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Homens veem mulheres líderes como ameaça à masculinidade, diz estudo

A ciência resolveu pesquisar o que a gente já desconfiava há muito tempo

Por Júlia Warken
Atualizado em 21 jan 2020, 19h49 - Publicado em 13 ago 2015, 14h15

A gente convive com essa realidade no dia a dia. O machismo velado (ou descarado mesmo) no ambiente profissional é uma realidade em todos os setores. Ainda tem muito homem que não aceita que lugar de mulher é onde ela quiser. Publicado há poucas semanas pela Society of Personality and Social Psychology, um recente estudo sobre o tema confirma o que a gente já sabia: homens preferem se reportar a outros homens no trabalho e sentem-se diminuídos frente a mulheres em posições de liderança.

O estudo

A pesquisa, realizada numa parceria entre Itália e Estados Unidos, ocorreu em três etapas. Num primeiro momento, 76 homens e mulheres simularam uma entrevista de emprego via email. Alguns foram entrevistados por uma contratante do sexo feminino, outros por um do sexo masculino. Observou-se que, frente à entrevistadora mulher, os homens foram menos ousados na pretensão salarial e buscaram sempre dar respostas assertivas. Dentre as mulheres entrevistadas, não se notou variação significativa no comportamento.

Na segunda parte do estudo, 68 homens simularam uma situação em que teriam que dividir um bônus em dinheiro entre eles próprios e um colega de trabalho. Caberia aos homens, individualmente, decidirem a porcentagem que eles e o colega mereceriam receber. Os supostos colegas poderiam ter quatro perfis diferentes: um homem em posição equivalente a do entrevistado, uma mulher em posição equivalente, um homem líder, uma mulher líder.

O resultado: frente a um colega também do sexo masculino, os pesquisados cederam quantias maiores na divisão do bônus. Caso o colega fosse uma mulher em posição de liderança, a fatia do bônus cedida a elas era ainda menor do que se estivessem num cargo equivalente ao do pesquisado.

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Ao final, a terceira parte da pesquisa contava com 370 homens e mulheres colocados em um teste semelhante ao da segunda fase. Só que desta vez todos foram apresentados a um colega em posição de liderança e com personalidades distintas: ambicioso ou apenas dedicado. Resultado: os casos em que os personagens fictícios receberam as menores quantias envolviam entrevistados homens lidando com colegas ambiciosas do sexo feminino. Segundo os especialistas que realizaram o estudo, esse comportamento é típico de homens que tentam proteger sua masculinidade.

Conclusões

De acordo com os pesquisadores, o status por si só não leva os homens a demonstrarem sentimento de insegurança frente aos colegas de trabalho. O gênero do colega em questão é que vai fazer a diferença. Segundo o que foi concluído aqui, a reação dos homens é mais tranquila quando colocados à frente de um chefe homem ou de uma mulher trabalhando em cargos pouco expressivos, mas há uma dificuldade em lidar com líderes do sexo feminino. Frente à ambição feminina notou-se uma relutância e uma agressividade muito maior por parte dos homens.

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Mulheres no comando

A pesquisa em questão foca na análise psicológica desse sentimento de insegurança gerado pelo poder feminino. Mas essa não é apenas uma questão de masculinidade frágil. Na prática, a tentativa de se colocar contra mulheres líderes é vantajosa para os homens, uma vez que, minando a liderança feminina e reafirmando a supremacia masculina, é mais provável que aquele homem venha a se tornar um líder no futuro.

Mas, ao que tudo indica, os homens podem ir se preparando para ver mais e mais mulheres chefes. De acordo com outra pesquisa, realizada pela Gallup (empresa internacional de consultoria corporativa), mulheres são mais eficazes do que homens em cargos de liderança. O fio condutor dessa pesquisa é: motivação. De acordo com esse estudo, chefes mulheres desempenham melhor o papel motivacional do que seus pares do sexo masculino.

Reprodução/businessinsider.com/why-women-are-better-managers-than-men-2015-4
Reprodução/businessinsider.com/why-women-are-better-managers-than-men-2015-4 ()

Foi-se o tempo em que liderar era apenas sinônimo de delegar tarefas e certificar-se de que todos estavam cumprindo seus afazeres à risca. O modelo atual de gerência inteligente busca líderes mais abertos ao diálogo e capazes de engajar seus subalternos. Não é de se espantar que as mulheres se destaquem nesse cenário! Até ontem as subalternas éramos nós, em toda e qualquer situação. Historicamente, nós temos conhecimento de causa e parece que o jogo está virando. Não é à toa que os homens estejam se sentindo ameaçados…

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