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Casar ou morar junto?

Depois da onda de morar junto, a moda agora é apostar no casamento. Descubra o melhor para seu caso

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 20 jan 2020, 23h40 - Publicado em 10 Maio 2010, 21h00

”Com a liberdade sexual, as pessoas passaram a dar mais valor à intimidade afetiva”, afirma a sexóloga Maria Helena Matarazzo
Foto: Getty Images

A atriz Samira Ávila, 28 anos, e o historiador Bruno Vorcaro, 30, são casados há quatro meses e moram em Belo Horizonte. A advogada Geórgia Franco, 26, e o publicitário André Franco, 35, são casados há três meses e vivem em São Paulo. Os casais não se conhecem. Mas, coincidentemente, deram respostas muito parecidas para a pergunta: ”Existe diferença entre casar e morar junto?”. ”Depois que subimos ao altar, sinto que não somos um casal, mas sim uma família”, disse André. ”Minha família era pai, mãe, avó. Agora é a Samira. Ela passou a vir antes de todo mundo”, falou Bruno.

Os depoimentos confirmam o que a sexóloga Maria Helena Matarazzo concluiu a partir de seus 30 anos de experiência como terapeuta de casais. ”Morar junto funciona como um teste. No geral, não é uma decisão tão carregada da intenção de perenidade”, afirma. O psicólogo Bernardo Jabloski, professor da PUC do Rio de Janeiro e autor de vários livros sobre relacionamentos, vai além: ”Os homens, principalmente, tomam a decisão de se casar quando querem construir um lar, ter filhos. Eles lidam com mais dificuldade com a idéia do casamento justamente porque o encaram, bem mais do que as mulheres, como um compromisso de permanência”. No Brasil, apenas 16% dos pedidos de separação não consensual partem de pessoas do sexo masculino.

Bem antes de se casar com Geórgia, André havia dividido o teto com outra namorada durante mais de quatro anos. ”A experiência de agora é tão diferente… E é diferente também do que foram os dez meses em que morei solteiro com a Geórgia no meu apartamento.” Mas, na prática, o que mudou depois do ”unidos até que a morte os separe”? Geórgia é quem responde: ”Nasceu uma sensação de conforto, uma certeza de que tudo está no lugar certo. Passamos a falar mais ‘nós’ e menos ‘eu”’. Tanto que, depois de voltar para casa após a festa, André, que nunca havia tido problemas com a decoração, propôs mudar a disposição dos móveis. ”Senti vontade de transformar o espaço que era meu em nosso”, explica ele.

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Samira e Bruno já estavam juntos há dez anos, entre idas e vindas, quando resolveram trocar alianças. Ele se mudou para a casa dela em março do ano passado e, três meses depois, conversaram pela primeira vez sobre casamento. Acham que a decisão ”selou” a relação. ”Passei a sentir que esse negócio do ‘pra sempre’ é de verdade. Estou disposta a passar o que for necessário pelo Bruno”, diz Samira. Ela adora exibir na mão esquerda o símbolo do compromisso. ”Não acho nada careta usar aliança. Pelo contrário: hoje em dia é muito revolucionário assumir um casamento!”. 

”Afeto, ao contrário de sexo, não tem sido tão fácil achar por aí”, afirma Maria Helena Matarazzo. ”Hoje existe sexo anônimo, sexo virtual… As pessoas passaram a dar maior valor à intimidade afetiva, que é muito mais difícil de conquistar.”

Questão de comprometimento

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É claro que muitos casais que vivem juntos sem papel passado têm o mesmo nível de compromisso que teriam se fossem casados. Na prática, juntar os trapos acaba sendo uma união estável, inclusive do ponto de vista jurídico – vale o regime de comunhão parcial de bens. O problema é quando uma parte do par considera estar casada e a outra não. O apaixonado namoro de um ano e meio da estudante de história Cynthia Oliveira, 26 anos, acabou por causa dessa diferença. Quatro meses depois que ela e o cinegrafista Guilherme Dutra, 30 anos, foram morar juntos, se instalou o inferno. ”Brigávamos muito”, conta Cynthia. ”O Guilherme ficava bravo por ter de me dar satisfação quando ia chegar mais tarde em casa, por exemplo. Ele achava que deveria ter a mesma liberdade de um solteiro. Nunca sonhei em me vestir de noiva e pensava: ‘Ah, os direitos legais são os mesmos’. Só depois é que fui entender que não é uma questão de direitos, mas sim de comprometimento.”

As mulheres quem pedem divórcio

Apenas 16% das separações não consensuais no Brasil são decisão masculina. Segundo o psicólogo Bernardo Jabloski, os homens no geral não buscam no casamento a realização afetiva. ”Muitos deles nem sabem o que é isso. Se um cara enfrenta uma crise sexual com a mulher, por exemplo, transa fora de casa e tudo bem. Já elas querem uma relação para valer.”

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