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Inspiração: Yoko Ono mostra como amar e aceitar a si mesma

"Deixem-me ser livre. Deixem-me ser eu mesma! Não me façam velha com seus pensamentos e palavras sobre como eu deveria ser."

Por Yoko Ono (colunista)
Atualizado em 22 jan 2020, 00h14 - Publicado em 8 abr 2015, 14h20

Na minha idade, eu tenho mais é que ser de certa maneira. Por favor, não me impeçam de ser como sou.

Não quero ser velha e doente como muitos outros de minha idade. Por favor não criem mais uma idosa.

Mesmo quando estou arrasando sobre o palco, meus críticos são intransigentes comigo. Exigem os padrões musicais dos músicos clássicos e me atacam por causa de um ritmo ou algumas notas que não estão precisamente afinadas.

Eu não estou preocupada com o que minha voz está fazendo. Se estivesse, aquilo que você vivencia comigo não existiria. Minha voz estaria morta a partir do momento em que eu ficasse preocupada com ela, como vocês me pedem para estar.

Se quiserem ouvir uma voz “treinada”, vão a um concerto de música clássica. Aquilo do qual eu escapei quando era muito jovem. Eu criei meu próprio nicho. Se tentasse apresentar música clássica a vocês, isso não seria o que eu criei. Vocês não agem assim com Iggy, por exemplo, um grande roqueiro que está criando seu rock próprio, exatamente como eu estou.

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Deixem-me ser livre. Deixem-me ser eu mesma! Não me façam velha com seus pensamentos e palavras sobre como eu deveria ser. Vocês não precisam vir a meus shows. Eu transmito energia tremenda com minha voz, porque isso sou eu. Curtam minha energia ou calem a boca.

Um crítico do show que fiz no meu 80º aniversário. Você queria que eu entrasse com minha voz no começo dos compassos. Bom, eu gosto de sincopar minha voz para entrar antes ou depois das notas musicais, não diretamente em cima, entende? Isso também se faz na música clássica. Lembra? Sim. Não me incomodo em usar o que aprendi com a música clássica.

Apenas me deixem ser livre, para que a música saia de minha voz do jeito que ela quer. Senão, não será bela. Minha música é bela como algo de outro mundo. É um misto de todas as gerações pelas quais passei neste planeta: quando nasci, enxergando o mundo com assombro; quando eu era uma menininha sábia, cheia de ideias originais e ainda não muito intimidada; quando era adolescente rebelde e cheia de energia; quando eu era uma mulher sexy na casa dos 20, 30, 40, 50, 60, 70 anos e agora.

Além de toda a música folk do mundo, a Voz do povo, jamais intimidada e mais um pouco de música vinda de outro planeta ou planetas. Respeito isso, o valorizo, e sempre me sinto grata por cada nota que entra em mim e sai de mim.

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Outra crítica: que o short que usou em meu vídeo Bad Dancer era curto demais. Isso foi ruim? Vocês não criticam outras dançarinas de short curtinho. Vocês têm um padrão diferente para avaliar o corte da roupas de uma pessoa de minha idade?

Só tenho medo de uma coisa. Que esses críticos que discriminam pessoas de mais idade acabem por me influenciar, que eu me renda às críticas e fique velha. Por isso estou cobrindo meus ouvidos para não ouvir vocês! Porque dançar no meio de uma sociedade preconceituosa é uma coisa solitária. Não me apedrejem!

Amem-me muito pelo que eu sou!

Matéria publicada em Brasil Post.

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