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Salto alto já foi coisa de homem. Conheça a história do sapato

Se a origem do calçado tem tudo a ver com a ~masculinidade~, como ele se tornou o exato oposto disso?

Por Giovana Feix
Atualizado em 20 jan 2020, 13h26 - Publicado em 26 Maio 2017, 10h28

Você pode amar ou odiar o salto alto; achá-lo um símbolo do poder ou da submissão feminina; sentir, ao usá-lo, que você é maravilhosa ou que o seu pé vai acabar matando você. Sobre uma coisa, porém, não há discussão: esse tipo de calçado é parte essencial da nossa cultura.

Você sabia, no entanto, que ele foi originalmente inventado para que os homens o usassem? A história do calçado, que começa durante a Idade Média na região onde hoje fica o Irã, é uma prova indiscutível de que até as coisas que atualmente nos parecem óbvias já foram diferentes um dia – e, possivelmente, serão também no futuro.

(Camilla Loureiro/MdeMulher)

Hoje em dia muita gente brinca estar ~indo para a guerra~ quando calça o bom e velho salto alto e sai para a balada. E, curiosamente, ele começou a ser usado entre soldados da Pérsia medieval. Sim, eles literalmente iam para guerras de salto alto o tempo inteiro.

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Em entrevista à BBC, Elizabeth Semmelhack, do Museu do Sapato em Toronto, no Canadá, explica que ter um saltinho maroto no sapato dos militares era algo muito importante – para que se prendessem direitinho nos estribos, aqueles encaixes metálicos para os pés dos cavaleiros, sabe?

“Isso permitia que eles atirassem suas flechas de forma mais eficaz”, diz ela.

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(Camilla Loureiro/MdeMulher)

Na época, o xá (uma espécie de rei) da Pérsia tinha a maior cavalaria do mundo – e, quando seus homens chegaram à Europa, lá pelo século 16, eles levaram a “moda” de seus calçados junto de si. Em pouquíssimo tempo, a imagem ~máscula~, viril e forte dos soldados de salto alto fez com que os aristocratas europeus começassem a usar salto alto também.

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Ao longo do tempo, o povo também começou a copiar os modelitos dos nobres – fazendo com que estes últimos produzissem saltos cada vez mais altos, para se diferenciar.

Provavelmente por isso (mas também porque, convenhamos, ele era bem baixinho), o rei francês Luís XIV é o maior exemplo do uso de salto alto por homens nesta época. Os saltos dele chegavam a medir até 10 cm, acredita?

Muito antes de Christian Louboutin, aliás, o “Rei Sol” fazia com que a nobreza ligada a ele usasse sapatos com saltos vermelhos – algo muito caro e, portanto, luxuoso e raro na época.

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Foi nesta época que, surpreendentemente, as mulheres começaram a fazer coisas antes reservadas à moda e aos hábitos masculinos: começaram a fumar charutos, a cortar os cabelos bem curtinho, a usarem chapéus masculinos e, para coroar, a calçarem sapatos de salto alto.

(Camilla Loureiro/MdeMulher)

Durante o reinado de Luis XIV, eram muito valorizadas a praticidade e a razão – e, vamos combinar, se tem uma coisa que sapatos de salto não têm, essa coisa é funcionalidade. Os homens, que trabalhavam e andavam muito por aí, começaram a deixar essa moda de lado. Só as mulheres continuaram usando salto alto. Até que…

Depois da Revolução Francesa, os saltos saíram de moda por algum tempo – afinal, com a queda (e com as cabeças cortadas!) dos reis e da nobreza, não fazia mais sentido querer ser mais alto que os outros, querer distinguir-se dos demais.

Leia mais: As mulheres estão deixando o salto alto de lado. Saiba o porquê!

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As mulheres só voltaram a calçar saltos dois séculos depois (sim!), quando fotógrafos pornôs perceberam uma coisa bastante interessante: esses centímetros a mais faziam os bumbuns de suas modelos ficarem bem mais bonitinhos. Pois é!

(Camilla Loureiro/MdeMulher)

É muito provavelmente por isso que, até hoje, associamos o salto alto a mulheres atraentes. Como dá para perceber com toda essa história, porém, é bem provável que, em poucos anos, tudo o que sabemos sobre salto alto (e sobre a vestimenta de homens e mulheres em geral) mude completamente.

 

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