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Endometriose: a cólica que não passa pode ser doença séria

Muitas mulheres acham normal as dores intensas no período menstrual, mas isso pode ser sinal de algo mais grave. A endometriose atinge cerca de 6 milhões de brasileiras - e mais da metade não sabe que tem

Por Silvia Regina (colaboradora)
Atualizado em 11 abr 2024, 20h47 - Publicado em 10 mar 2015, 08h39

Todo mês é o mesmo drama: cólicas fortíssimas durante a menstruação. Muitas mulheres acabam nem indo ao médico por achar que isso é normal. Mas por trás desse sintoma pode estar a endometriose. E é exatamente a falta de conhecimento que dificulta o diagnóstico. “Do início das queixas até a confirmação da doença, às vezes demora até sete anos”, diz Carlos Alberto Petta, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.

As causas ainda estão sendo investigadas, mas acredita-se que o estresse pode ser um agravante. O fato de hoje engravidarmos mais tarde e termos menos filhos, o que faz com que menstruemos mais, também pode explicar por que, de acordo com a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), 6 milhões de brasileiras sofrem com isso.

Como não existe prevenção, o melhor a fazer é levar uma vida saudável, ficar atenta aos sinais e fazer os exames de rotina. “Não é normal sentir cólica forte todo mês. Não é normal tentar engravidar por um ano e não conseguir. Tem que procurar o médico, pois a doença se agrava com o tempo”, alerta o especialista.

Desconfortos

A cólica é um dos principais sintomas e atinge 80% das mulheres com a doença, afastando-as das atividades do dia a dia quando estão menstruadas. Dor durante o sexo, alterações intestinais, inchaço abdominal e, às vezes, dor ao urinar ou evacuar dias antes ou durante a menstruação também devem preocupar. Com o passar do tempo, a endometriose pode ficar crônica e esses sintomas passam a se manifestar o mês inteiro.

Causas

Nenhum médico sabe o que causa exatamente o problema, mas há várias possibilidades. Uma delas é o estresse a que somos submetidas todos os dias. Ele pode ser um dos estopins, por comprometer a imunidade. A chamada menstruação retrógrada, quando o fluxo volta pelas trompas e é derramado em outros órgãos, também é uma possibilidade. O elevado número de menstruações que temos hoje em dia também pode provocar a doença.

Diagnóstico

É baseado nos sintomas e em alguns exames, portanto não deixe de contar a ele sobre o seu desconforto.

Grupo de risco

Toda mulher em idade fértil pode desenvolver a doença. Mas sabe-se que as que têm casos na família são mais propensas. E o pior é que como não há como controlar o deslocamento desordenado do endométrio, não dá para prevenir.

Dor controlada

A endometriose superficial é tratada com medicamentos (anti-inflamatórios e analgésicos) que controlam a dor. Também pode ser indicado o uso de anticoncepcionais de estrogênio e progesterona para interromper a menstruação. Junto com os remédios, a prática de exercícios físicos regulares e técnicas de relaxamento costumam ajudar muito.

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Endometriose profunda

Para casos graves, em que a mulher sente dores insuportáveis ou não consegue engravidar, é indicada a laparoscopia: três pequenos cortes são feitos para a introdução de uma câmera e de instrumentos cirúrgicos para a retirada ou cauterização do endométrio que está fora do lugar. A mulher pode retornar às suas atividades normais dentro de uma semana.

Fim natural

A endometriose não tem cura. Até quem faz cirurgia pode voltar a ter o problema. A boa notícia é que ela acaba na menopausa. É que nesse período o estímulo hormonal deixa de existir e a mulher não menstrua mais.

Algo está fora do lugar

No período fértil, os hormônios deixam o endométrio, tecido que reveste o útero, mais grosso para facilitar a fecundação. Quando não há gravidez, ele descama e ocorre a menstruação. A endometriose acontece quando o endométrio não é expelido totalmente na menstruação. Nesse caso, alguns fragmentos vão para as trompas e podem se espalhar por outros órgãos, como ovários, intestino, reto e bexiga.

É possível engravidar

A endometriose é responsável por 40% dos casos de infertilidade feminina. Quem tem a doença apresenta o aumento de substâncias inflamatórias no útero, que acabam afetando óvulos e espermatozoides. Resultado: a fertilização não ocorre. Outra possível causa da dificuldade para engravidar é a obstrução das trompas pelo endométrio, impedindo que elas captem o óvulo. Nesses casos, a cirurgia é indicada. Se não funcionar, parte-se para tratamentos de fertilização. Depois que a gravidez é confirmada, lembre-se de que o pré-natal é essencial, pois mulheres com endometriose têm mais chance de sofrer aborto nos primeiros meses. A atriz Fernanda Machado passou pela dificuldade de engravidar com a doença e agora espera sua primeira filha, Sophia. Relembre a história!

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