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Veja por que a fala de Sergio Moro sobre violência doméstica é revoltante

Numa declaração pontuada por floreios vazios, Sergio Moro tentou justificar o injustificável.

Por Júlia Warken
Atualizado em 15 jan 2020, 11h53 - Publicado em 7 ago 2019, 18h01

O ministro da Justiça, Sergio Moro, tentou falar palavras bonitas, mas acabou dando uma declaração problemática sobre violência doméstica nessa quinta-feira (7).

“Muitas vezes, se diz que são necessárias políticas de proteção à mulher porque, dizem, elas são vulneráveis. Mas isso não é verdade, porque elas são mais fortes e melhores do que os homens. Por que são melhores do que nós? Talvez porque nós, homens, somos intimidados e, por conta dessa intimidação, nós, homens, recorremos à violência para firmar uma pretensa superioridade que não existe”, disse ele, e emendou: “Mulheres são melhores, mas precisam de proteção maior, até por essa condição”. 

A declaração aconteceu durante a cerimônia da assinatura do Pacto pela Implementação de Políticas Públicas de Prevenção e Combate à Violência contra Mulheres.

Moro claramente quis enaltecer as mulheres, dizendo que somos melhores do que os homens, mas nesse floreio acabou caindo em contradição ao dizer que as mulheres não são mais vulneráveis que os homens no ambiente doméstico. Sim, as mulheres são mais vulneráveis e, justamente por isso, precisam de proteção – o que não é um demérito.

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A fala do ministro também é bastante problemática, pois tenta justificar o injustificável – e utilizando um simplismo descabido para isso. Ele acabou simplificando de maneira equivocada essa questão tão complexo chamada violência doméstica. Não podemos utilizar a ideia de que homens agridem mulheres simplesmente porque se sentem intimidados. O furo é muito mais embaixo.

Homens tratam mulheres como propriedade, como algo que eles possuem. Agridem pois desumanizam.

E vale lembrar que esse é um problema maior do que muitos acreditam. Num recém publicado levantamento feito pelo G1, a informação é de ocasos de feminicídio cresceram 44% no primeiro semestre de 2019 no estado de São Paulo, comparados ao mesmo período de 2018. 

Por fim, essa é uma questão extremamente complexa, que está profundamente enraizada na nossa sociedade. As mulheres já avançaram muito, mas esse problema segue presente nas relações domésticas e é um tema que precisa ser tratado com seriedade. Sem floreios. Sem palavras supostamente bonitas que esvaziam o real significado e a complexidade da violência contra a mulher.

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