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Você sabe o que é a Ku Klux Klan, cujo ex-líder elogiou Bolsonaro?

O grupo racista KKK surgiu em 1866 e tem apoiadores até hoje.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 16 jan 2020, 06h50 - Publicado em 16 out 2018, 17h36

Nesta terça-feira (16) o ex-líder do grupo Ku Klux Klan (KKK), David Duke, elogiou em seu programa de rádio o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). “Ele soa como nós. E também é um candidato muito forte. É um nacionalista”, afirmou. Duke disse também que Bolsonaro é “totalmente um descendente europeu” e que fala “sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e a enorme criminalidade que existe ali, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro”.

A declaração de Duke repercutiu no Brasil, devido à gravidade de uma sinalização de apoio da Ku Klux Klan a um candidato à presidência do Brasil. Isso porque essa organização, que existe desde o século 19 nos Estados Unidos, é classificada como uma organização de ódio, defende a supremacia branca e é declaradamente racista. 

Ku Klux Klan
(Bettmann / Contributor/Getty Images)

 

A Ku Klux Klan é um grupo racista

A Ku Klux Klan foi criada no final do século 19, especificamente em 1866, nos Estados Unidos, após a vitória dos estados do norte em detrimento dos sulistas na Guerra Civil Americana.

Estabelecida por soldados que haviam guerreado a favor do Sul no combate estadunidense, a KKK tinha como foco ser uma resistência à política liberal que os estados nortistas tentavam implantar.

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Entre as principais lutas dos estados do Norte estava a extinção definitiva da escravidão. Por outro lado, o empenho do Ku Klux Klan era fazer com que os negros continuassem a ser escravizados. Seus integrantes acreditavam na supremacia branca, isto é, que a cor da pele determinava o valor de um ser humano.

Os ataques desse grupo consistiam em cavalgadas noturnas, manuseando tochas e gritos de ódio durante todo o processo. Eles usavam a violência e o terror para oprimir a população.

Ainda que em 1871, o Congresso Americano tenha colocado em vigor leis que permitiram o aprisionamento de inúmeros membros da organização e, no ano seguinte, decretado o grupo como terrorista, nada disso foi o suficiente para que ele fosse disseminado completamente.

Em 1915, as telas de cinema repercutiram o filme “O Nascimento de uma Nação”, do D. W. Griffith, que reafirmava a visão racista do grupo: os negros totalmente animalizados, enquanto os brancos eram pacíficos e humanizados. Isso trouxe novamente a força à KKK. 

Após a transmissão do filme de Griffith, baseado no livro The Clansman, de Thomas Dixon, junto com a Revolução Russa, o alvo do Ku Klux Klan se expandiu. Católicos, judeus e comunistas também tornaram-se foco da organização terrorista.

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As ações mais violentas do grupo foram na década de 1960, quando as leis de segregação racial começaram a ser desmembradas – período em que ativistas como Martin Luther King se fizeram presentes, mas, ao mesmo tempo, foram violentamente atacados.

White Nationalists Hold Rally In Georgia
Grupo de nacionalistas brancos ainda estão na ativa nos EUA. Esta foto é de abril de 2018, em um protesto no estado da Georgia. (Spencer Platt/Getty Images)

Ainda que após a forte onda de violência do grupo, cada clã tenha estipulado que agiria conforme sua vontade, o que enfraqueceu o movimento como um todo, isso não significou o fim por completo do KKK.

Estima-se que, atualmente, nos Estados Unidos, existam 29 organizações com os princípios originais do Ku Klux Klan, contabilizando entre 4 mil a 10 mil membros defensores dessa ideologia racista, que se apoia no direito à liberdade de expressão para garantir sua existência.

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