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O que é inflação e como ela afeta sua vida

A inflação voltou à cena especialmente por causa da alta nos preços dos alimentos, mas o problema está ainda mais disseminado. Tire suas dúvidas e saiba como proteger o seu bolso

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 20h49 - Publicado em 8 jul 2013, 21h00

A inflação faz com que o seu dinheiro perca valor
Foto: Getty Images

A inflação se caracteriza pela elevação persistente dos preços, que resulta na perda do poder de compra. Na prática, ela faz com que o nosso dinheiro tenha menos valor. Quer um exemplo? Se em janeiro você levar para casa 10 kg de carne pagando R$ 100 e a inflação no ano for de 10%, significa que em dezembro você vai comprar somente 9 kg com o mesmo montante. “De acordo com o IBGE, de abril de 2012 a abril de 2013, a inflação acumulada foi de 6,49%. Embora estejamos longe dos números da hiperinflação que ocorreu em 1990 – no mês de abril daquele ano os preços subiram até 6.821,31% -, não podemos nos descuidar. O período pede atenção extra com as finanças”, afirma Márcia Tolotti, psicanalista e consultora em educação financeira (RS).

Como acontece e quais são os perigos que representa?

No Brasil, esse problema é causado por vários fatores associados, tais como a alta dos salários e das taxas de emprego, a maior procura por produtos e serviços e, principalmente, pelo fato de a oferta desses itens ser menor do que a demanda. “Foi criada muita renda com a empregabilidade e os auxílios vindos de programas governamentais, como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. No entanto, a produção não aumentou o suficiente para dar conta da procura que esse dinheiro em circulação provoca. Para ter uma ideia, basta citar que o consumo aumenta 7% ao ano e a produção, apenas 1%”, aponta Celso Ming, jornalista especializado em economia e colunista do jornal O Estado de S. Paulo. Em resumo, é assim que acontece: quando as pessoas consomem mais, os produtos ficam menos disponíveis, o que leva ao encarecimento. Isso forma a chamada espiral inflacionária. “E é aí que o cenário se complica, pois uma vez instalada, a inflação adquire autonomia e se autoalimenta pelo efeito em cadeia. Um aumento leva a outro e fica muito difícil brecar”, explica Márcia Tolotti.

Por que os alimentos foram tão atingidos?

Como o setor alimentício está extremamente ligado às despesas do dia a dia, todas as classes sociais foram afetadas pelo seu encarecimento. Itens muito utilizados pelo brasileiro, como o tomate, a farinha de mandioca, a cebola e o alho, tiveram uma alta de até 100% nos últimos 12 meses. “Mas essa inflação, especificamente, está muito ligada à safra deficiente, por causa das chuvas no Sul e da seca no Nordeste. Não devemos reduzir a inflação atual a isso, pois ela é muito maior e está espalhada por vários setores”, alerta Ming.

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O que mais está contribuindo para esse cenário?

O crescimento do Brasil tem sido muito pequeno. O PIB (Produto Interno Bruto), que mede a atividade econômica, somando tudo o que foi produzido no país durante o ano, mostrou que, em 2012, o Brasil cresceu apenas 0,9%. “A média dos países emergentes foi de 5,1% e a China chegou a 7,8%. Até mesmo os Estados Unidos, que estão em recessão, tiveram um total de 2,2%, ou seja, mais do que o dobro do índice brasileiro”, aponta Márcia. Além disso, os gastos do governo com obras, a realização de serviços nas áreas de educação, transporte, saúde, segurança e comunicação, entre outros, estão muito elevados. “É preciso que haja maior controle do dinheiro público e que ele seja investido para o crescimento da produtividade, favorecendo a qualificação da mão de obra, melhorando a infraestrutura, dentre outros fatores que impulsionariam o Brasil a crescer”, opina Celso Ming.

Enquanto o problema existe, o que podemos fazer para driblá-lo?

1. Quando for às compras, dê preferência a frutas, verduras e legumes da estação – eles são mais baratos.

2. Reaproveite alimentos e evite os desperdícios ao máximo. No Brasil, 10 milhões de toneladas de alimentos são jogadas no lixo anualmente*.

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3. Limite os gastos com tudo aquilo que não for de primeira necessidade. Entram nessa lista artigos de vestuário, decoração, aparelhos eletrônicos, carros, dentre outros. É melhor aguardar até que os preços caiam novamente para adquiri-los.

4. Mesmo que você dê preferência a produtos de uma determinada marca, agora é hora de testar outras empresas que ofereçam valores mais em conta por itens similares.

5. Não faça novas dívidas. E, se não estiver conseguindo arcar com as antigas, tente ao menos renegociar o valor e as condições de pagamento.

E os investimentos, como ficam?

De acordo com Márcia Tolotti, em tempos de inflação o ideal é investir em bens com valorização mais garantida, como os imóveis. “Ainda assim é preciso ter cautela, pois nem todo imóvel valoriza”, alerta Celso. Com relação às aplicações que rendem juros, vale ressaltar: a taxa pode até subir um pouco nos próximos meses, para ajudar a conter a inflação, reduzindo parte do dinheiro em movimento, mas não o bastante para render altos índices. “A tendência é que os juros fiquem baixos. Quem quer mais lucratividade tem que arriscar mais. É o caso dos investimentos em ações, por exemplo”, pondera Celso Ming. Aqueles que possuem um perfil conservador ou precisam do retorno em curto prazo (até um ano) devem pesquisar bastante antes de escolher onde vão aplicar. “Pode-se optar pelo Tesouro Direto, que tem uma taxa de juros prefixada na hora da compra. No entanto, a melhor tática para garantir o retorno dos investimentos é diversificar, colocando uma parte da economia em cada tipo de aplicação”, finaliza Márcia.

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*Fonte IPEA
 

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