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Jogos eletrônicos ou brincadeiras tradicionais?

Não precisa escolher: é preciso encontrar o equilíbrio. Aprenda a dosar a diversão virtual com a vida real para que a criança se desenvolva plenamente

Por Estúdio ABC
Atualizado em 21 jan 2020, 09h36 - Publicado em 30 Maio 2016, 15h12

Eles não devem ser encarados como vilões. Estudos recentes já comprovaram que os jogos eletrônicos trazem uma série de benefícios ao desenvolvimento infantil. “Facilitam o aprendizado de várias competências cognitivas, como habilidades de leitura, escrita, cálculo e até mesmo motoras”, afirma a psicopedagoga Rebeca Lescher, diretora da Associação Brasileira de Psicopedagogia/Seção São Paulo.

O risco aparece quando a diversão na telinha passa a monopolizar a rotina da criança, em detrimento das brincadeiras tradicionais – algo cada vez mais comum, conforme ressalta a especialista. Em seu consultório, onde atende alunos de escolas particulares, e na ONG Colmeia, onde recebe crianças de escolas públicas, Rebeca tem encontrado muitas situações do gênero. “Quando não se oferecem outras opções às crianças, os jogos eletrônicos, com todo seu encanto e fascinação, acabam se tornando a única distração. E isso é um grande problema.”

Embora o mundo virtual seja desafiador, somente brincando no mundo real, explica Rebeca, a criança amplia a visão de mundo e de si mesma e tem a chance de desenvolver competências como a consciência corporal, temporal, espacial e de lateralidade, fundamentais no processo de aprendizagem. Jogos com regras preestabelecidas, por exemplo, são importantíssimos para o desenvolvimento das noções de justiça e ética. “Os participantes podem experimentar diversas emoções e exercitar o controle de sentimentos contraditórios e satisfatórios”, explica.

Brincadeiras tradicionais, tais como jogos simbólicos, jogos cantados, jogos de percurso e a confecção de brinquedos, também constituem uma poderosa ferramenta para o aumento do vocabulário e ajudam a criança a compreender o pensamento do outro. “Além disso, estimulam a capacidade de recordar, percorrer o passado e antever o futuro, o que torna possível a capacidade de antecipação, planejamento e tomada de decisões, tornando o raciocínio mais rápido e flexível.”

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A grande questão, segundo Rebeca, é conseguir encontrar o ponto de equilíbrio. E a concorrência parece mesmo desleal: como fazer uma criança do século 21 se interessar por cordas e bolinhas de gude se os jogos eletrônicos estão cada vez mais complexos, atraentes e, ainda, fáceis de carregar para todo canto? Trazer o mundo dos games para o universo das brincadeiras tradicionais é uma solução criativa. Por exemplo, seu filho pode gostar de construir com sucata o personagem preferido do mundo online.

De acordo com a psicopedagoga, porém, não dá para escapar do controle do tempo dedicado aos jogos virtuais. “Os pais devem estar conscientes de que é necessário impor limites para que os filhos exercitem outras habilidades e descubram novas formas de se divertir”, afirma. Com os pequenos, costuma ser mais fácil. Com eles, o ideal, sugere Rebeca, é negociar períodos de 15 minutos, intercalados com outras atividades. “Mas tudo depende do bom senso. É bom lembrar que crianças pequenas têm muita energia e precisam gastá-la.”

Conforme elas crescem e ganham mais autonomia, o controle se torna um desafio ainda maior para os pais. A partir da pré-adolescência, jogar online com vários amigos, cada um em sua casa, torna-se um hábito tão corriqueiro que pode consumir horas seguidas. Aí o mais saudável, defende Rebeca, é limitar os jogos virtuais a duas horas diárias, de preferência à tarde – à noite, é preciso desacelerar em prol de uma boa noite de sono. “Todos os jogos são válidos, desde que haja bom senso e limite”, pondera a especialista. “É preciso haver a hora de correr, de fazer esporte, de aprender a tocar um instrumento, de brincar e, principalmente, de conversar com colegas fora das mídias sociais.”

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