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Stenio Garcia deixou “Caminho das Índias” revoltado

Sentindo-se mal aproveitado na novela, o ator faz um sério desabafo e não descarta a possibilidade de mudar de emissora

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 06h14 - Publicado em 15 set 2009, 21h00

O ator não concordou com o corte 
de duas cenas de seu personagem 
no último capítulo da novela
Foto: Renato Rocha Miranda/ Rede Globo

No meio da exibição do último capítulo de Caminho das Índias, na sexta, 11, em um restaurante carioca, um fato chamou a atenção dos presentes. Stênio Garcia, que fez o Dr. Castanho na história de Gloria Perez, deixou o local com um ar de indignação. E ninguém entendeu o comportamento do astro tão querido pelos colegas e pelo público. 

No dia seguinte, Stenio recebeu a reportagem de TITITI em sua casa, no Rio, e revelou o motivo que o levou a abandonar a festa de confraternização do elenco da novela. “A minha mágoa é de ter deixado de viver o Quincas Berro Dágua, no cinema, para fazer o Dr. Castanho, que não foi aprofundado. Quando cortaram duas cenas minhas no último capítulo, me senti frustrado e tive essa atitude intempestiva”, explicou. 

O artista revelou ainda que já andava descontente havia algum tempo com o rumo de seu personagem. Mas, segundo explicou, preferiu se calar em respeito a Gloria Perez, que durante a novela enfrentou o tratamento para um câncer na tireoide. Stênio afirmou ainda que fará uma reclamação formal à Rede Globo sobre seu mau aproveitamento na trama e não descarta a possibilidade de trabalhar em outra emissora. Leia a seguir nossa entrevista exclusiva com o astro de quase cem trabalhos na carreira, entre novelas, minisséries, seriados, programas e filmes de enorme sucesso.

O que aconteceu para você ter saído no meio da exibição do último capítulo de Caminho das Índias daquele modo?
O meu desagrado já é antigo. Eu fui tirado de Nova York (nos EUA), no momento em que preparava um trabalho em cima da obra de Jorge Amado, o livro “A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua”, para fazer a novela da Gloria. Estava tomando aulas de dança, tinha alugado um apartamento na Bahia para ficar lá durante o período das filmagens… Falei ao diretor Marcos Schechtman que desde minha infância tinha vontade de interpretar esse personagem (de Quincas). Mas que também achava justo a casa requisitar meu trabalho. E fui fazer a novela.

Você não gostou do doutor Castanho?

Gostei muito. Ele era importante para a discussão da esquizofrenia. Mergulhei de cabeça, vi 12 filmes, li toda a obra da Nise da Silveira (psiquiatra e escritora adepta da arte para o tratamento de doentes mentais), entre outros livros, e mandei fazer um óculos na Alemanha para usar como artifício de comunicação. Seria um trabalho fantástico. Mas em decorrência de terem que desenvolver a trama da Índia, a história da doença mental foi deixada para ser desenvolvida posteriormente. E eu fiquei aguardando esse momento. A novela foi acontecendo e continuei a mostrar o lado do psicopata… Isso não me incomodou e eu não teria ficado magoado se não fosse o incidente do último capítulo.

Mas, afinal, o que aconteceu ali?

Duas cenas minhas foram cortadas. Na hora que percebi isso, fiquei magoado e saí. Meu personagem era casado com uma mulher preconceituosa (a Suellen, interpretada por Juliana Alves) que não sabia que dançava com um louco (Ademir, feito por Sidney Santiago), e isso foi resolvido em duas palavras no casamento do Tarso (Bruno Gagliasso). Passaram 203 capítulos e fiquei quase a novela toda vivendo cenas de duas ou três frases.

E você chegou a comentar essa sua insatisfação com alguém?
Só teve um momento em que reclamei. A produção queria resolver, de um dia para o outro, a cena em que Castanho conversava com a Tônia (Marjorie Estiano) sobre o pedido de casamento do Tarso e eu me neguei a fazer. Tinha esperado a novela toda para essa cena e precisava estudar.

Você pretende reclamar com a direção da Globo?

Quero comentar o assunto, sim. Inclusive pedir aumento de salário (risos). Eu devo ser chamado por causa da minha atitude intempestiva na churrascaria. Em uma próxima vez vão ter certos cuidados na minha escalação. Vão me prometer algo semelhante ao Quincas Berro Dágua.

Como será sua atitude a partir deste momento, quando for escalado para alguma novela?
Acho que vou discutir um pouco mais a direção do personagem. Todos os atores do meu nível discutem… Depois de mais de 50 anos de carreira, posso começar a desfrutar dessas regalias e até mesmo dizer um não.

Aceitaria mudar de emissora?

Olha, se na busca de trabalho sentir que há boas possibilidades… Por que não? Se for convidado a fazer um personagem com a grandeza do Aleijadinho, por exemplo… Eu iria, sim!

Já tem algum trabalho em andamento?

Estou ensaiando a peça Pamonha e Panaca como ator e diretor. Estrearemos no ano que vem.

Você se arrepende de ter saído da churrascaria daquela forma tão passional?

Não, só senti falta de abraçar amigos, como Tony Ramos, que fez um trabalho belíssimo e de ter dito para ele: “Are baba, meu colega!”.

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