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Tire todas suas dúvidas sobre medicamentos fitoterápicos

São a mesma coisa que homeopatia? Posso tomar sem receita? Demora para agir? Saiba tudo sobre os remédios que vêm das plantas

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 20 jan 2020, 08h59 - Publicado em 10 ago 2017, 09h29

Na busca por curas mais naturais, os medicamentos fitoterápicos são uma escolha comum: além de serem à base de vegetais, eles não precisam de receita médica para serem comprados e estão ao nosso alcance na prateleira da farmácia, sem burocracias. Que prático, que fácil!

Pois é bom tomar um pouco mais de cuidado antes de sair por aí consumindo esse tipo de remédio, viu? O fato de ter fontes naturais não o torna menos agressivo, e ele pode causar efeitos colaterais da mesma forma que qualquer medicamento sintético.

Entenda melhor algumas aplicações e efeitos adversos: Conheça e saiba usar 37 plantas medicinais

Conversamos com a médica nutróloga Marcella Garcez Duarte, membro da Abfit (Associação Brasileira de Fitoterapia), e com Gabriela França, nutricionista funcional fitoterápica da Clínica Patricia Davidson Haiat, para esclarecer todas as dúvidas sobre a medicação fitoterápica. Vem aprender com a gente!

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Os medicamentos fitoterápicos só têm vegetais em sua composição?

Sim. Para serem considerados fitoterápicos e conseguirem o registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), estes medicamentos devem ser compostos apenas por matérias-primas vegetais. Eles podem ser simples (de uma planta) ou compostos (de duas ou mais plantas) e são alopáticos, já que passam por processos industriais de produção. “Os fitoterápicos são obtidos por processos tecnologicamente adequados e seguem as mesmas regras e rigores de registro que os medicamentos sintéticos, ou seja, aqueles cujos princípios ativos são criados em laboratório”, afirma Marcella.

De que parte da planta saem os medicamentos fitoterápicos?

De toda ela. Os ativos vegetais são extraídos das raízes, folhas, flores, cascas e sementes, manipulados, padronizados e industrializados de acordo com seu registro da Anvisa. Por isso é sempre importante verificar se o medicamento do balcão da farmácia tem o selo da Anvisa: ele garante sua qualidade, segurança e eficácia.

(MarcoMarchi/ThinkStock)

Medicamento fitoterápico é a mesma coisa que homeopatia?

Não. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A homeopatia parte do princípio de que se trata uma doença estimulando a reação do organismo a ela, por meio da mesma substância que causa seus sintomas (bem diluída em água, glicerina ou álcool). Os medicamentos fitoterápicos são alopáticos e têm princípios ativos de ataque às doenças em si. Em termos de funcionamento, estão mais próximos dos remédios sintéticos, que também são anti-doenças, do que da homeopatia.

Leia também: As principais respostas sobre homeopatia

Posso tomar um medicamento fitoterápico sem receita médica, só lendo a bula?

Poder, pode. Mas não é o recomendado. Primeiro porque automedicação NUNCA é uma boa ideia – o médico sempre deve ser consultado para indicar dosagem e duração do tratamento adequadas. Segundo porque, como explica Gabriela, “eles têm muitas interações tanto com outras medicações quanto com nutrientes, o que torna seu uso sem prescrição muito perigoso”. Em último caso, ela recomenda que o farmacêutico seja consultado para algum tipo de orientação.

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Leia também: Conheça os perigos da automedicação

Então, mesmo sendo vegetais, os fitoterápicos podem ter efeitos colaterais?

Sem dúvida! “Assim como qualquer medicamento, os de origem vegetal podem apresentar efeitos colaterais, contraindicações e, dependendo da composição, até efeitos tóxicos”, alerta Marcella. Gabriela ressalta novamente a questão das interações e exemplifica: “Um fitoterápico usado para melhorar o trânsito intestinal pode diminuir a absorção de outros medicamentos ou de nutrientes como o potássio e causar cãibras”.

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Não custa reforçar: qualquer que seja o medicamento, consulte um médico para prescrevê-lo e use-o com responsabilidade.

Alguém deve evitar consumir medicamentos fitoterápicos?

Em geral, grávidas, lactantes e pessoas com sensibilidade aos ativos ou que estejam fazendo uso de outros medicamentos que possam reagir negativamente com eles. Isso deverá ser determinado pelo médico que for prescrever a medicação.

E que médico pode prescrever um medicamento fitoterápico?

Um que tenha formação em fitoterapia. Esta não é uma especialidade dos cursos superiores da área de saúde, então o profissional será primeiramente nutrólogo, nutricionista, dentista, clínico geral ou farmacêutico, por exemplo, e complementarmente fitoterapeuta. E somente deverá receitar medicamentos fitoterápicos de acordo com sua área de atuação.

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(Ls9907/ThinkStock)

Os medicamentos fitoterápicos demoram mais para agir do que os sintéticos?

Não necessariamente. “A velocidade e a intensidade de ação dos fitoterápicos dependem de fatores como a concentração de ativos, a dosagem e o horário em que são tomados”, diz Marcella. Ela conta que, por causa de um metabolismo secundário resultante da ação combinada de princípios ativos (no caso dos compostos), alguns desses medicamentos podem acabar tendo efeitos mais lentos e suaves, mas está longe de ser a regra.

A desconfiança de que eles não são tão rápidos assim vem, de acordo com a médica, do “uso histórico e empírico de plantas medicinais para tratar doenças” – o que não tem nenhuma semelhança com os processos industriais e padronizadores  pelos quais passam os medicamentos fitoterápicos de hoje em dia.

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Faz diferença tomar um medicamento fitoterápico em comprimido ou em chá?

Sim, e muita. Gabriela explica: “Em comprimido ou em gotas, o medicamento é um extrato, é mais concentrado e, portanto, tem efeito mais potente que o de um chá. Obter o princípio ativo da planta na quantidade certa a partir de um chá depende da temperatura da água, da quantidade do chá e, mais importante, da procedência da erva”.

Posso tomar um medicamento fitoterápico junto com um sintético?

Sim, desde que um médico avalie a combinação dos dois. Mas a fitoterapia é reconhecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde) como parte da medicina integrativa e complementar.

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