ser tóxico: Problemas têm que ser resolvidos na hora em que acontecem e pronto, acabou. Não finalizá-los e trazê-los à tona depois desvirtua a discussão atual e faz mais um assunto – o motivo da discussão de agora – ficar sem solução satisfatória.

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Tentar compensar erros e esquecimentos com presentes e viagens

Por que é visto como normal: Passa por arrependimento genuíno, por uma vontade do fundo do coração de agradar à vítima da mancada, quase um sacrifício nesse sentido.

Por que pode ser tóxico: Porque muitas pessoas acabam apelando para esse recurso sem sequer tentar resolver de verdade o problema. “Você não vira a página de um livro sem entender o que está escrito nela. Não adianta fingir que não aconteceu. O ideal é colocar tudo em pratos limpos, resolver”, diz Cristiane. E depois, se for o caso, dar o presente ou fazer a viagem, porque um agrado sempre é bem-vindo.

“Eu trouxe um presente para você”

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Perceber que algo precisa ser discutido e deixar para depois

Por que é visto como normal: Porque muita gente prefere evitar discussões acreditando que, assim, está poupando o relacionamento. Na maior parte das vezes, essas questões acabam nunca sendo debatidas.

Por que pode ser tóxico: Porque os problemas têm que ser resolvidos quando estão quentes ou, pelo menos, mornos. Se eles forem deixados de lado, pode ter certeza de que em algum momento virão à tona de forma desajeitada – no meio de uma outra discussão nada a ver, como colocado ali em cima. Ou então, pior ainda: se acumularão até se transformarem em um monstro. É como diz o ditado: não se tropeça na montanha, mas sim nas pedrinhas do caminho.

Não dar um toque quando ele ou ela erra

Por que é visto como normal: Apontar defeitos ou erros de forma prática, na nossa cultura, é considerado uma ofensa. Então, se alguém deixa de fazer isso em relação ao parceiro ou à parceira, é praticamente um sinal de consideração e respeito.

Por que pode ser tóxico: Porque não saber onde está errando pode impedir que uma pessoa melhore e cresça. Se não pudermos contar com as pessoas com quem temos intimidade para isso, contaremos com quem?

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Deixar as decisões – pequenas ou grandes – nas mãos do outro

Por que é visto como normal: Porque algumas pessoas são um pouco mais acomodadas mesmo. E porque muitas vezes veem isto como uma forma de impedir discussões e impasses por causa de coisas como o sabor da pizza.

Por que pode ser tóxico: Porque normalmente esse comportamento não se restringe a pequenezas como o sabor da pizza. Decisões como o lugar para passar férias e a casa ou apartamento onde o casal vai morar ficam sob a responsabilidade de um, enquanto o outro que abriu mão de opinar vai se anulando aos poucos. Com o passar do tempo, essa pessoa terá dificuldades grandes para tomar pequenas decisões sozinha. E sempre haverá um momento na vida em que isso será necessário.

Querer que um tenha as senhas de emails e redes sociais do outro

Por que é visto como normal: É considerado um sinal de que um pode confiar plenamente no outro, uma prova de amor e fidelidade.

Por que pode ser tóxico: Porque quem sugere isso quer controlar o outro e não confia em seu par. “Todas as pessoas precisam ter um mínimo de privacidade, independentemente de estarem em um relacionamento. Isso é uma invasão de privacidade enorme”, afirma Marina. Cristiane concorda: “Quando a gente ama, é claro que a gente cuida, como já diz a música. Mas tudo tem um limite. Querer acesso a senhas desta maneira passa de todos os limites. Isso já é patológico.”

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(Bojan89/ThinkStock)

Marcar compromissos de casal sem checar se ele ou ela pode

Por que é visto como normal: Porque o casal, em teoria, tem que estar sintonizado a ponto de um saber da disponibilidade do outro. Também porque um sempre espera que o outro cancele os próprios planos por causa dos compromissos assumidos sem ser consultado.

Por que pode ser tóxico: Toda pessoa tem uma vida particular independente do relacionamento e nem sempre poderá abrir mão de algo por causa de um compromisso marcado pelo outro. Uma reunião ou uma viagem de trabalho, por exemplo, pode ser mais importante que sair com os amigos do mozão ou da mozona numa quinta à noite. Quando isso acontece, as chances de a situação gerar decepção e desgaste são enormes. Por isso, sempre é bom conversar antes de decidir por um programa de casal dessa forma.

Um chamar o outro de apelidos como “Vida” e “Tudo”

Por que é visto como normal: Porque é romântico, fofo, nhoim.

Por que pode ser tóxico: Se for condizente com o modo de vida do casal, ok – embora seja só um pouquinho exagerado dizer que outra pessoa é sua própria vida. Mas se for um casal que tem conflitos e que briga, chamar de Vida ou de Tudo pode levar uma das partes (a mais fraca psicologicamente) a se anular por causa da outra.

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