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Elizabeth Savalla: ‘Cada pessoa tem uma missão muito especial neste planeta e precisa descobrir qual é!’

Prestes a completar 40 anos de TV Globo, estrela se considera realizada na profissão e na vida pessoal

Por Raquel Borges
Atualizado em 14 jan 2020, 22h48 - Publicado em 15 jan 2015, 14h17

Ela dispensa apresentação, mas assim mesmo lá vai… Elizabeth Savalla, 60 anos, fez mais de 20 novelas, filmes e peças de teatro. No ano passado, completou 40 anos de carreira. Sua primeira aparição na telinha foi em A Casa Fechada (1972), teleteatro da TV Cultura, dirigido por Antunes Filho. E a trajetória na Globo começou em 1975, na novela Gabriela, quando fez enorme sucesso na pele da rebelde Malvina.

Depois vieram muitas outras personagens inesquecíveis, como Catarina, de Pai Herói (1979); Marcela/Roseli, em Plumas e Paetês (1980); Imaculada, em A Padroeira (2001); Jezebel, de Chocolate com Pimenta (2003); e a divertida Márcia, de Amor à Vida (2013). Atualmente, ela brilha no papel da Tina, de Alto Astral.

Seguidora da Igreja Messiânica desde 1974, Savalla acredita que a fé é essencial. Acompanhe nosso gostoso bate-papo, no qual a estrela fala de trabalho e dos seus quatro filhos, Thiago, Diogo e os gêmeos Ciro e Tadeu, todos do primeiro casamento com o ator Marcelo Picchi!

A Tina é muito divertida, mas tem um mistério, né?
Ela tem dois mistérios (risos). No decorrer da novela, eles serão revelados, mas por enquanto só sei um deles e não posso contar, pois é segredo. A Tina se apaixonou pelo Manuel (Leopoldo Pacheco), mas também e principalmente pelas crianças que perderam a mãe. Ela tem esse papel de “boadrasta”. Não sei o passado dela, só sei que tem uma tia, dona Conceição, que nunca aparece na trama. É uma pessoa dadivosa, pois cuida da tia, dos filhos, que nem são dela, é dona de casa, faz bolo para fora e ama o marido.

TV Globo/Divulgação
TV Globo/Divulgação ()

A novela fala de espiritismo. Esse é um assunto que a atrai?
Um dos motivos de eu ter aceitado esse papel foi a forma como a espiritualidade é tratada, de um jeito leve. Sou messiânica desde 1974, e acredito que não é à toa que estamos aqui, passando por tudo isso. Há quem não acredite… Meu marido (Camilo Átila), por exemplo, é ateu. Mas tenho pena, porque quem tem uma religiosidade acredita em algo a mais, tem onde se segurar na hora do sufoco. E todos nós passamos por momentos complicados. Não estamos aqui por acaso, temos um propósito. Cada pessoa tem uma missão muito especial neste planeta e precisa descobrir qual é! Tenho a sorte de viver de uma profissão como a minha em um país onde pouquíssimas pessoas conseguem isso. No ano que vem, completo 40 anos de TV Globo.

Pretende fazer algo para comemorar?
Comemoro sempre! Tenho um projeto chamado Teatro de Graça na Praça, que já estou tocando há dez anos. Com ele, levamos teatro a comunidades onde os bens culturais são de difícil acesso. Já me apresentei em mais de 150 cidades pelo Brasil afora. E chegamos a reunir 8 mil pessoas para assistir aos monólogos em praças.

Você falou em missão, descobriu a sua?
Acho que todos os dias a gente descobre, esquece, tropeça, tem que começar… Isso é próprio do ser humano. Acredito que minha missão passa pelo meu trabalho. A arte de representar está muito ligada a isso, à nossa missão. Toda profissão tem sua incumbência, mas acho que na minha a gente faz com que as pessoas pensem, deem risada, saiam das sua vida e consigam entrar em contato com outras.

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Sente saudade de alguma das suas personagens?
Acho que todas de alguma forma deixam um pedacinho dentro da gente. Levam coisas de você, mas ao mesmo tempo também trazem experiências. No final, fica uma mistura de emoções.

As pessoas ainda a chamam de Tetê Para-Choque e Para-Lama nas ruas?
Chamam, sim! Amor à Vida acabou no dia 31 de janeiro do ano passado. E fiquei até preocupada em aceitar uma personagem como a Tina, de Alto Astral, em um universo mais ou menos como o da Tetê. Para fazer diferente, é complicado, né? É a mesma cara, a mesma pessoa (risos)… Quando vejo já estou dando bolsada, como a Márcia! Uma complicação só! Cada personagem que faço tem um pouco de mim. Mas confio demais na direção do Jorginho Fernando, que me ajuda muito.

TV GLobo/João Cotta
TV GLobo/João Cotta ()

Tem algum objeto, um amuleto da sorte?
Essa bolsa, por exemplo! Foi o figurinista Lessa de Lacerda que me deu há muitos anos e não me lembro de em que novela estávamos, pois já trabalhamos em inúmeras juntos. A primeira vez que usei foi em uma estreia maravilhosa e desde então acho que me traz sorte e a uso sempre que vou a uma festa de lançamento. Na verdade, ela pertenceu a uma personagem que fiz, só não me lembro de qual. Sempre fico com um objeto dos figurinos.

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E o que você levou da Márcia? A flor do cabelo?
Não, levei uma jarra em formato de melancia… Pedi de presente ao diretor-geral, Mauro Mendonça Filho. Levo tudo para a minha casa do sítio, agora já parece um museu. Mas casa de ator é assim mesmo, cada trabalho que você faz, tem que levar um pedacinho. E fica também o carinho pelos filhos fictícios, que vamos juntando nas novelas. Já fui mãe de Tatá Werneck, Rosanne Mulholland, Mariana Ximenes, Malvino Salvador, duas vezes de Kayky Britto, que primeiro foi filha (era Bernadete em Chocolate com Pimenta) e agora é Israel em Alto Astral.

Você acorda cedo, faz café? Como é a sua rotina de mãe, dona de casa e atriz?
Acho que toda mulher é assim. Nós temos mil jornadas por dia. A gente que faz supermercado, leva filho ao médico e, quando eles ficam doentes, as primeiras pessoas para quem eles ligam somos nós.

Independentemente da idade?
Sim. Aliás, quanto mais velho, mais dependentes eles ficam (risos). Aí, quando estão bem, nem ligam e você acaba morrendo de saudade. Quando brigam com a namorada ou se separam é para a mãe que ligam. Mas é legal… acho que esse é o grande barato da vida, a gente é profissional, sim, mas glamour só em Hollywood.

TV Globo/Divulgação
TV Globo/Divulgação ()

Pelo jeito, você é uma mãe coruja e dedicada…
Quanto mais velhos os filhos ficam, mais coruja a gente fica! Acho que um dos maiores presentes que Deus pode dar à mulher é ser mãe. Filho, seja ele quem for… (fica com a voz embargada). Agradeço muito a Deus, porque sou privilegiada. Tenho filhos saudáveis, éticos, bonitos por dentro e por fora. Porque isso é algo que a vida dá, não é você quem escolhe.

Tem netos já?
Meu marido é pai de dois filhos. E um deles tem a Valentina, de 3 anos, que amo de paixão. Ela pensa que nós temos a mesma idade, imagina (risos)!

Criar quatro filhos deve ter dado um trabalhão…
Deus ajuda, minha filha! Primeiro que nenhum deles vem com bula. E ninguém nos ensina a ser mãe, é algo que vamos aprendendo com o tempo… E, no meu caso, eu morava no Rio e minha família em São Paulo. A vida inteira dependi da colaboração de babá, empregada, professor… E na nossa profissão a gente tem hora para sair de casa, mas não para chegar. Mas sempre os acompanhei de perto, meus filhos brincam me chamando de general Savalla.

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Você é muito brava, então?
Não. Apenas acho que todo mundo precisa de limite. Educação não é para o professor dar. O papel dele é passar conhecimento. Já educação é uma incumbência da família.

Mas muita gente não pensa assim atualmente.
A sociedade mudou, especialmente com o fato de pai e mãe estarem trabalhando fora. As crianças passam bastante tempo na escola. Mas a professora, com 40 alunos na sala de aula, não tem como educá-los. Quem tem que colocar para estudar, ensinar a levantar no ônibus para uma senhora mais velha (sentar) é a mãe. E elas têm que ensinar a respeitar as pessoas, chamar de senhor. Precisam aprender a respeitar os homossexuais. Eles são seres humanos, e o que importa não é a opção sexual, é o caráter. Isso vem de casa. Não importa se é branco, preto ou azul, o que importa é o caráter.

Para finalizar, como você faz para conservar a pele bonita desse jeito?
Nada! Trabalho feito louca, não tenho tempo de usar nada, juro pra você (risos)!

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