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Luiza Brunet comenta biografia, que relata seus abortos e a experiência sexual com uma mulher

Em livro, a ex-modelo também fala do ataque de um vizinho quando trabalhava como empregada doméstica e do convite de Pelé, antes de namorar Xuxa

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 11h01 - Publicado em 10 dez 2013, 21h00

“Aos 50, você conhece mais o corpo, fica menos tímida, mais ousada. Isso melhora demais a libido, a essência do sexo fica mais erotizada”
Foto: Ernani D’Almeida

Luiza Brunet, 51 anos, lançou na quarta-feira (4) sua biografia, Luiza, escrita por Laura Malin, na Livraria Travessa, no Rio de Janeiro. Depois de 12 versões para chegar ao livro final, a ex-modelo explicou que no começo hesitou em expor sua vida. “Resisti, mas a coisa fluiu e percebi que valeria a pena contar um pouco mais da minha história. Não tenho arrependimento de nada”, explicou. Os filhos, Antonio, 15, e Yasmin, 25, presentes no lançamento, ajudaram no livro. “Ela é uma vencedora. Tenho orgulho da minha mãe”, contou o caçula. Já Yasmin lembrou das semelhanças entre ela e a musa dos anos 1980. “Nós somos geminianas, somos parecidas. Eu aprendi a cozinhar com ela. Agora tenho até a mania de ter tudo arrumadinho em casa. Gostei que ela contou sua história. É bom para mostrar que a vida de ninguém é um mar de rosas”, afirmou. O namorado, o empresário gaúcho Lirio Parisotto, 58, também prestigiou o evento: “Ela é linda. Seu caráter também é e isso é muito importante para mim”.

Em 256 páginas, Luiza se despe do mito de mais de três décadas de uma das personalidades mais marcantes do mundo da moda no Brasil. A trajetória simples, impulsionada pela beleza morena que seduzia sem fazer força, tendo no caminho o pai alcoólatra que ameaçava a mãe e as irmãs, um início, quando era ainda menor de idade, repleto de homens querendo “tirar proveito”, a experiência na cama com outra modelo, o primeiro casamento dos sonhos, com Gumercindo Brunet, o Gugu (de 1978 a 1984), seguido de um “selo de propriedade” da marca Dijon sobre seu nome e um segundo casamento dos sonhos, com Armando Fernandez (de 1985 a 2008), além de dois abortos. Abaixo, um papo sobre seu atual momento e em quem se transformou Luiza Brunet.

Mesmo com 51 anos, você não perdeu sua sensualidade. Como consegue isso?
Primeiro você tem de gostar de você. Mesmo com 51 anos, eu me sinto sensual. Com um vestido fechado até o ombro, tenho as atitudes de uma mulher sensual. Isso tem a ver com o cabelo no meio do rosto, o lugar onde você coloca a mão, a quebrada da cintura que faz mais curva.

E como se manter sensual em casa?
Eu acho que vale tudo. Estar sempre cheirosa, usar uma lingerie nova – tudo isso para manter o interesse do casal. A mulher tem de estar sempre impecável para o marido, namorado. O homem observa e gosta da mulher feminina.

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Você namora há dois anos o empresário Lirio Parisotto e já pensa em casamento. Quando vai ser a união afinal?
Qualquer relacionamento que vai indo muito bem, o desejo de qualquer mulher é que se torne uma rotina e, com isso, um casamento. Meu desejo é esse. Não estou noiva, só estou namorando, à longa distância: ele em São Paulo e eu, no Rio.

Essa distância entre vocês é boa para o relacionamento?
Gosto de cuidar da minha casa, cuidar do meu filho (Antonio), da Yasmin, que está no Brasil agora. Tenho mais tempo para fazer minhas caminhadas, ir ao pilates, fazer minhas coisas. E é importante estar sozinha. Quando estamos juntos, um sempre quer acompanhar o outro nas coisas do dia a dia e isso acaba atrapalhando.

Quando estava solteira, saiu com pessoas diferentes?
Não, sou muito conservadora.

Saiu com rapazes mais novos?
Nunca saí com garotão.

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Luiza Brunet comenta biografia, que relata seus abortos e a experiência sexual com uma mulher

“Gosto de fazer drenagem, massagem modeladora. Faço botox a cada seis meses na testa, no rosto”
Foto: Ernani D’Almeida

O sexo muda com a idade?
Muda. Fica com mais qualidade, não tem tanta quantidade. Aos 50, você conhece mais o corpo, fica menos tímida, mais ousada. Isso melhora demais a libido, a essência do sexo fica mais erotizada.

Que tipo de assédio você sofreu no início da carreira?
Na época, os homens achavam que a mulher que era modelo e posava nua era uma mulher disponível. Prostituta? Não sei. Era uma mulher de vida fácil. É como se você fosse um objeto sexual (no livro ela conta que o príncipe, milionário e imam Aga Khan IV, em um passeio em seu iate em 1984, enquanto ela tomava sol de topless, a pediu em casamento e lhe ofereceu o maior diamante do mundo – sem saber francês, quase concordou). Sempre me saí muito bem com as cantadas. Eu era casada, saía das fotos da PLAYBOY, tirava a roupa de modelo, e ia fazer comida e lavar roupa.

E como respondia às cantadas?
Mandei muita gente à merda.

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E a experiência homossexual, com quem foi?
Tá no livro (ela não quer avançar mais do que contou lá).

E o silicone? Você já disse que deseja diminuir os seios… Eu já tirei duas vezes, já fiz uma troca e gostaria de uma hora me livrar dele. A mulher fica bonita de silicone, mas não pode errar a mão. Se a mulher não tem peito e vai melhorar a autoestima dela, acho válido. O que não pode é entrar no modismo dos excessos. A mulher virou um robô, com muito músculo, muito silicone, excesso de beiço, excesso de botox, de unha postiça. Essa mulher eu não gosto, mas graças a Deus está acabando. Agora, o padrão está na mulher mais magra, um pouco demais até, mas pelo menos ela vai voltando para um meio-termo.

Como é sua rotina de beleza?
É a de exercício físico. Gosto de fazer drenagem, massagem modeladora. Faço botox a cada seis meses na testa, no rosto. Tenho uma alimentação saudável, hoje sou cada vez mais vegetariana, porque acho que faz bem.

A falta de vaidade deixa o casamento na mesmice?
Nunca deixei de estar arrumada, nem para dormir. Antes de dormir sempre coloco uma camisola de seda, passo todos os cremes pelo corpo, nas mãos. Faço todos os dias – para mim, até se eu estiver sozinha. Tenho de estar enfeitada.

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Essa falta de cuidado atrapalha o casamento?
Se é uma mulher com unha por fazer, cabelo sem tinta, com uma fita amarrada na cabeça, que estímulo o cara vai ter? O homem fica desestimulado. Se a mulher dele estiver sem vontade de fazer as coisas, sempre reclamando, não se cuida, não dá comidinha, não deixa a casa cheirosa, está sempre descuidada, qual o estímulo dele?

Luiza Brunet comenta biografia, que relata seus abortos e a experiência sexual com uma mulher

“A mulher tem de estar sempre impecável para o marido, para o namorado. O homem observa e gosta da mulher feminina”
Foto: Ernani D’Almeida

Qual sua dica para as mulheres, então?
O cabelo dá para manter limpo, cheiroso, mesmo que seja com o xampu mais barato. A unha pode estar lixada no toco, mas tem de lixar direitinho. Não pode ter unha descascada. Nos pés, nos joelhos, que ficam mais desgastados com os anos, pode passar uma lixinha. Até um peeling com fubá serve. Assim você vai estar sempre feliz com você e com quem estiver a seu lado também. Se você está desleixada, que estímulo ele vai ter para se arrumar também?

A experiência homossexual, em uma viagem em 1979

“Dividia o quarto com uma modelo que se tornou minha amiga e não gostava de badalação (…) Certa vez, acordei no meio da noite. Ela estava na minha cama e me abraçava por trás. Senti seu perfume e, em seguida, seu beijo. Fiquei extremamente confusa: eu jamais a havia considerado além de amiga. Nunca passara pela minha cabeça que pudesse haver, da parte dela, um interesse maior. Mas havia e eu me deixei levar. O problema foi que, já no dia seguinte, soube que não sentia por ela o que ela sentia por mim. Na minha cabeça, a coisa tinha acontecido uma vez e não se repetiria. Para ela, aquilo poderia significar o início de um relacionamento. Dei um jeito de mudar de quarto, ainda no meio da viagem”

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O encontro com Pelé, antes do romance dele com Xuxa

“Em dezembro de 1980, fizemos uma capa para a revista Manchete com outras duas modelos e o Pelé entre nós, de smoking. Ele já era Rei, e ficamos bem animadas em conhecê-lo. No intervalo dos cliques, aproximou-se.
– Luiza, você tem compromisso para esta noite?
Fiquei sem graça, desviei o olhar e fui sincera:
– Tenho, sim. Vou fazer jantar para o meu marido.”

O primeiro aborto, em 1979

“Eu tinha apenas 17 anos. Quando Gugu chegou em casa, eu já havia marcado consulta com um médico que fazia abortos em Botafogo, numa clínica clandestina.
– Gugu, estou grávida.
Ele largou a pasta em cima da mesa, olhou para mim, desconfiado, sem saber se comemorava ou se preocupava. Tínhamos acabado de completar o segundo aniversário de casamento.
– E…?
– Eu tô cheia de trabalho marcado, não tem como interromper a carreira para ter um filho agora. Você entende? Virar mãe com esta idade! Eu estou conquistando um espaço e filho.”

Luiza Brunet comenta biografia, que relata seus abortos e a experiência sexual com uma mulher

“Os homens achavam que a mulher que era modelo e posava nua era uma mulher disponível”
Foto: Ernani D’Almeida

Também no livro…

Quando trabalhou como empregada, aos 14 anos, um “vizinho de 60 anos, gordo” invadiu o apartamento quando estava só, levantou sua blusa, expôs seus seios, enfiou a língua em sua boca e ameaçou: “Fica calada, senão você perde o emprego!” O pai era alcoólatra, violento e um dia ameaçou matar a mãe de Luiza com um facão em mãos.Ela diz que nunca foi apaixonada pelo primeiro marido, Gumercindo Brunet, o Gugu, 63 – via outros relatarem a paixão, fingia que sabia do que se tratava, mas só conheceu isso com o segundo marido, Armando, 63, com quem, na Espanha, chegou a fazer amor à beira de uma estrada, observados por um estranho. “O homem saiu correndo, com as calças nas mãos”, escreveu ela. A modelo sempre teve vitiligo, desde criança. E o estresse da vida profissional só aumentou as manchas. Luiza chegou a fazer tratamento em Cuba e desenvolveu truques de maquiagem para esconder a doença. Mas quando se olhava no espelho, nua e sem maquiagem, chorava. Luiza jura que a rivalidade entre ela e Xuxa era “de brincadeira” – chegavam a pegar sol nuas, juntas, na laje, para apagar as marcas de biquíni para as fotos. Mas no livro relatou demonstrar “grilo” quanto ao fato de a loira, no programa Clube da Criança, ganhar mais que ela na época. Ela chegou a engravidar quando seu segundo filho, Antonio, estava com 8 meses. Como o parto do menino foi complicado, quis um segundo aborto. Voltou dirigindo e chorando, sozinha, para casa. Armando, o marido, segundo ela, nem teria se preocupado quanto ao resultado do procedimento.– No livro, Luiza diz que a relação com Humberto Saade, 75, dono da Dijon e de quem foi modelo exclusiva, era profissional – e de posse. Ele a levou para o mundo da moda, para viagens a Paris e altos círculos, mas, ao final da convivência, ele tinha registrado o nome “Brunet” e a modelo teve de brigar por ele. “Se quiser sair da Dijon, vai com Deus, mas vai como Luiza Botelho!”, ela relembra no livro. Em entrevista para a Playboy (foi capa três vezes da publicação), em 1984, para provocar as pessoas, disse que não tinha nada que não fizesse ou deixasse o outro fazer com ela na cama, que era liberal e se masturbava, sim. “Por que não fazer uma coisa tão boa e que está à mão?”, perguntou.

ESTA MATÉRIA FAZ PARTE DA EDIÇÃO 1995 DA CONTIGO!, NAS BANCAS EM 11/12/13.

Luiza Brunet comenta biografia, que relata seus abortos e a experiência sexual com uma mulher

Com o namorado, Lirio Parisotto, no lançamento de sua biografia, no Rio de Janeiro
Foto: George Magaraia

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