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10 famosos que já falaram abertamente sobre AIDS

Portadores do vírus HIV ou marcados pela perda de amigos e parentes, eles abriram o coração para falar sobre a doença

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 17 jan 2020, 11h49 - Publicado em 30 nov 2017, 20h10

Dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Combate à AIDS e, a partir deste ano, o Brasil dedica todo o mês à campanha nacional de prevenção ao HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis – é o Dezembro Vermelho.

Diagnosticada oficialmente pela primeira vez há 35 anos, a AIDS já foi a causa da morte de mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a UNAids (programa da ONU pelo combate à doença). No total, mais de 78 milhões de indivíduos foram infectados pelo HIV neste período, e hoje o tratamento medicamentoso é feito por 53% de quem tem o vírus.

Vírus que não escolhe gênero, orientação sexual, idade, raça, nacionalidade, religião, status financeiro ou qualquer outro padrão, o HIV já atingiu muitos famosos, seja os infectando, seja vitimando seus amigos e parentes. 10 celebridades abriram o coração sobre a doença ao longo do tempo. Confira o que elas falaram.

Madonna

(Neilson Barnard/Getty Images)

Foi na comunidade gay da Nova York do fim dos anos 1970 e começo dos anos 1980 que Madonna fez seus melhores amigos e se encontrou como artista. Alguns desses amigos foram vítimas da AIDS, em uma época em que pouco se sabia sobre a doença. Suas perdas mais sentidas foram a de seu professor de balé de Michigan, Christopher Flynn, e de seu melhor amigo, Martin Burgoyne (para quem ela escreveu a música “In This Life”, do álbum “Erotica”).

Madonna falou à revista “Interview”: “Christopher foi o primeiro homem – o primeiro ser humano – que fez eu me sentir bem comigo mesma, especial. Ele foi a primeira pessoa que me disse que eu era bonita e que eu tinha algo a oferecer para o mundo. Ele me encorajou a acreditar nos meus sonhos, a ir para Nova York. Ele foi uma pessoa tão importante na minha vida. Ele morreu de AIDS. (…) Eu era uma dançarina em Nova York quando a epidemia de AIDS começou, ninguém sabia o que era aquilo. E, de repente, todos esses homens lindos ao meu redor, pessoas que eu amava tanto, estavam morrendo, um depois do outro. Foi uma época tão louca. O mundo estava enlouquecendo e a comunidade gay estava sendo jogada para o canto. É uma época sobre a qual as pessoas não falam muito. E embora houvesse tanta morte para mim, Nova York estava tão viva”.

Princesa Diana

(Hulton Archive/Getty Images)

Em 1987, ao dar as mãos a um homem com AIDS, a princesa desafiou os tabus da época sobre a doença – havia quem achasse que era possível contrair AIDS dessa forma. Em 1991, um de seus melhores amigos, o ex-diretor do Britain’s Royal Ballet, Adrian Ward-Jackson, morreu em decorrência da doença. Atuante em causas humanitárias até o fim de sua vida (ela morreu em um acidente de carro em Paris, em 1997), Diana aproveitou a primeira conferência do Management Forum, em 1993, em Londres, para falar sobre seu primeiro contato com uma mulher com AIDS:

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“Sua mão frágil procurava ajuda e apoio. Ela havia sido abandonada por sua família, era vista por eles como uma vergonha insuportável, uma desgraça. E ainda venho encontrando pacientes como ela, rejeitados pelas famílias e ex-amigos. É difícil encontrar palavras para expressar a solidão dolorida e a rejeição que tenho encontrado e percebido quando eles estão perto do fim de suas vidas. A AIDS não respeita cor, classe social ou religião. Também não tem apreço por fronteiras internacionais. Muito em breve, todos conheceremos alguém com AIDS. Um irmão, uma irmã, mãe, pai, filho ou filha pode ser o próximo. Como iremos tratá-los? Com compaixão e cuidado ou medo e rejeição?”.

Cazuza

(Reprodução/Reprodução)

O cantor foi a primeira celebridade brasileira a falar abertamente que tinha AIDS, em 1989. Naquela época não havia coquetel de medicamentos, então seu tratamento era pontual em momentos de crises. Muitas vezes, Cazuza foi aos EUA para lidar com complicações da doença. Ele morreu em 7 de julho de 1990, no Rio de Janeiro.

Na edição de 26 de abril de 1989, ele falou sobre AIDS em entrevista à Veja: “Se em 1985, no começo, eu tivesse ido logo a um médico, estaria hoje muito melhor. Sempre fui muito destrutivo, eu achei que tinha AIDS, eu quis ter AIDS. (…) Disse a meus pais que eu estava com AIDS mesmo, que a gente tinha de curtir, porque eu não sabia quanto tempo mais iríamos ficar juntos. (…) Quando eu estava no hospital de Boston, pensei muito e acabei descobrindo que ficar calado me deixava ainda mais traumatizado. É uma situação ambígua, de esconde-esconde. Mostrar aos outros que com AIDS pode-se continuar vivendo, trabalhando, produzindo me pareceu o caminho mais certo. Agora me sinto mais aliviado”.

Ney Matogrosso

(Kiko Cabral)

Após ter namorado algumas pessoas soropositivas – entre elas Cazuza –, Ney declarou que não sabe como não contraiu o vírus HIV. “Não tem explicação. Pedi essa explicação e o médico não me deu. Mas nem por isso vou ficar dando mole, prefiro não acreditar que sou uma pessoa imune. Eu dei sorte”, disse o cantor ao “TV Fama”.

Elizabeth Taylor

(Diane Freed/Getty Images)

A morte do ator Rock Hudson, vítima da AIDS em 1985, mexeu demais com Elizabeth Taylor – ele era seu melhor amigo desde 1956, quando trabalharam juntos em “Assim Caminha a Humanidade”. Depois dele, o secretário pessoal da atriz, Roger Wall, cometeu suicídio ao ser diagnosticado com HIV, em 1991. E então a atriz decidiu criar a Elizabeth Taylor AIDS Foundation e a amfAR (American Foundation for AIDS Research), para angariar fundos para as pesquisas pela cura da AIDS.

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“A morte de Roger foi uma das maiores perdas da minha vida. Ninguém estava fazendo nada. Isso me deixava tão furiosa. Pensei ‘Isso tem que começar por alguém. Serei eu’. Coloquei tudo de lado e dediquei minha vida à AIDS, aos homens, mulheres e crianças que travam batalhas contra a AIDS. Isso se tornou meu propósito pessoal, a conscientização e a luta contra a doença”, disse a atriz ao programa de TV “Larry King Live”, em 2003. Liz Taylor morreu em 2011, aos 79 anos, de insuficiência cardíaca.

Alicia Keys

(Tommaso Boddi/Getty Images)

A cantora tinha 8 anos quando o melhor amigo de sua mãe morreu em decorrência da AIDS, o que afetou bastante sua vida, já que ele era uma espécie de conselheiro da menina.

Alicia falou à revista People sobre a passagem e sobre a AIDS: “Sempre relacionei minha idade ao começo da epidemia [ela nasceu em 1981]. Eu era velha o suficiente para saber que o amigo da minha mãe não estaria mais lá quando eu quisesse falar com ele, mas ela nem sabia me explicar o que significava AIDS. Havia tanta ignorância sobre o assunto, as pessoas não sabiam como se contraía a doença. Havia uma ideia de que não se podia ser amigo de alguém com AIDS, de que não era possível amar alguém com AIDS. Isso está um pouco mais claro hoje, mas mesmo assim o estigma e o julgamento ainda rondam a AIDS, e isso é tão triste”.

Scarlett Johansson

(Jamie McCarthy/Getty Images)

A morte do namorado da mãe, em 1993, fez com que a atriz ficasse mais atenta à AIDS. No começo deste ano, em um evento da amfAR em Nova York em que foi homenageada pelas doações que faz à Fundação, Scarlett contou:

“Os elogios dele e a presença dele na vida de minha mãe conseguiram preencher o que ela estava precisando naquele momento. Então talvez meu envolvimento com a causa da AIDS tenha uma motivação mais romântica do que os ideais convencionais”.

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Fergie

(Frazer Harrison/Getty Images)

Ativista no combate à AIDS e ativa doadora de fundos para pesquisas relacionadas à doença, a cantora Fergie aproveita as oportunidades que tem para falar sobre sexo seguro na prevenção à infecção pelo HIV. No lançamento do filme “Nove” em Londres, em 2009, ela disse:

“Infelizmente, tenho amigos que não se cuidaram quando fizeram sexo e hoje são infectados pelo HIV, por isso o assunto me toca tão pessoalmente. As pessoas têm se mostrado displicentes… AIDS e sexo seguro são assuntos que fazem parte da vida. Quem se protege e protege seus parceiros ou parceiras torna qualquer transa mais atraente. Quem faz por fazer, sem proteção, se mostra irresponsável. Há, inclusive, quem tenha vergonha até de fazer o teste de HIV. Não é preciso ter vergonha, o teste é a coisa certa a ser feita. Se for preciso, há tratamento, há medicamentos”.

Charlie Sheen

(Charley Gallay/Getty Images)

O ator de “Two and a Half Men” revelou em 2015 que foi diagnosticado com HIV em 2011. Depois de ser chantageado por conhecidos e por mulheres com quem se relacionou – para quem ele garante não ter passado o vírus, pois teria sempre usado camisinha –, Charlie decidiu abrir o jogo no programa de TV “Today Show”:

“HIV. São três letras difíceis de absorver. São a virada na vida de uma pessoa. Aceito esta condição não como uma maldição ou um castigo, mas como uma oportunidade, um desafio. É uma oportunidade de ajudar outras pessoas. É um desafio de melhorar quem sou”.

Andy Bell

(Noam Galai/Getty Images)

Talvez você não saiba quem ele é só pelo nome, mas Andy é o vocalista do Erasure, e você certamente já cantou, dançou ou pelo menos ouviu o maior hit do duo, “A Little Respect”. Andy foi diagnosticado com HIV no fim dos anos 1990, foi um dos pioneiros no tratamento com o coquetel antirretroviral no Reino Unido e hoje vive com o vírus controlado.

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Em 2014, ele falou ao jornal The Guardian sobre sua relação com o vírus: “Quando recebi o diagnóstico, estava em um ciclo autodestrutivo e considerei o HIV uma espécie de medalha de honra ao mérito pelo meu estilo de vida. Mas não é, de maneira alguma. Percebi que estava apenas me punindo, não estava bem da cabeça. Levei um tempo para me reorganizar. Hoje, o que mais me consome o tempo é a organização, especialmente se vou viajar por um tempo. Tenho que ter medicamentos suficientes para todos os dias. Levo uma vida mais saudável, para estar sempre forte, porque se há um surto de gripe e eu não estiver bem, serei o primeiro a pegar. Hoje foi muito mais forte e corajoso para seguir adiante”.

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