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Bolsonaro reproduziu duas grandes mentiras no “Jornal Nacional”

Quando confrontado sobre homofobia, o candidato do PSL apresentou informações equivocadas.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 16 jan 2020, 09h50 - Publicado em 29 ago 2018, 16h56

Na última terça-feira (29), Jair Bolsonaro foi o convidado da vez a participar da série de entrevistas feitas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, com os quatro concorrentes à presidência melhores posicionados nas pesquisas feitas pelo DataFolha. E, mais uma vez, o candidato do PSL se envolveu em polêmicas.

Com uma opinião contraditória sobre desigualdade salarial, que o levou a ser respondido pontualmente pela jornalista Renata Vasconcellos, Jair acabou usando informações deturpadas ao ser confrontado sobre homofobia.

Renata apresentou ao candidato um dado doloroso: “A cada 19 horas, um gay, lésbica ou trans é assassinado ou se suicida por causa de homofobia no Brasil”. Em seguida, ela relembrou alguns posicionamentos de Bolsonaro: “Vizinho gay desvaloriza imóvel. O senhor já disse que prefere que um filho morra a ser gay e até já associou homossexualismo (sic) com pedofilia”. Por fim, questionou: “Essas declarações não são homofóbicas?”

A resposta de Bolsonaro não foi sim, nem não. Ele apenas escolheu explicar em qual momento as frases enumeradas por Vasconcellos foram citadas.

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O que talvez o telespectador não saiba é que até mesmo essa contextualização feita pelo candidato já estava errada. Jair afirmou que a sua atenção voltada à comunidade LGBT começou em 2010, quando o PSOL teria feito o nono seminário LGBT infantil.

Porém, o que Bolsonaro não entendeu é que, na verdade, esse evento era apenas o 9º Seminário LGBT, que teria como tema central das discussões “Infância e sexualidade”, para que se fosse debatida a importância de reconhecer a diversidade sexual desde cedo – princípios esclarecidos no documento disponibilizado pela câmara dos deputados.

Depois da primeira informação equivocada sobre o assunto, o candidato ainda falou sobre o “kit gay” – nome pejorativo para o programa Escola sem Homofobia, que seria um compilado de vídeos e guias a alunos e professores para orientá-los sobre homossexualidade, transexualidade e bissexualidade – que, segundo ele, incluiria o livro “Aparelho Reprodutor & Cia” e seria uma influência negativa ao comportamento infantil.

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“Um pai não quer chegar em casa e ver um filho brincando de boneca por influência da escola”, disse tentando fazer uma relação entre seus posicionamentos preconceituosos e uma possível proteção às crianças.

Mas, mais uma vez, o que pode ter passado desapercebido por quem estava assistindo é que, em 2016, o Ministério da Educação divulgou, em nota oficial, que não produziu, adquiriu ou distribuiu o livro citado, que chegou ao Brasil por meio da Companhia das Letras, como material didático.

“A informação sobre a suposta recomendação é equivocada e que o livro não consta no Programa Nacional do Livro Didático/PNLD e no Programa Nacional Biblioteca da Escola/PNBE”, afirmou. 

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Pelo visto, só anotar na mão não é suficiente, né, candidato?

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