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Futura ministra defende ‘bolsa-estupro’ para vítimas que engravidam

Damares Alves declarou que o Estatuto do Nascituro será prioridade; projeto de lei prevê pensão para quem levar adiante a gestação resultante de um estupro.

Por Júlia Warken
Atualizado em 16 jan 2020, 04h08 - Publicado em 12 dez 2018, 11h58

Damares Alves, futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, declarou que pretende priorizar o Projeto de Lei referente ao Estatuto do Nascituro, que tramita no Congresso Nacional. Fortemente defendido pela Bancada Evangélica da Câmara de Deputados, esse PL está sendo debatido há anos e sabe-se que sua aprovação implicaria em uma maior dificuldade no acesso ao aborto que hoje é previsto pela lei, o que inclui o procedimento assegurado às mulheres que engravidaram ao serem estupradas.

“Nós temos projetos interessantes lá no Congresso. O mais importante que a gente vai estar trabalhando é a questão do Estatuto do Nascituro. Nós vamos estabelecer políticas públicas para o bebê na barriga da mãe nesta nação”, declarou Damares, que é pastora evangélica e advogada.

A fim de auxiliar financeiramente as mulheres que engravidam por meio de violência sexual, o PL prevê uma medida que está sendo chamada de “bolsa-estupro”. A ideia é obrigar o estuprador a pagar uma espécie de pensão à vítima. “O Estado arcará com os custos respectivos até que venha a ser identificado e responsabilizado por pensão o genitor ou venha a ser adotada a criança, se assim for da vontade da mãe”, explicou a futura ministra.

Damares é veementemente contrária ao aborto, mas acredita que a vontade da mulher deve ser respeitada nos casos em que a prática é permitida por lei. Por ora, ela assegurou que o Estatuto do Nascituro já não visa mais impedir a interrupção da gravidez em caso de estupro, mas não há garantias de que o texto final, se aprovado, faça exatamente isso.

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Afinal, esse estatuto foi criado para assegurar que os fetos tenham os mesmos direitos das crianças que já nasceram. Sendo assim, nenhuma gravidez poderia ser interrompida, obviamente.

De acordo com Damares, o PL hoje visa assegurar políticas públicas de combate à violência contra as grávida. “Acho que o nome deveria ser estatuto da grávida”, declarou. Mesmo assim, o discurso está sendo recebido com receio e faz lembrar o caso da PEC 181, que foi alvo de uma manobra conhecida como “cavalo de Tróia” em novembro de 2017.

A PEC 181 surgiu com o intuito de assegurar que mães de bebês prematuros possam ter direito a mais dias de licença-maternidade, mas acabou virando uma ferramenta política para tentar fazer com que a Constituição passasse a considerar que a vida começa a partir da concepção. Ou seja: nenhuma gravidez, sob qualquer hipótese, poderia ser interrompida, caso a PEC fosse aprovada.

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