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Elizabeth Gilbert, autora de “Comer, rezar e amar”, ganha mais que o marido

Em entrevista, a famosa escritora fala sobre casamento, machismo e sobre sua obra de sucesso

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 16 jan 2020, 08h42 - Publicado em 24 out 2012, 21h00

E daí, não é? Feliz no casamento com um brasileiro, a escritora Elizabeth Gilbert diz que o companheiro é “tranquilão” com a dinheirama que ela recebe. “Aqui em casa, ele só manda no churrasco!”
Foto:

POR_RAFAEL SENS, em texto publicado na revista LOLA

Ouando tinha 12 anos, no início da década de 80, a escritora americana Elizabeth Gilbert leu uma reportagem em uma revista feminina que relatava: 80% dos maridos dos Estados Unidos ficavam muito incomodados com mulheres que ganhavam mais. Para ela, foi um choque duplo. Primeiro, pela estatística em si. Segundo, porque seu pai confessou ser um dos inconformados. Autora do bestseller Comer, Rezar, Amar, publicado em 30 países e com quase 9 milhões de exemplares vendidos mundo afora, Gilbert está rica. Aos 41 anos ganha mais, muito mais que omarido, o empresário brasileiro José Nunes, que conheceu nas andanças relatadas no livro. E o casal tem drama-zero com a questão. “Ele é tranquilão com isso”, disse a escritora em entrevista a LOLA.
 
Gilbert, que publicou outro livro, Comprometida — Uma História de Amor (Objetiva, 240 págs., R$ 33,90) diz que o segredo para que o sucesso afetivo replique o da carreira está além da questão de quem coloca mais dinheiro dentro de casa. “Casamento é algo que envolve duas pessoas e outras 50. Temos sempre de levar em conta essa gente toda”, afirma a escritora
 
LOLA: Você ganha mais e é mais famosa do que o seu marido. Isso já foi um problema para vocês?
ELIZABETH GILBERT: Ainda pode ser um problema para alguns homens, mas cada vez menos. As mulheres não só estão ganhando mais, mas também se destacando em todas as áreas. A mentalidade de todos está mudando, era muito pior quando eu era jovem. Hoje, tenho sorte porque sou casada com um homem que apoia as causas femininas.
 
Aqui no Brasil, os gaúchos — e seu marido é um — têm fama de ser um pouco machistas. É o caso?
O único lugar onde ele exerce seu poder de macho dominador é na hora de fazer churrasco! (risos). Ele odeia essa ideia do macho gaúcho, sempre acreditou que quanto mais machão, mais suspeito…
 
Acredita que a mentalidade das pessoas mudou em relação a isso?
Fiquei chocada quando tinha 12 anos e li uma reportagem que falava que 80% dos homens americanos teriam sérios problemas se as suas mulheres ganhassem mais que eles. Ridículo. O pior é que meu pai disse: eu teria problemas. Acho que faço parte de uma geração de sortudas que conseguiu vencer essas barreiras.
 
É grande o número de países que discutem temas como divórcio rápido, união homossexual etc. Esse ambiente influenciou a sua decisão de escrever seu novo livro, Comprometida?
Minha motivação foi obter respostas sobre o que é o casamento. Eu estava nervosa e confusa. O jeito que achei para resolver esses problemas foi escrever. Sou uma típica mulher do século 21, e assim como eu muitas mulheres estão com as mesmas questões. Não só no Brasil, nos Estados Unidos também estamos discutindo todos esses temas relacionados ao casamento. Não como indivíduos, mas como sociedade.
 
E chegou a alguma conclusão do que é o casamento realmente? 
Eu tenho uma definição do que é o meu casamento. É um projeto que divido com uma pessoa com a qual me importo muito. O casamento existe para proteger duas pessoas do resto do mundo. No meu caso, meu marido não poderia nem sair do aeroporto não fosse o casamento, porque foi com a união que ganhou o visto americano. Agora ninguém pode tirá-lo de mim!
 
Brasileiros sabem comer, rezar e amar?
Brasileiros são as pessoas no mundo com mais talento para felicidade. Conseguem comer, rezar e amar. Na mesma noite.
 
Como foi ver um ícone como Julia Roberts representando você na telona?
Ainda não processei direito o fato de ter Julia Roberts interpretando eu mesma no cinema. É muito louco. No filme, quando ela se apresenta: “Sou Liz Gilbert, escritora de Nova York”, nossa! Eu quase surtei. Não! Você é a Julia Roberts! Você é uma estrela! Ela realmente acreditou no livro!
 
Sem Caretice
 
A ideia da mulher que banca a maioria das despesas domésticas é cada vez mais bem-aceita pelos casais
 
POR_CAROL VAISMAN E RAFAEL SENS • FOTO_PABLO SABORIDO
 
Como já dizia aquela propaganda em que uma executiva chega em casa e dá um carro de presente para o marido cuidando dos filhos, o mundo mudou. No Brasil, o número de mulheres chefes de família cresceu 79% em dez anos. Em 2006, elas já chegavam a 18,5 milhões. Isso não quer dizer que tenham os maiores rendimentos da casa, porque o termo “chefe de família” leva em consideração vários fatores, como a administração do lar e o cuidado com os filhos. Mas a mudança é clara. “O aumento do número significa que as mulheres estão ganhando mais espaço na relação maridomulher”, diz Natália Fontoura, coordenadora de Igualdade e Gênero do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
 
Exemplar dessa nova realidade é o casal formado por Marisa Camargo, de 41 anos, e Augusto Citrangulo, de 49 anos. Casados há 16 anos, eles convivem — e muito bem — em circunstâncias que provavelmente deixariam seus avós fora do eixo. Formada em psicologia, ela é diretora de atendimento ao cliente na multinacional inglesa Millward Brown. Ele, arquiteto de formação, faz projetos de design ecologicamente corretos e de comunicação visual. A renda mensal de Marisa é o triplo da dele. Problemas? Nenhum. “Nunca fui o típico macho alfa. Não me sinto desvalorizado nem desvirilizado por causa disso. Ela é o homem da casa no sentido careta. E caretice é algo que não temos de jeito algum”, conta o marido.
 
Por conta do cargo de responsabilidade, Marisa trabalha até altas horas. “Muitas vezes eu fico por conta da empresa”, afirma ela. Augusto, em troca, assume outros papéis. É ele quem cuida da manutenção da casa, faz compras no supermercado e, muitas vezes, prepara o jantar. Tudo enquanto espera Marisa chegar do trabalho.

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