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Mais QI, menos desigualdade: os benefícios sociais da amamentação

Entenda como, além das vantagens para bebê e mãe, o aleitamento materno pode ajudar a criar um futuro melhor.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 10h42 - Publicado em 8 ago 2018, 23h49

Para o 26º ano da Semana Mundial da Amamentação, a WABA (World Alliance for Breastfeeding Action – ou, em português, Aliança Mundial para Ação em Amamentação) definiu metas sociais:

– Informar sobre os benefícios do leite materno, que está diretamente ligado a uma boa nutrição;

– Vincular a amamentação a uma agenda nutricional de segurança alimentar e diminuição das desigualdades;

– Envolver com uma maior comunicação as pessoas e organizações que trabalhem questões relacionadas à propagação de informação sobre amamentação;

Motivar as mães a amamentarem com consciência sobre a importância nutricional, de segurança alimentar e de diminuição das desigualdades.

Estes objetivos abrem nossos olhos para um lado da amamentação pouco comentado: o dos benefícios que extrapolam a saúde do bebê e da mãe e são capazes de promover condições para um futuro global melhor.

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Eles estão, inclusive, em sintonia com metas da ONU (Organização das Nações Unidas) para o desenvolvimento do planeta. Com base em estudos apresentados no documento científico “Amamentação: A Base da Vida”, da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), e em dados da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), vamos entender melhor como isso funciona.

Antes dos dados, vale destacar uma informação importantíssima do documento da SBP: “A amamentação é um dos poucos comportamentos positivos em saúde mais prevalente nos países de baixa e média renda do que nos países de alta renda. Na ausência da amamentação, a desigualdade em saúde, sobretudo na mortalidade infantil, seria ainda maior.”

Amamentação x mortalidade infantil

Em três estudos conduzidos em países de média e baixa renda, onde a mortalidade infantil é uma questão preocupante na saúde pública, evidenciou-se que o risco de morte por doenças infecciosas em crianças de até 6 meses amamentadas exclusivamente foi de apenas 12% do risco apresentado por crianças da mesma idade que não foram amamentadas.

A proteção da amamentação no quesito mortalidade infantil se confirmou também em estudos realizados em países de alta renda: o aleitamento materno exclusivo é associado a uma redução de 36% na ocorrência de morte súbita do lactente.

Amamentação x inteligência x renda na vida adulta

A associação entre amamentação e inteligência avaliou o QI e o impacto dele nas oportunidades de crescimento profissional e de renda na vida adulta.

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Todos os estudos realizados em países de baixa, média e alta renda mostraram maior QI em crianças amamentadas quando comparadas com as não amamentadas ou amamentadas por menos tempo. A diferença média de QI foi de 3,44 pontos.

Um estudo feito no Brasil ao longo de 30 anos indicou o efeito de longo prazo da amamentação: o aumento do QI causado pelo aleitamento significou até 72% de aumento na renda.

Amamentação x saúde financeira da família

De acordo com dados da Unicef, fórmulas para substituir o leite materno pesam no orçamento das famílias e deslocam dinheiro que poderia ser investido em outros aspectos do desenvolvimento do bebê.

Considerando que um bebê alimentado com fórmula industrializada consome, em média, 1,5 lata por semana, este gasto da família pode chegar a meio salário mínimo por mês no Brasil. Não é pouco dinheiro e certamente afeta negativamente a saúde financeira da casa, especialmente em famílias de renda baixa ou média.

Com a amamentação, que é gratuita, o valor não sai da receita familiar e permite que ela progrida com mais facilidade, diminuindo progressivamente a desigualdade social.

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