A verdadeira favorita
Lília Cabral, a resignada Catarina, de A Favorita, rouba todas as cenas, mas na vida pessoal prefere a discrição
Aos 51 anos, a atriz chama a atenção em
“A Favorita”, novela da Rede Globo
Foto: Rogério Palatta
Malvada, boazinha, sofrida… não importa o papel. Lília Cabral não precisa ser a protagonista para chamar a atenção. Desde Os Imigrantes (1981), sua primeira novela, a atriz emplacou uma trama por ano. Em 2006, conquistou vários prêmios com a megera Marta, de Páginas da Vida.
E hoje, aos 51 anos, divide opiniões por conta da subserviência de Catarina ao marido, Leonardo (Jackson Antunes). Há os que se indignam por ela suportar calada ser capacho do bronco e os que sentem pena da pobre dona-de-casa. Viu só? Não importa de que lado você esteja. A certeza é de que, mais uma vez, a personagem de Lília roubou a cena. E vai crescer ainda mais ao ser alvo da paixão da nova vizinha, Stela (Paula Burlamaqui).
Porém, se na TV ela gera polêmica, na vida pessoal, quer distância dos holofotes. “Não ouço, não falo, não entro em fofoca. Minha vida particular é só minha”, revela a estrela. Leia a entrevista:
Existem muitas mulheres como Catarina. Você se inspirou em alguém que conhece?
Me inspiro em tudo. Nas histórias da minha família e dos amigos, é um pouco de cada coisa. Catarina tem algo da minha mãe, da minha tia, da minha avó…
E o que, afinal, a aprisiona ao marido carrasco?
Acho que é a educação que ela teve. Catarina é a queridinha do pai. A família enxerga nela as possibilidades de uma mulher que poderia ser muito mais do que é. Isso a frustra muito. Sabe quando você não quer fracassar novamente? Se ela perder a única coisa que tem, ou seja, o marido, então é mais um fracasso que vai levar para a vida.
Ela vai mudar até o final da trama?
Vai ter uma reviravolta na história dela, sim, mas acho que não vai acontecer o caso lésbico. E, se tiver, será algo que discutirá a solidão da mulher, e não propriamente a relação gay. Acho que é mais bonito até.
Ela é o oposto da Marta, né?
Ela é muito diferente, apesar de também ter filhos problemáticos. A pessoa frustrada não resolve os próprios conflitos e acaba descontando na família, porque alguém está descontando nela. Então, os filhos vêem o comportamento dos pais e se revoltam. É um efeito dominó.
Dona de personagens intensos, você é do tipo de atriz que leva o personagem para casa?
Não, pelo amor de Deus, acabou a gravação… acabou! Adoro voltar para casa depois do trabalho, ver a minha família (o marido, Iwan, e a filha, Giulia, 11), sair para comer uma pizza… Não tem nada melhor!