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Conheça o rap feminista da maravilhosa MC Luana Hansen

Lésbica, a rapper tem 16 anos de carreira e uma trajetória marcada pela discriminação. Ela desponta como uma das principais vozes do hip hop nacional.

Por Júlia Warken
Atualizado em 12 abr 2024, 16h43 - Publicado em 2 set 2016, 14h44

Desde sempre, a cultura do hip hop tem um caráter libertário muito forte. No Brasil, as vozes do rap sempre colocaram suas rimas em favor do protesto, em prol da luta pelos direitos da população negra e periférica. Só que o grito por respeito infelizmente anda de mãos dadas com a opressão. Ser mulher no hip hop não é tarefa fácil, como já falou abertamente a empresária Eliane Dias, produtora dos Racionais MC’s e esposa de Mano Brown.

“Num movimento machista como esse, quando se é mulher aí já fica tenso. Agora ser mulher feminista e lésbica é viver pisando em ovos. É luta constante pra se fazer visível, se fazer respeitada”, diz Luana Hansen, rapper paulistana que é hoje uma importante voz combativa dentro do hip hop nacional.

Aos 35 anos, Luana já tem 16 de carreira e dedica sua música ao protesto de cunho feminista, negro e lésbico. Hoje é reconhecida dentro dos movimentos LGBT e feminista, já ganhou prêmios importantes como o Hutúz, foi convidada a cantar no primeiro Festival de Rap Feminista de Cuba e participou da minissérie “Antônia”, da Rede Globo. Mas a trajetória até aqui não foi nem um pouco fácil.

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“Sempre fui  assumida e sofri muito jovem uma agressão de uns rapazes, simplesmente por ser lésbica, quando já estava no hip hop havia alguns anos. Perdi vários trabalhos, até o ponto do esquecimento. Sofri durante anos, pois me deixaram sempre bem claro que ali não era meu lugar. É por essas e outras que resolvi lutar mesmo. Não sei se represento todas as mulher, mas luto por todas elas”.

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Luana é do tipo de mulher que não se deixa intimidar e critica abertamente peixes grandes como Racionais MC’s e Emicida. “Temos que denunciar o machismo de quem quer que seja. Temos que dar nomes ao bois e denunciar letras machistas. Mostrar isso para, de fato, eliminar essas letras, atitudes e pensamentos machistas e racistas.”
Em resposta à letra de Trepadeira, composta por Emicida, ela escreveu um de seus maiores sucessos: Flor de Mulher.

Outra bandeira que Luana levanta sem medo é a da legalização do aborto. Esse é o tema da letra de Ventre Livre de Fato, que faz parte da campanha pró-aborto do coletivo Católicas pelo Direito de Decidir.

E como não poderia deixar de ser, debater temas polômicos faz com a MC não seja amada por todos. O que não a incomoda nem um pouco. “Tem pessoas que choram do começo ao fim do meu show, se sentem representadas, tem outras que usam minhas musicas na sala de aula para criar debates sobre LGBTfobia , genocídio da população negra, gênero, etc. Mas também tem gente que ataca, cria perfil falso, montagem com fotos, critica os clipes. Tudo isso porque estamos fazendo a coisa certa: destruindo o machismo”.

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