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Ser mãe atrapalha a carreira?

Colocamos na balança o que você ganha e perde escolhendo ser mãe em cada uma das três grandes etapas do seu plano de carreira.

Por Andrezza Duarte
Atualizado em 15 jan 2020, 23h15 - Publicado em 28 Maio 2013, 21h00

Será que ter um bebê significa mesmo jogar sua carreira no lixo?
Foto: Getty Images

Não seria demais se todos os planos que você fez um dia acontecessem como imaginou? Você arranjaria um emprego dos sonhos, seria bem-sucedida, se apaixonaria por um cara incrível e, ufa, teria filhos. Lindo – e quem dera se fosse simples assim. Vamos falar de vida real: você consegue um bom emprego, trabalha horrores e acaba se apaixonando, sim – mas pela profissão. E, em vez de virem os filhos, vêm os projetos e as mil desculpas para deixar a maternidade para depois – quem é louca de tirar uma licença de quatro meses (até seis) no auge da carreira?! As mulheres modernas, mais ambiciosas e imediatistas (vai dizer que você também não quer tudo para ontem?), têm medo de perder o melhor momento de subir os degraus da profissão e chegar ao topo em pouco tempo. Para elas, o pânico de perder o emprego já ficou para trás.

Bom, tudo isso fez a gente parar e pensar: será que ter um bebê significa mesmo jogar sua carreira no lixo com as fraldas? O bafafá do Yahoo mostra que não. Então, qual seria o melhor momento para ser mãe? NOVA ajuda você a tomar a decisão que toda mulher precisa fazer um dia – até mesmo para descobrir que a função não serve para você. Quanto antes começar a pensar nisso, menor a chance de decidir errado. Está pronta?

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Na largada

Até pouco tempo atrás, a estratégia das mulheres que queriam ter cargos altos ainda jovens era adiar a maternidade para depois dos 30 anos. Agora, muitas estão achando melhor inverter essa ordem e engravidar cedo para se dedicar mais tarde ao trabalho com gás total. A verdade é que não há regra – cada uma faz como pode. Mas, no início da profissão, a dedicação é mesmo maior (quem nunca fez hora extra para terminar um projeto e impressionar o chefe?). Faz parte, pois você está tentando provar sua capacidade para todos – e até para si mesma. Ao mesmo tempo, esse comecinho também significa ter menos responsabilidades, o que faria da fase uma boa opção para quem já quer se livrar da dúvida. A farmacêutica Bianca Marchesan, 31 anos, nem teve tempo de pensar. Ela estava prestes a completar oito meses no cargo de monitora química de um laboratório quando descobriu que estava grávida. Como o contrato era temporário e ela queria ser contratada ao fim de um ano, a maternidade ficaria para depois. “Foi um susto. Sabia que eles não precisavam me manter na equipe depois da gravidez”, conta. Insegura, Bianca anunciou a novidade para o chefe e, para sua surpresa, a notícia não foi mal recebida. Pelo contrário: ela foi efetivada durante a gestação! Se você anda confusa, as consultoras de carreira que conversaram com NOVA dão uma dica para ajudar na decisão: o trabalho é o emprego dos seus sonhos? Se não for, talvez seja bom ter um filho nessa fase e, depois, ir atrás do que realmente quer fazer da vida. Agora, se for, que tal esperar um pouco mais enquanto se dedica 100% à oportunidade?

Na subida

Você encarou madrugadas de trabalho, fez muitas horas extras e conseguiu um lugar de destaque na sua profissão. Parabéns! Mas, se a vontade de ser mãe ainda existe dentro de você, é agora que ela começa a bater muito mais forte – e a necessidade de se realizar em outras áreas da vida além da profissional também. Ótima notícia, já que engravidar nessa fase tem um impacto menor no plano de carreira, pois você já dominou seus principais desafios e responsabilidades, entrega um trabalho redondo e conquistou seu espaço, além do respeito e da admiração do chefe – o que dá mais tranquilidade e coragem para bancar suas escolhas. “Nesse momento, a gravidez compete menos com a carreira e pode ser vivida de forma mais plena, sem fazer com que a mulher sinta que está ficando para trás ou perdendo alguma coisa”, diz Tânia.

Desde o momento em que a consultora Janaína Aparecida dos Santos Silva, 35 anos, entrou para o Grupo Boticário, ela deixou claro que seu sonho era ter filhos – e que não abriria mão disso. E justamente porque ela sabia que a empresa entendia essa necessidade, Janaína passou a se dedicar ainda mais ao trabalho durante a gestação para não deixar o desempenho cair – e merecer esse voto de confiança. “Marcava as minhas consultas fora do expediente, não perdia o horário ou abria mão de responsabilidades por causa da gravidez”, conta ela. “A carreira é importante, claro, mas é apenas um meio para a nossa felicidade. Jamais poderia desistir dos meus planos pessoais por medo de perder o emprego. Ou eu confiava no meu taco ou viveria frustrada para sempre.” Resultado: em cinco anos (e três filhos depois), ela foi promovida quatro vezes e recebeu vários aumentos – pasme: inclusive durante a licença do terceiro filho!

É, o segredo é ir alinhando sua profissão com a vontade de ser mãe ao longo do caminho. “O ideal é montar seu plano de maternidade simultâneo ao seu plano de carreira para poder viver os dois processos sem atropelos”, diz a consultora de carreira Carmelina Nickel, da DBM Consultoria, São Paulo. Escreva num pedaço de papel seus objetivos nas duas áreas: que cargo você pretende ter daqui a cinco anos, quando pensa em ter um filho e se esses momentos combinam. Assim, você consegue ir alinhando e ajustando seus planos. Engravidou? Aproveite esse tempinho antes da licença para planejar os próximos passos. Se você anda com vontade de mudar de área ou ser promovida, essa é uma boa hora para abrir o jogo com a chefia, rever suas responsabilidades e saber como se preparar para dar um salto ainda maior quando voltar.

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Na linha de chegada

As mulheres que estão no topo da carreira estão mais poderosas, mais ricas e mais realizadas, e já podem contar com uma ajudinha (da sogra, da babá, do marido fofo) para cuidar do bebê. Ao mesmo tempo, as responsabilidades são proporcionais ao cargo, ou seja, existem coisas que só dependem de você – e vai ser quase impossível fugir dos relatórios durante a licença. Mas o maior problema nessa fase é outro: empurrar o projeto de ter um filho tão lá para a frente e acabar deixando seus planos de lado – só no Brasil, o número de mães com mais de 40 cresceu 27% na última década! A empresária Sandra Turchi, diretora da Boa Vista Serviços, só engravidou aos 42 anos porque, até então, não tinha conseguido interromper o ritmo do trabalho. E, por pouco, não teve que abrir mão do sonho. “Estava no limite para ter um filho saudável e precisei recorrer a tratamentos”, diz.

No livro Creating a Life (inédito no Brasil), a economista Sylvia Hewlett, da Universidade Harvard, nos EUA, fez uma pesquisa com 1 200 executivas em cargos de chefia, entre 28 e 55 anos, e revelou que mais da metade não tinha filhos. Dessas, apenas 15% nunca pensaram em trocar uma fralda. As outras foram adiando a maternidade e perderam o timing. É, nunca vai ter um momento perfeito. Mas com organização, dá para fazer os dois – e, sim, ser bem-sucedida em casa e no escritório. Marissa Mayer (linda, milionária e mãe) está aí na presidência do Yahoo para provar.

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É o momento certo?

Antes de decidir interromper a cartelinha da pílula (e o expediente no escritório), faça essas perguntinhas a si mesma:

– Tenho estabilidade no meu trabalho?

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– Estou preparada financeiramente?

– Tenho alguém para dividir a responsabilidade de cuidar de um filho?

– Meu chefe é bacana e apoiaria minha decisão numa boa?

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* Com conteúdo da revista NOVA

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