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1 em cada 3 brasileiros culpa a vítima pelo estupro

De acordo com levantamento feito pelo Datafolha, o Brasil ainda tem muito o que avançar quando o assunto é violência contra a mulher.

Por Giovana Feix
Atualizado em 21 jan 2020, 04h46 - Publicado em 21 set 2016, 10h29

Dos 190 milhões de brasileiros, cerca de 63 milhões acreditam que, se uma mulher for estuprada, a culpa é dela: em pesquisa inédita, o Instituto Datafolha revela que, mesmo entre mulheres, 30% da população nacional concorda com a frase “A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada”, e 37% com “Mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”. Entre os homens, a porcentagem que concorda com a primeira frase chega a quase 50%.

No início de agosto deste ano, o Datafolha ouviu 3.625 pessoas de 217 cidades diferentes em todas as cinco regiões do Brasil, em pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, para chegar a estes números. Seu relatório demonstra também que 65% dos brasileiros têm medo de ser vítima de violência sexual – porcentagem que chega a 90% entre mulheres no Nordeste e que é ainda maior entre os mais jovens. Além disso, para 50% dos participantes, a Polícia Militar não está preparada para lidar as mulheres vítimas desse tipo de violência – e 42% diz o mesmo da Polícia Civil.

Os dados são impactantes e remetem a divulgação de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2014, que alegava ser de 65,1% a porcentagem da população que acreditava ser “merecido” o estupro de mulheres que mostram o corpo. Posteriormente corrigido para 26%, o dado deu o que falar na época e mulheres do país inteiro expressaram sua indignação através da frase e da hashtag #EuNãoMereçoSerEstuprada.

Discha-AS/Thinkstock
Discha-AS/Thinkstock ()

Os números levantados agora pelo Datafolha revelam mais: a culpabilização da vítima é relativamente menor entre quem tem menos de 34 anos (23%) e entre quem tem ensino superior (16%). 91% dentre os entrevistados concordaram ser possível “ensinar meninos a não estuprar.”

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A pesquisa vem no ano em que a Lei Maria da Penha, reconhecida internacionalmente no combate da violência contra a mulher, completa 10 anos – sendo que, durante essa década, uma das principais dificuldades em colocar em prática a legislação tem sido a aplicação de medidas preventivas e educativas nas escolas brasileiras. O intuito é exatamente de educar crianças contra a violência sexual e contra a mulher.

Atualmente, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no Brasil – o que significa um total de cerca de 50 mil casos em um só ano. Estes números, porém, são calculados a partir dos registros institucionais de denúncias realizadas e há estimativas de que o número real de estupros no país chegue a 500 mil por ano.

 

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