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Uniforme: é bom para a criança ou não?

Convidamos duas especialistas para defender seus pontos de vista sobre o uso obrigatório do uniforme nas escolas.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 28 out 2016, 04h00 - Publicado em 30 jul 2014, 22h00

Foto: Getty Images

O uso do uniforme obrigatório gera polêmica entre pais e escolas. Algumas instituições de ensino afirmam que o uniforme é um importante item de segurança e identificação dos alunos. Outras acreditam que não é bom para o aluno padronizar a vestimenta. Confira a opinião de duas especialistas!

Sim

O uniforme escolar era usado, inicialmente, no exército. A partir do século 18, passou a ser usado nas escolas que formavam professores. No ensino regular, adotá-lo tornou-se comum posteriormente. Ele é um importante símbolo da escola e tem como principal finalidade criar uma identidade. Aos alunos e seus familiares, cabe cumprir e zelar pelo uso devido dessa vestimenta para evitar o desfile de roupas e a inadequação delas às atividades escolares. O uniforme também é importante para a disciplina, pois, ao impor o uso, a criança vai assimilando normas e limites para o cotidiano, o que, somado a outros fatores, propicia um desempenho escolar satisfatório. É verdade que o uniforme padroniza a vestimenta, mas o principal fato que nós, especialistas da aprendizagem, defendemos é que ele dá igualdade a todos no modo como os alunos se apresentam e também favorece o sentimento de pertencimento ao grupo. É um elemento que aproxima, que deixa todos semelhantes, promovendo a noção de que há algo em comum entre o grupo. Os pais precisam ser colaboradores ativos nessa aprendizagem, pois o uso dessa vestimenta deve ser um hábito desenvolvido desde os primeiros anos da vida acadêmica. Quando eles legitimam a ação pedagógica, a criança apreende e, assim, faz um uso adequado.

Luciana Barros de Almeida, presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia

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Não

Na escola em que trabalho, não exigimos o uso diário de uniforme. Há uma camiseta com o logo da instituição que todos os alunos devem usar quando fazemos trabalhos externos (visitas a museus, trabalhos de campo etc.). Fora do espaço escolar, ela favorece a identificação, a organização e a segurança dos alunos. Entretanto, dentro do espaço escolar, não vemos necessidade pedagógica ou educacional de que todos sejam identificados da mesma maneira, ou seja, homogeneizados. Especialmente para as crianças menores (que ainda não têm autonomia sobre a escolha e o uso da roupa), a exigência do uniforme requer uma organização familiar sobre a qual os pequenos não têm controle e cujas consequências recaem sobre eles. Também percebemos que, para os alunos mais velhos, a questão da identidade pessoal é muito importante e as roupas fazem parte dessa construção. Portanto, sentem-se respeitados e acolhidos num espaço onde é permitido vir do jeito que acham melhor. Há quem defenda que o uniforme inibe o uso de roupas de grife e a ostentação. Em nossa experiência, se vestimentas caras forem um valor para o grupo, esse valor também se manifesta em detalhes como tênis e celulares. A simples imposição do uso do uniforme não faz com que o grupo pense criticamente sobre essa questão.

Luciana Fevorini, doutora em Psicologia Escolar pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e diretora escolar do Colégio Equipe, em São Paulo
 

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