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Somos um casal de negros e temos um filho branco

Será que o bebê era meu? Sofri com a suspeita de traição. Só o meu marido me apoiou!

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 09h15 - Publicado em 25 fev 2009, 21h00

Cheguei a pensar que meu bebê tinha sido trocado na maternidade, mas o exame de DNA provou que eu sou mesmo a mãe dele
Foto: arquivo pessoal

Gabriel é o meu sétimo filho, o segundo com o Alexandre. Fiquei grávida no primeiro trimestre de 2008 e, em 3 de novembro, fui às pressas ao hospital. Ele nasceu na sala de pré-parto, e só fui vê-lo cinco horas depois. Como teve icterícia, que deixa a pele do bebê amarelada, estranhei a cor dele depois de 15 dias.

Daí, a surpresa: sou negra, meu marido é negro e meus seis outros filhos também. Mas o Gabriel é loiro, e de olhos azuis. Era o início do meu drama. Tive de ouvir dos vizinhos e da família do meu marido que o filho não era dele. 

Suspeitaram que eu havia traído meu marido

A pele do Gabriel ficava cada dia mais branca. Logo suspeitei que ele tinha sido trocado na maternidade. A cor do nenê era bem diferente da minha, do Alexandre e dos meus outros filhos. Ele também não se parecia com ninguém da família. Decidi ir ao hospital e checar se havia algo errado.

A direção do hospital negou a troca e me apresentou a documentação registrada no parto. Na carteirinha do bebê e no prontuário médico, meu nome estava escrito como Alexsandra Simões de Oliveira. Fiquei muito nervosa e senti um aperto no coração. Mais um dado que indicava uma possível troca de bebês. Os funcionários do hospital afastaram a chance de esse erro ter ocorrido. No entanto, eles confessaram a troca do meu nome no prontuário.

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O jeito foi pedir um exame de DNA para comprovar se eu era realmente a mãe do Gabriel. Minha intuição apontava para um resultado negativo. Mesmo assim, me contaram que eu e o Alexandre poderíamos ter um filho de olhos claros, porque meu bisavô, minha mãe e algumas sobrinhas são brancos. Minha sogra também dizia que a avó dela era portuguesa e tinha olhos azuis.

Enquanto o resultado do exame não ficava pronto, fui obrigada a ouvir de tudo. Inventaram que o Gabriel poderia ser filho de outro pai. A família do meu marido disse que não daria atenção ao bebê, caso o Alexandre não comprovasse a paternidade. Ainda bem que o maridão me ajudou a superar essa fase de muita fofoca. Ele sempre foi calmo e me apoiou em todos os momentos.

Quanto mais se aproximava a data da divulgação do resultado, mais ansiosa eu ficava. Mesmo que eu não fosse a mãe biológica, já estava com o bebê havia dois meses. Eu já o amava muito. Imagine o quanto seria dolorido ter de devolver um bebê. Até meus outros filhos já estavam se acostumando com aquele irmãozinho em casa.

O Gabriel uniu a família ainda mais

O Alexandre estava mais tenso que eu no dia em que soubemos o resultado. A espera parecia não ter fim… Graças a Deus, a verdade veio à tona: o Gabriel é realmente o meu filho. Ele não foi trocado na maternidade, como eu temia.

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Meu marido não considera necessário um exame que comprove a paternidade, mas a família dele insiste que esse teste de DNA pode estar errado. Sei que esses exames não falham. E, mais do que isso, tenho certeza do meu amor pelo Gabriel e o Alexandre.

Se um dia o meu marido achar que o exame precisa ser feito, vou apoiá-lo, assim como ele me apoiou na luta para ter a certeza de que eu sou a mãe do meu lindo nenê.

Em 25 de janeiro, fiz uma festa em casa para comemorar dois aniversários. Yankel, o primeiro filho que tive com o Alexandre, completou 2 anos no dia 22. Meu irmão fez aniversário um dia antes dele. Mas o maior motivo da festa foi o resultado do exame de DNA. A família do meu marido recusou-se a participar da festa.

Tenho a consciência tranquila. O Gabriel foi um anjo enviado por Deus. Será meu último filho, e o nascimento dele serviu para melhorar o relacionamento entre mim e o Alexandre. Quero seguir a vida e trabalhar bastante para que ele seja uma criança feliz.

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