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Atrizes denunciam assédio sexual de famoso produtor de Hollywood

Após denúncia de Cara Delevingne sobre os assédios do produtor Harvey Weinstein, Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow também relataram ter sofrido abusos

Por Marina Pedroso
Atualizado em 17 jan 2020, 14h19 - Publicado em 12 out 2017, 13h21

Cada vez mais as mulheres tomam coragem para relatar os assédios que sofreram de homens, muitas vezes como forma de abuso de poder. Desta vez, foi a modelo Cara Delevingne que puxou o coro para denunciar Harvey Weinstein, produtor renomado de Hollywood – que também teria assediado outras atrizes, como Gwyneth Paltrow e Angelina Jolie.

No Instagram, Cara postou em detalhes dois episódios ocorridos entre ela e Weinstein: primeiro, um telefonema do produtor em que ele ameaçou impedir que a modelo ganhasse papéis no cinema caso ela assumisse ser gay ou aparecesse na mídia com outra mulher. Dois anos depois, em uma reunião de trabalho feita no lobby de um hotel, o produtor a convidou para subir ao quarto assim que ficaram sozinhos. Cara afirma ter negado em um primeiro momento mas, além de a própria assistente de Weinstein tê-la encorajado, ela não quis acreditar que as más intenções fossem reais.

“Fiquei aliviada ao ver que havia outra mulher no quarto, me senti segura. Mas então ele pediu para que nos beijássemos”, conta no depoimento. Para desviar sua atenção e ganhar tempo, Cara começou a cantar. “Estava tão nervosa. Depois de cantar, repeti que precisava ir embora. Ele me levou à porta, parou na frente e então tentou me beijar”, continua.

Ela esquivou e conseguiu sair do quarto, mas diz ter se sentido culpada por aceitar o papel acordado com a equipe na reunião mais cedo. “Eu senti como se o filme não tivesse sido mérito meu. Como se eu tivesse feito algo de errado. Também fiquei aterrorizada em pensar que tantas outras mulheres passaram pelo mesmo, mas nunca falaram nada por medo”, finaliza.

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When I first started to work as an actress, i was working on a film and I received a call from‎ Harvey Weinstein asking if I had slept with any of the women I was seen out with in the media. It was a very odd and uncomfortable call….i answered none of his questions and hurried off the phone but before I hung up, he said to me that If I was gay or decided to be with a woman especially in public that I'd never get the role of a straight woman or make it as an actress in Hollywood. A year or two later, I went to a meeting with him in the lobby of a hotel with a director about an upcoming film. The director left the meeting and Harvey asked me to stay and chat with him. As soon as we were alone he began to brag about all the actresses he had slept with and how he had made their careers and spoke about other inappropriate things of a sexual nature. He then invited me to his room. I quickly declined and asked his assistant if my car was outside. She said it wasn't and wouldn't be for a bit and I should go to his room. At that moment I felt very powerless and scared but didn't want to act that way hoping that I was wrong about the situation. When I arrived I was relieved to find another woman in his room and thought immediately I was safe. He asked us to kiss and she began some sort of advances upon his direction. I swiftly got up and asked him if he knew that I could sing. And I began to sing….i thought it would make the situation better….more professional….like an audition….i was so nervous. After singing I said again that I had to leave. He walked me to the door and stood in front of it and tried to kiss me on the lips. I stopped him and managed to get out of the room. I still got the part for the film and always thought that he gave it to me because of what happened. Since then I felt awful that I did the movie. I felt like I didn't deserve the part. I was so hesitant about speaking out….I didn't want to hurt his family. I felt guilty as if I did something wrong. I was also terrified that this sort of thing had happened to so many women I know but no one had said anything because of fear.

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Depois da iniciativa de Cara, outras celebridades resolveram se pronunciar. Gwyneth Paltrow revelou à revisa Times que Weinstein a assediou sexualmente em um quarto de hotel quando ela tinha 22 anos. Ele teria colocado as mãos nela, sugerindo uma massagem. Angelina Jolie também contou ao veículo que teve uma má experiência em um quarto de hotel com o produtor na década de 90.

Os casos contra o produtor não pararam por aí. Outra revista norte-americana, a The New Yorker, constatou que, além de ser acusado por 13 mulheres diferentes de assédio sexual ou estupro, Weinstein forçou a realização de sexo oral na atriz italiana Asia Argento há duas décadas. As atrizes Mira Sorvino e Rosanna Arquette também alegaram que depois de rejeitar os avanços indesejados de Weinstein, elas foram removidas ou não foram contratadas para projetos.

Com as revelações recentes, Georgina Chapman, estilista da grife Marchesa (para a qual Cara desfilou em 2013) e mulher de Harvey Weinstein, pediu o divórcio. Em apoio às vítimas, outras celebridades e personalidades também se pronunciaram nas redes sociais:

Julianne Moore: “Se pronunciar sobre um abuso sexual é assustador e as mulheres não tem nada a ganhar pessoalmente por isso. / Mas é pela coragem delas que podemos avançar como cultura, e eu as agradeço. Estou ao lado de @Ashleyjudd @rosemcgowen e as outras”.

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Emmy Rossum: “A explicação do ‘velho dinossauro’ não basta. DÉCADAS usando seu poder para intimidar mulheres e ter ganhos sexuais é repreensível e imperdoável. / Eu aplaudo as mulheres por se posicionarem. É assustador ser a primeira mulher a se pronunciar contra algo ou alguém. Mas vocês não estão sozinhas”.

 

Jessica Chastain: “fui avisada desde o começo. As histórias estavam em toda a parte. Negá-las é criar espaço para que aconteça novamente”.

Charlize Theron: “As mulheres que pronunciaram seus abusos são corajosas e heróicas e mesmo que eu não tenha tido uma experiência pessoal como as relatadas com Harvey Weinstein, infelizmente não posso dizer que estou surpresa. Essa cultura sempre existiu, não só em Hollywood mas ao redor do mundo. Muitos homens em posição de poder se safaram por muito tempo. Não podemos culpar as vítimas por isso. Muitas dessas mulheres são jovens, estão apenas começando suas carreiras e simplesmente não tem como ir contra homens com uma influência muito maior que a delas. Se elas falam, elas são silenciadas, e isso pode ser o fim de suas carreiras. Isso tudo é um passo positivo para mudarmos essa cultura e essas jovens mulheres precisam saber que elas têm um sistema de apoio caso algo do tipo aconteça com elas. Quero que todas vocês saibam que as apoio”.

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