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Ser menina no Brasil é pior do que no Paquistão, indica relatório internacional

De acordo com a ONG "Save The Children" Brasil é o 102º colocado em ranking de qualidade de vida para meninas.

Por Giovana Feix
Atualizado em 15 abr 2024, 08h36 - Publicado em 11 out 2016, 08h46

No Dia Internacional da Menina, data criada pela ONU para que lembremos que a desigualdade de gênero começa na infância, a ONG britânica Save the Children divulgou um relatório que detalha a condição de vida de meninas ao redor do mundo. Dos 144 países pesquisados, o Brasil se destaca negativamente: é o 102º colocado, abaixo de países como Índia, Timor Leste, Iraque, Namíbia e Paquistão. Os países mais bem colocados do ranking são Suécia, Finlândia, Noruega, Holanda e Bélgica. 

A qualidade de vida das meninas em cada país foi medida considerando diversos aspectos, como o índice de casamentos infantis, taxa de fertilidade na adolescência, mortalidade materna, número de mulheres na política e possibilidade de completar o ensino fundamental. O que puxa o Brasil tão para baixo no ranking são dois aspectos em especial: o alto número de casamentos infantis e de gravidez na adolescência. O Brasil ocupa o vergonhoso quarto lugar no mundo em número absoluto de crianças casadas. Além disso, dados coletados pelo Movimento Todos pela Educação mostram também que 75% das adolescentes com filhos estão fora da escola.

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Happy International Day of the Girl 2016! Today we celebrate #YesAllGirls girls worldwide — their strength and potential is limitless! (📸 credit: Malin Fezehai / HUMAN)

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É uma notícia para se lamentar. No relatório da ONG, países mais pobres que o nosso, como por exemplo o Nepal, conseguem oferecer mais qualidade de vida para as meninas. O país asiático oferece educação de qualidade, comparável a da Espanha, o que ajudou a garantir o 85º lugar. Ruanda, um dos países mais bem colocados da África, é um bom exemplo por ter um grande número de mulheres no parlamento – 64% das cadeiras são ocupadas por elas, e o país é o 49º do ranking. 

Mais uma prova de que garantir boa qualidade de vida para as meninas não tem só a ver com a riqueza do país vem da colocação da maior economia do mundo, os Estados Unidos. Embora no Índice de Desenvolvimento Humano os norte-americanos ocupem o oitavo lugar, eles são os 32º colocados no ranking de qualidade de vida das meninas – pouca representação feminina no parlamento, alto índice de adolescentes grávidas e de mortalidade materna fazem com que a potência econômica não trate tão bem suas meninas.

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Ahead of Tuesday's International Day of the Girl, UN Women Goodwill Ambassador @emmawatson visited Malawi today to shine a spotlight on the need to end child marriage. Half of girls in the country are married before the age of 18 – a fact President Mutharike is working to change as part of his #HeForShe commitment. “It’s so encouraging to see how such a harmful practice can be stopped when communities work together to pass laws, and then turn those laws into reality,” said Emma. 📷: @unwomen /Karin Schermbrucker #DayOfTheGirl #GlobalGoals #EmmaWatson

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Embora o relatório da Save the Children não seja animador, ele mostra que a mudança é possível, basta que o governo tenha vontade de proporcionar uma vida melhor para as meninas. Uma presença maior de mulheres na política, por exemplo, significa que mais atenção será dada aos direitos das mulheres, como acontece em Ruanda. Prevenir a gravidez na adolescência – ou oferecer a possibilidade de interromper uma gravidez indesejada – pode evitar que as meninas tenham de parar de estudar e possam seguir seus planos de vida. Acabar com o casamento infantil garante que a autonomia das meninas não seja cerceada e diminui a violência das mulheres. É preciso melhorar a vida das meninas. 

 

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