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Acne x autoconfiança: a saúde da pele pode afetar a saúde mental

Segundo estudos e especialistas, a presença da acne pode interferir na vida social de adolescentes e adultos e ser um gatilho para a depressão.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 08h50 - Publicado em 19 set 2018, 00h17

Mais do que causar inflamações e marcas na pele, a acne pode mexer muito com o psicológico de quem tenha esta condição. “Nos adolescentes, que são justamente o público com maior incidência de acne, ela é um problema porque os destaca de forma aparente. A  validação do grupo é muito importante nesta fase, e pode haver um pouco de chacota por parte dos provocadores, além de rejeição das paqueras, por causa dessa característica da pele. Se não houver uma boa estrutura familiar, é uma condição que leva a um isolamento”, explica a psicóloga clínica Monica Machado.

Já nos casos de acne da mulher adulta, a autoestima acaba sendo abalada por causa da autopercepção, não por causa das reações do mundo exterior. A comparação com os modelos de perfeição (retocada) principalmente das redes sociais faz com que a mulher com acne se enxergue “inadequada”, na definição da psicóloga. “Ela assimila que não pode se mostrar como é, não pode sair sem maquiagem, porque senão não estará igual às outras. Se tiver tendência e outros fatores associados, isso é um gatilho para a depressão.”

Estudos britânicos sobre os impactos da acne na saúde mental

Um estudo realizado no Reino Unido pela The Health Improvement Network (THIN) confirma a relação entre pele e saúde mental: após analisar milhares de pacientes entre 1986 e 2012, concluiu-se que pacientes com acne têm 63% mais risco de desenvolver depressão do que aqueles que não têm a pele afetada por nenhuma condição aparente.

Em outra pesquisa, esta feita pela Associação Britânica de Dermatologia, 54% dos adultos que têm ou já tiveram acne afirmaram que a doença de pele teve impacto negativo em sua autoconfiança e 22% revelaram que sentiram sua vida social abalada por causa da pele.

E como a acne e a saúde mental se relacionam no Brasil?

Dois estudos láááá do Reino Unido podem parecer distantes de nossa realidade, mas a dermatologista Claudia Marçal coloca a questão em uma perspectiva brasileira e observa que os dados revelados são preocupantes, já que no nosso país tropical a tendência ao desenvolvimento de acne é maior do que no frio da Europa.

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“Muitas vezes, geneticamente, pessoas que moram em países tropicais têm as glândulas sebáceas aumentadas de tamanho. Elas são hiperplasiadas, e com isso também produzem mais sebo, o que facilita o aparecimento da acne”, afirma a especialista, que é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia.

Pele saudável, saúde metal recuperada

O trabalho da THIN também revela que, nos pacientes observados, o tratamento para depressão surte mais efeito à medida em que o tratamento para a acne começa a mostrar seus resultados no espelho.

“Ou seja, há uma conexão emocional entre a qualidade da pele e o bem-estar”, constata Claudia. “As pessoas afetadas pela acne que se preocupam com sua saúde mental devem ser levadas a sério. E, se o dermatologista notar essa necessidade, além de prescrever o tratamento, pode orientar a procura por um psicólogo ou psiquiatra.”

Por isso, não pense duas vezes: se você ou alguém próximo apresentar mudanças de comportamento em um contexto que tenha a acne envolvida, a recomendação é pelo tratamento multidisciplinar. Tratar a pele no consultório do dermatologista, manter uma rotina de cuidados em casa e dar atenção à cabeça na terapia é o melhor caminho para a cura total.

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